Com o objetivo de incentivar a leitura e contribuir para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) e o programa Presídios Leitores inauguraram na quarta-feira, 19, uma biblioteca na Divisão de Estabelecimento Penal de Sena Madureira. A ação teve apoio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), da Universidade Federal do Acre (Ufac), do Instituto Federal do Acre (Ifac), do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e da Academia Acreana de Letras.
A nova biblioteca conta com um acervo de 649 livros disponíveis aos cerca de 300 internos participantes do projeto Presídios Leitores. A iniciativa integra as políticas de educação e reintegração social aplicadas pelo sistema penitenciário acreano, que busca oferecer oportunidades de formação e desenvolvimento pessoal dentro das unidades prisionais.
O detento identificado como V.C.S., formado em pedagogia e participante do projeto, relatou que a leitura tem contribuído para lidar com as dificuldades da rotina carcerária. “É uma forma de a gente se distrair também, né? Poder o tempo passar, porque não é fácil a gente estar assim. A gente que era livre lá fora, está aqui, mas está sendo gratificante”, afirmou.
A vice-coordenadora do programa Presídios Leitores, Maria Ana da Silva Morais Lima, destacou o papel da literatura no processo de transformação pessoal. “Nós acreditamos que uma biblioteca passa a ser uma porta, uma porta que pode transformar a vida de alguém, alguém que queira, a partir da leitura, ser transformado pela educação”, declarou.
O chefe da Divisão de Estabelecimento Penal de Sena Madureira, Francisco Alex Nascimento de Souza, afirmou que a nova estrutura representa mais uma ferramenta importante para a garantia do direito à educação. “É mais uma ferramenta importante para garantir a ressocialização dos apenados e o direito à educação. Agradeço todos os parceiros e, em especial, toda a equipe da unidade prisional”, disse.
O presidente do Iapen, Marcos Frank Costa, ressaltou o compromisso da gestão com a recuperação e reintegração social das pessoas privadas de liberdade. “Existem pessoas que se colocam à margem da sociedade, mas existem outras que decidem tomar um rumo diferente, e essas pessoas merecem nossa atenção. Ainda que seja um, toda essa estrutura para que seja proporcionada a garantia do ensino vai valer a pena o esforço de toda a gestão”, afirmou.
O projeto Presídios Leitores, desenvolvido em diferentes unidades do Acre, tem como base o incentivo à leitura como instrumento de educação e mudança social. A leitura é reconhecida como atividade de remição de pena pela legislação brasileira, podendo reduzir o tempo de cumprimento conforme a participação em programas de leitura avaliados e certificados pelas instituições envolvidas.