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Pequenas lavouras de feijão são maioria no Brasil, mas grandes áreas concentram 75% da produção

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A maior parte das unidades produtoras de feijão no Brasil cultiva lavouras com menos de cinco hectares, que representam 97% do total, segundo estudo da Embrapa Arroz e Feijão com base no Censo Agropecuário 2017 do IBGE. Embora em maior número, essas áreas respondem por uma parcela menor da produção nacional. São as grandes lavouras, com mais de 50 hectares, que concentram 75% do volume produzido, cerca de 1,2 milhão de toneladas, mesmo representando apenas 0,5% dos estabelecimentos.

O levantamento analisou seis estados que lideram a produção do grão — Paraná, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Bahia — e considerou os principais grupos comerciais, como feijão preto e feijão de cor (carioca, roxinho, mulatinho, entre outros). Segundo o socioeconomista da Embrapa, Alcido Wander, a classificação se refere ao tamanho da lavoura e não necessariamente à área total da propriedade. “O tamanho da lavoura de feijão diz respeito especificamente à área de cultivo e não equivale ao tamanho da propriedade rural onde ela está localizada”, afirmou.

A pesquisa identificou também que parte significativa da produção se destina ao autoconsumo. Das cerca de 1,7 milhão de toneladas levantadas, 87% foram comercializadas e 13% permaneceram nas propriedades. Entre lavouras de até cinco hectares, o autoconsumo foi de 59% no feijão de cor e 38% no feijão preto. Wander ressaltou ainda que pode haver duplicidade na contagem de estabelecimentos, já que alguns produtores cultivam mais de um tipo de feijão, o que pode elevar artificialmente o número total de unidades produtoras.

Nos últimos dez anos, a produção de feijão no Brasil oscilou entre 2,5 e 3,4 milhões de toneladas anuais, segundo a Embrapa. O consumo per capita, no entanto, apresentou queda, chegando a 13,2 quilos por habitante ao ano. A partir da safra 2017/2018, o país passou a exportar mais feijão do que importar, consolidando-se como exportador líquido. Em 2023/2024, foram vendidas ao mercado externo cerca de 150 mil toneladas, um aumento de 22% em relação a dez anos atrás.

Projeções do Ministério da Agricultura e Pecuária apontam que, até 2032/2033, a produção deve cair levemente para 2,9 milhões de toneladas, redução de 5% em comparação com a safra 2022/2023. O consumo esperado é de 2,7 milhões de toneladas, enquanto as importações devem ficar em torno de 65 mil toneladas no mesmo período. Para Wander, as estimativas podem mudar conforme variações no consumo interno e nas exportações: “Essas projeções podem se confirmar caso as condições sigam as mesmas, mas se houver mudanças, esses números poderão ser maiores”.

Foto: Sebastião Araújo

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Rio Branco oferece DIU Mirena gratuito para adolescentes de 14 a 18 anos

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A Prefeitura de Rio Branco iniciou, nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, na Policlínica Barral y Barral, a oferta gratuita do dispositivo intrauterino de levonorgestrel (DIU Mirena) para adolescentes de 14 a 18 anos, em ação coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Governo do Acre, com foco na prevenção da gravidez na adolescência e no fortalecimento do planejamento reprodutivo.

A campanha Adolescência Primeiro, Gravidez Depois passa a disponibilizar o método de longa duração em unidades da rede municipal. Segundo a chefe da Divisão de Saúde de Adolescentes de Rio Branco, Kathyelly Cordeiro, o município recebeu 120 unidades do DIU Mirena repassadas pela saúde estadual. “Recebemos 120 DIUs Mirena, da Saúde do Estado, para contribuir com a saúde do adolescente e diminuir a incidência de gravidez precoce em Rio Branco. As jovens interessadas podem procurar qualquer unidade de saúde da rede municipal e serão encaminhadas para inserção”, afirmou. Ela acrescentou que o acesso ao método amplia a capacidade de planejamento das adolescentes: “O DIU Mirena permite que as jovens se planejem, protejam sua saúde reprodutiva e tenham mais segurança para alcançar seus objetivos.”

O ginecologista Gustavo Castro destacou a eficácia e o acompanhamento clínico no procedimento. “O DIU, quando bem indicado, é extremamente eficaz e pode durar até 8 anos. A inserção é simples, segura e acompanhada por ultrassonografia para garantir a correta colocação”, disse, ao ressaltar a importância de ações educativas: “É um método seguro, eficaz e que reduz significativamente os índices de gravidez na adolescência.”

Na Policlínica Barral y Barral, a diretora Williane Costa explicou a rotina de atendimento e o alcance social do serviço. “O DIU Mirena é um dos melhores métodos contraceptivos e, na rede particular, tem um custo elevado. Aqui, está sendo disponibilizado gratuitamente para adolescentes de 14 a 18 anos, todas as terças-feiras, com acompanhamento especializado”, afirmou. O agendamento pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde, nas URAPs ou na própria Policlínica; a partir da próxima terça-feira, 9 de setembro, o procedimento também será realizado na UBS Eduardo Asmar, no bairro XV.

A coordenadora estadual da Saúde do Adolescente e Jovens, Luciana Freire, situou a iniciativa no contexto da política pública estadual e nos indicadores atuais. “O projeto Adolescência Primeiro, Gravidez Depois é do governo do Estado, em parceria com os municípios, e tem como objetivo ofertar o DIU Mirena para adolescentes de 14 a 18 anos, reduzindo a gravidez não intencional, que hoje coloca o Acre entre os maiores indicadores do país. Queremos que essas jovens tenham um planejamento familiar seguro e adequado, evitando consequências como evasão escolar e mortalidade materno e infantil”, disse.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que a iniciativa integra a estratégia estadual 2024–2027 e segue recomendações técnicas sobre métodos reversíveis de longa duração na adolescência. Ao ampliar o acesso e combinar procedimento assistido por ultrassonografia com orientação nas unidades, a gestão municipal projeta impacto sobre a taxa de gravidez na adolescência e sobre efeitos associados, como interrupção de estudos e riscos maternos, em linha com ações intersetoriais de atenção primária.

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Consumo das famílias lidera o PIB do 2º trimestre, apesar da Selic de 15%

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O Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores, com destaque para o consumo das famílias, que avançou 0,5% e respondeu pela maior parcela da demanda interna. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 2 de setembro, no Rio de Janeiro.

Segundo o IBGE, a ótica da demanda mostra ainda recuo de 0,6% no consumo do governo, queda de 2,2% nos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), alta de 0,7% nas exportações e retração de 2,9% nas importações. O consumo das famílias representa 63,8% do PIB, enquanto as exportações respondem por 18%. Na comparação interanual em 12 meses, o PIB acumula alta de 3,2%.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, atribuiu a desaceleração do crescimento — após avanço de 1,3% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2024 — à política monetária restritiva. “A gente viu uma desaceleração importante nesse saldo das operações de crédito para as pessoas jurídicas, mas não para as pessoas físicas”, disse. “A economia é muito mais ligada ao consumo das famílias, não é tão aberta assim. Realmente o comportamento do consumo das famílias determina bastante o da economia como um todo.”

Apesar da taxa básica de juros estar em 15% ao ano, o IBGE aponta que o consumo familiar alcançou patamar recorde no trimestre, apoiado no mercado de trabalho e em medidas fiscais. O dado mais recente de emprego mostra taxa de desocupação de 5,8%, a menor da série iniciada em 2012, e rendimento médio de R$ 3.477. Programas de transferência de renda, como o Bolsa Família — com benefício médio de R$ 671,54 para 19,19 milhões de famílias — e a expansão do crédito às pessoas físicas também contribuíram. “Continua o dinamismo no mercado de trabalho, […] e a gente continua com os programas de transferência de renda, é política fiscal ajudando”, afirmou Palis.

No setor externo, o desempenho positivo das exportações no segundo trimestre não incorpora os efeitos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, que passaram a vigorar em agosto. A avaliação é que eventuais impactos serão captados a partir do terceiro trimestre. O governo destacou que o comércio com os EUA tem peso menor no total exportado pelo Brasil — cuja principal parceria é com a China — e que o chamado tarifaço atinge 3,3% das vendas externas brasileiras, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Séries do Icomex/FGV indicam queda da participação americana nas exportações do país de 24,4% em 2001 para 12,2% em 2024.

A leitura do trimestre sugere que a trajetória da atividade seguirá condicionada ao comportamento do consumo das famílias, ao ritmo do mercado de trabalho e à política de juros. Para os próximos meses, a atenção recai sobre possíveis efeitos das tarifas americanas nas exportações e sobre o custo do crédito para empresas, fatores com potencial de afetar investimentos e produção no segundo semestre.

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Prefeitura de Rio Branco inicia Semana da Amazônia com capacitação para educadores ambientais

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A Prefeitura de Rio Branco iniciou nesta segunda-feira, 1º de setembro, a programação da Semana da Amazônia 2025 com uma formação voltada para educadores ambientais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A atividade foi realizada em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT-SinBiAm) e segue até o dia 3 de setembro, com foco na elaboração de projetos, práticas pedagógicas e na valorização da biodiversidade amazônica.

A pesquisadora Luane Karoline Fontenele, bolsista do SinBiAm, afirmou que a formação busca aproximar a produção científica do trabalho cotidiano da gestão ambiental municipal. “Em parceria com a Prefeitura de Rio Branco, estamos promovendo essa formação para que os educadores possam ter acesso a ferramentas que aproximem a ciência do dia a dia das escolas e das comunidades. O objetivo é fortalecer o vínculo entre conhecimento e prática, sempre com foco na Amazônia”, disse.

A secretária municipal de Meio Ambiente, Flaviane Stedille, destacou que a iniciativa integra a estratégia da gestão para consolidar políticas públicas ligadas à conservação. “A formação dos nossos educadores ambientais é fundamental para que Rio Branco siga avançando em políticas públicas que valorizam a biodiversidade, a sustentabilidade e a educação. A Semana da Amazônia reflete o empenho da Prefeitura em unir ciência, gestão e sociedade em prol da nossa floresta”, declarou.

A coordenadora da Escola de Educação Ambiental do Horto Florestal, Luzimar Oliveira, reforçou que a programação amplia o trabalho pedagógico da secretaria. “Essa capacitação fortalece o trabalho que já realizamos diariamente na Escola Ambiental. Ter o apoio de pesquisadores e parceiros amplia nossas práticas e garante que a população de Rio Branco receba informações qualificadas sobre conservação e meio ambiente”, afirmou.

A programação da Semana da Amazônia segue até o dia 3 de setembro com atividades formativas e terá continuidade no dia 5, com a Mostra Científica “Biodiversidade Amazônica: Compartilhando Saberes”, no Horto Florestal, aberta ao público a partir das 8h30. No mesmo dia, às 16h, está previsto o evento músico-cultural Amazônia Viva.

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