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Mulheres do Acre moldam a bioeconomia com o murumuru e saber tradicional

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Mulheres extrativistas do Acre vêm consolidando o murumuru como um dos principais produtos da bioeconomia regional, conectando saberes tradicionais à cadeia produtiva de cosméticos no Brasil. Em Cruzeiro do Sul, grupos femininos percorrem diariamente a floresta em busca das sementes da palmeira, que depois se transformam em óleo e manteiga utilizados por grandes indústrias, como a Natura. A atividade garante renda a centenas de famílias e fortalece a autonomia de trabalhadoras que há décadas sustentam o extrativismo na região.

Entre elas está Raimunda Gomes, que mesmo aposentada continua participando das coletas. “Meus filhos dizem que não preciso mais trabalhar com isso, mas eu gosto. Tem muita mulher junto, e a gente se ajuda, conversa, se fortalece”, relatou. Assim como Raimunda, Maria Lisbete da Páscoa e sua filha Antônia Cauane também se dedicam ao trabalho, chegando a reunir até sete sacas de frutos em um único dia. Para Lisbete, a destruição da floresta por queimadas ameaça diretamente o sustento: “Chorei quando vi as palhas tudo pretas de queimada. Estavam queimando onde a gente tira o pão de cada dia”.

A produção tem apoio de cooperativas como a Coopercintra, que beneficia o murumuru em manteiga para venda no mercado nacional. A Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) oferece infraestrutura e capacitação a mulheres e jovens, com cursos voltados à formação técnica e estímulo à permanência no campo. Segundo a diretora técnica Suelem Farias, “ofertamos cursos específicos para a comunidade jovem e mulheres e, também, porque temos uma busca de fontes financiadoras que visam esse gênero”.

O governo do Acre também implementou mudanças no pagamento da subvenção do murumuru, prevista em lei desde 1999. Pela primeira vez em quase três décadas, o recurso foi depositado diretamente na conta dos extrativistas, medida que, segundo o secretário de Agricultura, José Luis Tchê, reduziu atrasos e erros burocráticos. “Por solicitação do governador, decidimos resolver de vez a vida dos nossos extrativistas. Fizemos parceria com o Banco do Brasil e já pagamos mais de 70 extrativistas diretamente na conta”, afirmou.

A trajetória das mulheres do murumuru mostra como o extrativismo segue como pilar da economia acreana, unindo saber ancestral, geração de renda e preservação ambiental em um momento em que a bioeconomia ganha espaço como alternativa de desenvolvimento sustentável no Brasil.

Crédito: Texto original publicado pela Agência de Notícias do Acre em 31 de agosto de 2025, de autoria da jornalista Tácita Muniz.

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Inscrições para concurso da Ufac terminam na quarta-feira

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O prazo para inscrição no concurso público da Universidade Federal do Acre (Ufac) encerra na próxima quarta-feira, 22 de outubro. O processo seletivo é destinado à contratação de professores efetivos para os campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

O edital prevê remuneração entre R$ 10.271,29 e R$ 14.288,85, conforme o grau de titulação e o regime de trabalho. Candidatos com doutorado em dedicação exclusiva receberão o valor máximo, enquanto os profissionais com mestrado terão remuneração inicial. Os valores incluem gratificações e auxílio-alimentação.

As inscrições devem ser realizadas exclusivamente pela internet, mediante pagamento de taxa no valor de R$ 180. O edital completo e o link de inscrição estão disponíveis no site oficial da Ufac. As provas estão previstas para ocorrer entre 3 e 5 de março de 2026, em três etapas: prova escrita, prova didática e avaliação de títulos.

O concurso segue o calendário definido pela instituição e integra as ações de reposição do quadro docente, diante da necessidade de professores nas áreas acadêmicas dos dois campi. Segundo a universidade, o processo busca atender à expansão dos cursos e à reposição de aposentadorias registradas nos últimos anos.

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Juntos pelo Acre leva serviços a comunidades rurais e ultrapassa 150 mil atendimentos em 2025

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O programa Juntos pelo Acre, coordenado pela vice-governadora e secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Mailza Assis, realizou neste sábado (18) uma nova edição de ações sociais no km 68 da zona rural de Brasileia, alcançando a marca de mais de 150 mil atendimentos neste ano. A iniciativa, que integra governo do Estado e prefeituras, ofereceu um dia de serviços gratuitos voltados à saúde, assistência e cidadania para moradores de comunidades distantes da área urbana.

A Escola José Germano da Silva e a Unidade de Saúde da Família Pedro Oliveira de Souza funcionaram como pontos de atendimento, reunindo consultas médicas, vacinação, odontologia, exames preventivos e encaminhamentos especializados. Também foram disponibilizados serviços jurídicos voltados a aposentadoria rural, salário maternidade e benefícios sociais, além de ações de recreação para crianças e oficinas de culinária voltadas à geração de renda.

Entre as atividades mais procuradas está o projeto Vestuário Social, considerado o núcleo do programa, que distribui roupas novas doadas pela Receita Federal e pelos Correios a mulheres em situação de vulnerabilidade. Nesta edição, 300 kits de vestuário foram entregues à comunidade. Daniele Nascimento, moradora do km 23 e coordenadora da comunidade terapêutica Caminho de Luz Alto Acre, relatou que a iniciativa reforça a autoestima de quem passa por processo de recuperação. “Fui presenteada com roupas do Vestuário Social. Fui ajudada e hoje estou nesse espaço com muita gratidão, ajudando outras pessoas a se livrar de vícios”, afirmou.

Outras moradoras destacaram a importância do atendimento descentralizado. A agricultora Elisabete da Silva, do Ramal Arraial, disse que a iniciativa evita longas viagens até o centro urbano. “Fiz consulta com oftalmologista, levei minha neta ao pediatra. Temos esse atendimento perto de casa, e isso ajuda muito a comunidade que nem sempre consegue ir à cidade”, declarou. Já Etiene Rodrigues, moradora do km 59, afirmou ter conseguido atendimento médico e vacinação, agradecendo pela parceria entre governo e prefeitura.

A programação também incluiu a presença do programa Saúde Mais, da Prefeitura de Brasileia, com unidade móvel odontológica, e campanhas estaduais como o Feminicídio Zero, da Secretaria da Mulher, e a ação “Doar sangue é compartilhar vida”, do Hemonúcleo local. Vereadores, secretários e lideranças comunitárias participaram do evento, reforçando a articulação entre Estado e município.

O Juntos pelo Acre tem atuado de forma itinerante em todo o estado, com foco em comunidades urbanas e rurais, e já passou por mais de 17 cidades em 2025. Segundo a Secretaria de Assistência Social, o programa continuará percorrendo os municípios do Acre até o fim do ano, levando atendimento e inclusão social a famílias que vivem em regiões de difícil acesso.

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Nobel de Economia de 2025 destaca inovação como instrumento de inclusão econômica

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O Prêmio Nobel de Economia de 2025 foi concedido aos economistas Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt, reconhecidos por seus estudos sobre o papel da inovação no desenvolvimento das nações. Inspirados nas ideias de Joseph Schumpeter, os autores mostraram que o crescimento econômico está diretamente ligado à capacidade de renovar processos produtivos e distribuir oportunidades de forma criativa e inclusiva.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, avaliou que o prêmio reforça a importância da inclusão econômica como ferramenta de justiça social. Ele destacou que a inovação não se restringe a grandes centros tecnológicos, mas também se manifesta em pequenas adaptações que melhoram serviços, otimizam a produção e ampliam o acesso a mercados. “O verdadeiro motor do desenvolvimento nasce de ambientes onde ideias circulam livremente e o conhecimento é um direito, não um privilégio”, afirmou.

Segundo Lima, a reflexão tem impacto direto no contexto brasileiro, onde mais de 95% das empresas são micro e pequenas e atuam em todo o território nacional. Ele defendeu que remover barreiras burocráticas, ampliar o acesso ao crédito e democratizar o conhecimento são passos essenciais para que a inovação se espalhe e gere crescimento equilibrado entre as regiões.

Os economistas premiados reforçam que a prosperidade depende da capacidade das sociedades de tornar a inovação acessível e não concentrada em poucos grupos. Para o Sebrae, isso se traduz em políticas que valorizem o empreendedorismo local e fortaleçam ecossistemas regionais de inovação. “Os pequenos negócios não são apenas agentes econômicos, mas protagonistas de um projeto nacional de desenvolvimento inclusivo”, declarou o presidente.

Décio Lima destacou ainda que cada pequeno empreendimento representa uma forma de resistência social e um vetor de transformação econômica. Ele afirmou que o avanço da inovação entre micro e pequenas empresas contribui para gerar renda, dignidade e autonomia produtiva em comunidades urbanas e rurais.

Ao relacionar o prêmio à realidade brasileira, o presidente do Sebrae concluiu que o futuro do país depende da capacidade de construir um modelo de desenvolvimento que combine crescimento econômico e justiça social. “O Brasil que queremos será forjado na força de milhões de pequenos negócios, na criatividade que nasce nos bairros, nas comunidades e nas periferias”, afirmou.

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