Entre os dias 15 e 21 de junho, uma expedição científica realizada no Alto Rio Acre encontrou, pela primeira vez na Amazônia brasileira, um fóssil completo da tartaruga extinta Stupendemys geographicus, considerada a maior tartaruga de água doce já registrada. A atividade integra a primeira etapa do projeto “Novas fronteiras no registro fossilífero da Amazônia Sul-Ocidental”, desenvolvido pela Iniciativa Amazônia +10, com participação do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas da Universidade Federal do Acre (LPP-UFAC), do Laboratório de Paleontologia da USP de Ribeirão Preto (Paleolab) e da Unicamp.
O projeto tem financiamento do CNPq, Fapac e Fapesp, e busca ampliar o conhecimento sobre o registro fóssil da Amazônia Sul-Ocidental, contribuindo para a preservação ambiental e a valorização da ciência na região.
Durante uma semana, os pesquisadores percorreram o leito seco do Rio Acre e afloramentos geológicos, onde coletaram fósseis, realizaram análises geológicas e registraram informações sobre a fauna extinta. Segundo informações do LPP-UFAC, o trabalho foi desafiador devido às dificuldades logísticas, à estiagem do rio e às características da floresta.
O fóssil encontrado faz parte de uma tartaruga que viveu durante o período Mioceno, há cerca de 8 milhões de anos. A peça será preparada e estudada nos próximos meses no laboratório da UFAC, que possui uma coleção de mais de 5 mil peças fósseis coletadas ao longo de mais de quatro décadas de pesquisa na região.
O Laboratório de Pesquisas Paleontológicas da UFAC foi criado em maio de 1983 e se consolidou como referência na paleontologia amazônica. As pesquisas desenvolvidas no laboratório resultaram na descrição de espécies fósseis inéditas e na formação de pesquisadores, com produção científica em nível nacional e internacional.
Para acompanhar mais sobre as pesquisas, descobertas e atividades do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas da Universidade Federal do Acre, basta seguir o perfil no Instagram @lpp.ufac. Por lá, são compartilhados registros das expedições, bastidores do trabalho em campo, curiosidades sobre os fósseis da Amazônia e atualizações sobre os projetos em andamento.