Preocupado com os impactos da Operação Suçuarana, do ICMBio, e os recentes conflitos na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, o senador Sergio Petecão (PSD-AC) se reuniu, nesta quarta-feira (18), com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires. O encontro foi marcado por um entendimento aberto, com o objetivo de esclarecer os fatos e buscar soluções equilibradas para a situação das famílias que vivem na reserva.
“Tivemos uma conversa franca com o presidente Mauro Pires. Tirei muitas dúvidas e ouvi a versão do órgão. Meu papel é esse: buscar o entendimento, procurar outros órgãos, se for preciso, para garantir os direitos das pessoas que moram na reserva. Temos problemas? Temos. Acredito, porém, que com trabalho a gente conseguirá amenizar o sofrimento dessas famílias”, afirmou Petecão.
Destacou ainda que o diálogo precisa prevalecer, com transparência e compromisso com quem mais precisa. “O melhor caminho é o entendimento. Às vezes, a verdade não agrada, mas meu mandato é para ajudar a todos, principalmente os que mais sofrem”, completou.
Durante a reunião, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, explicou que a operação em andamento se concentra em casos específicos e graves, e não em famílias tradicionais da reserva. Segundo ele, a ação foi precedida por diversas notificações ao longo dos últimos anos.
“O que está acontecendo é uma operação de fiscalização em duas áreas específicas da Resex. Uma, foi notificada pela primeira vez em 2011 e a outra, em 2016. Foram várias notificações para a retirada voluntária do gado, mas as ordens não foram cumpridas. Essas áreas estão ocupadas por pessoas que não são extrativistas tradicionais. São grandes criadores, com 200, 300 cabeças de gado, prática incompatível com os objetivos da reserva”, esclareceu Pires.
O presidente reforçou que a atuação do órgão é pautada pela lei e tem como foco a preservação ambiental e a proteção das comunidades extrativistas que vivem na região há gerações.
“A Resex Chico Mendes tem mais de 3 mil famílias que vivem ali de forma sustentável. A reserva permite a agricultura de subsistência, a pequena criação de animais. O que estamos combatendo são grandes ocupações ilegais, muitas vezes com decisão judicial favorável ao ICMBio. Não se trata de expulsar pequenos produtores. É garantir que essa área pública cumpra sua função social e ambiental”, afirmou.
A Reserva Chico Mendes, criada nos anos 1990, possui cerca de 970 mil hectares e exerce papel fundamental na preservação ambiental do Acre, especialmente no equilíbrio do ciclo das águas do Rio Acre.
Por Tácio Júnior – Da assessoria Foto: Paulo Murilo
Na sessão desta quarta-feira (14), o vereador André Kamai (PT) voltou a usar a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco para reforçar o pedido de afastamento do secretário Clendes Rocha, alvo de denúncias que, segundo ele, incluem crime eleitoral, assédio moral, perseguição, prevaricação e uso da máquina pública para fins eleitorais e pessoais.
Kamai afirmou que o afastamento é a medida mais adequada para permitir que as investigações ocorram de forma livre, sem influência de quem está no cargo. “Não estamos propondo condenação prévia de ninguém. Estamos propondo um ambiente limpo para investigar denúncias graves. É o procedimento mais digno e honrado que o secretário poderia ter”, disse.
O parlamentar criticou a postura do prefeito Tião Bocalom, que saiu publicamente em defesa do auxiliar, descartando a possibilidade de afastamento. “Recebemos o testemunho de alguém que disse ao prefeito o que estava acontecendo, e ele respondeu que o secretário tem autonomia para fazer. É a primeira vez que vejo um gestor público dizer que alguém tem autonomia para cometer crime. Isso é muita coragem”, ironizou.
André Kamai afirmou que já há evidências, dados e testemunhos suficientes para justificar a investigação. Segundo ele, as denúncias chegam de forma constante, inclusive de pessoas que têm medo de se identificar devido ao comportamento da gestão municipal. “Não estamos aqui discutindo base ou oposição. É uma questão séria e responsável desta casa”, destacou.
O vereador também fez críticas diretas ao próprio Clendes Rocha, lembrando que o superintendente deverá comparecer novamente à Câmara para prestar esclarecimentos. “Espero que não venha aqui de novo usar essa tribuna para mentir e apresentar dados falsos. Essa Casa vai se dar ao respeito”, alertou.
Kamai ainda citou reportagem na qual o secretário se emocionou e declarou ser “grau diamante” em um negócio de venda de perfumes. O vereador ironizou a situação, afirmando ter recebido relatos de que servidores eram obrigados a comprar os produtos. “Assim até eu viro diamante”, disse, antes de reforçar o tom sério do caso.
Encerrando o discurso, Kamai leu o artigo 301 do Código Eleitoral, que trata como crime o uso de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato, ressaltando que um áudio interno apresentado na Câmara comprovaria esse tipo de coação. “Se for necessário, vamos abrir uma CPI para investigar. Não vai ser com grito, chororô ou ameaça que vamos recuar”, concluiu.
A Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre) será um dos destaques da agenda presidencial no Acre, nesta sexta-feira, 8 de agosto. Presente em 20 dos 22 municípios acreanos, a Cooperacre representa hoje o maior arranjo produtivo da sociobioeconomia no estado e em toda a Amazônia, conectando mais de 5 mil famílias agroextrativistas em uma rede integrada de produção, beneficiamento e comercialização sustentável.
A visita do presidente da República marca o reconhecimento à trajetória de 24 anos da Cooperacre, que vem atuando como elo entre a floresta e o mercado, agregando valor à produção comunitária e promovendo inclusão produtiva, segurança alimentar e geração de renda. Com uma base socioprodutiva composta por cooperativas singulares que atuam em unidades de conservação, como reservas extrativistas e florestas públicas, além de assentamentos e territórios de reforma agrária, a rede tem impacto direto na conservação ambiental e no enfrentamento das mudanças climáticas.
Modelo de desenvolvimento sustentável e inclusão social
Com governança democrática e forte compromisso socioambiental, a Cooperacre impulsiona cadeias produtivas como as da castanha-do-brasil, borracha natural, frutas tropicais, palmito pupunha, café robusta amazônico e, em breve, do cacau nativo. A produção é comercializada tanto no mercado local quanto escoada para o mercado nacional e internacional, com exportações já realizadas para 10 países.
Atualmente, a rede beneficia diretamente cerca de 5.350 famílias agroextrativistas, entre cooperadas e fornecedoras, promovendo inclusão produtiva e fortalecimento da economia comunitária em territórios da floresta. A atuação da cooperativa gera aproximadamente 300 empregos diretos e 200 indiretos, consolidando-se como vetor de desenvolvimento local com justiça social. No campo ambiental, a Cooperacre impacta positivamente uma área estimada em 5 milhões de hectares, por meio de práticas de manejo sustentável e sistemas produtivos regenerativos, que aliam conservação da biodiversidade à geração de renda.
Investimentos estratégicos e inovação na bioindústria
Durante a visita presidencial, será apresentada a nova agroindústria de beneficiamento de frutas tropicais, localizada em Rio Branco. Com investimento de R$ 60 milhões em recursos próprios, a planta industrial terá capacidade para processar até 10 milhões de quilos de polpas por ano, oriundas de 10 espécies amazônicas. A unidade está prevista para entrar em operação em janeiro de 2026, beneficiando diretamente cerca de 5 mil famílias da região.
O grande diferencial da agroindústria está na adoção de tecnologia de extração multifruta com envase asséptico, que preserva os atributos nutricionais e sensoriais das frutas, garantindo validade de até 24 meses sem uso de conservantes ou necessidade de refrigeração. Essa inovação amplia a competitividade da Cooperacre em mercados exigentes, reduz perdas logísticas e agrega valor à produção familiar.
Parcerias institucionais e políticas públicas estruturantes
Ao longo de sua história, a Cooperacre vem se consolidando como parceira estratégica de diversas políticas públicas e programas federais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Pronaf Agroindústria e iniciativas voltadas à reforma agrária. Também é beneficiária de importantes políticas estaduais de apoio à regularização fundiária, infraestrutura produtiva e qualificação técnica.
Reconhecida nacionalmente com o Prêmio SomosCoop, em 2022, a Cooperacre mantém parcerias com instituições como BNDES/Fundo Amazônia, Fundação Banco do Brasil, ApexBrasil, ABDI, Embrapa, Sebrae e Sistema OCB/SESCOOP, entre outras. A articulação com movimentos sociais e organizações comunitárias, como o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), fortalece ainda mais sua atuação na promoção de uma economia de baixo carbono e de alta inclusão social.
Visão de futuro: expansão com sustentabilidade
Com base em seu Plano Estratégico 2023, a Cooperacre projeta ampliar sua infraestrutura por meio de uma carteira de investimentos estruturantes. Entre as ações previstas estão a implantação de novas unidades de beneficiamento de matérias-primas, a construção de uma usina de energia solar e a criação das Casas do Agroextrativista — centros especializados de atendimento direto às famílias produtoras.
O objetivo é qualificar a produção, ampliar a renda e consolidar a rede como um dos principais motores da bioeconomia sustentável na Amazônia.
Cultura na rua: Festival Matias de Teatro de Rua segue com programação intensa em Rio Branco
O evento, que celebra a sua sétima edição, reforça a conexão da cidade com a arte pública, oferecendo um espaço de lazer e reflexão para todas as idades. Prepare-se para uma tarde e noite cheias de emoção, risadas e histórias.
A 7ª edição do Festival Matias de Teatro de Rua segue transformando as ruas de Rio Branco em um cenário de magia e arte. Após uma estreia vibrante que envolveu o público e transformou a Praça da Revolução, no Centro da capital acreana, em um palco, a programação desta quinta-feira, 7 de agosto, promete encantar a todos com espetáculos de teatro, circo e música, trazendo a diversidade cultural de artistas locais e convidados de outros estados.
A programação, que se estende até 19 de agosto, não se restringe à capital. Também serão realizadas apresentações nos municípios de Senador Guiomard, Bujari, Plácido de Castro, Vila Campinas e Porto Acre, unindo artistas de todo o Brasil e valorizando os talentos da terra.
O coordenador-geral do projeto, Lenine Alencar, destaca a importância da diversidade cultural presente no evento. “O Festival Matias tem a característica de poder ter a participação de grupos culturais locais e de grupos das cinco regiões do Brasil. Um dos nossos objetivos é contemplar pelo menos um grupo de cada região. Neste ano, estamos com oito grupos de diversas regiões, o que nos permite dialogar com as diferentes manifestações culturais e artísticas de cada estado, traçando toda a questão dos diálogos sociais que acontecem nas cidades onde esses grupos atuam”, observou.
O evento, que celebra a sua sétima edição, reforça a conexão da cidade com a arte pública, oferecendo um espaço de lazer e reflexão para todas as idades. Prepare-se para uma tarde e noite cheias de emoção, risadas e histórias.
Confira a programação de hoje:
Praça das Crianças (bairro Parque dos Sabiás):
17h:Sinira e Chuvisco In Concert – A AcreAtiva Produções Culturais apresenta 45 minutos de pura arte, mostrando a força da cultura acreana.
18h:Era uma vez um rei – O Grupo Pombas Urbanas, de São Paulo, apresenta uma história que fará o público viajar por 40 minutos.
Praça da Revolução (Centro):
17h:Kakarecos in Solo The Tchello – O Grupo Experimental de Artes Vivartes do Acre apresenta um espetáculo de 45 minutos, cheio de criatividade e talento local.
18h:As Gineteadas do Valente Toninho Corre Mundo na Estância de Cidão Dornelles – O Grupo TIA, do Rio Grande do Sul, desembarca em Rio Branco com uma performance que promete entreter por 50 minutos.
19h:Boka – O Centro do Mundo – Gabi Benedita, de Pernambuco, encerra a noite com um espetáculo de 40 minutos, garantindo risadas e reflexão.
O Festival Matias de Teatro de Rua é uma oportunidade única para vivenciar a arte de forma gratuita e acessível. Prestigie os artistas, apoie a cultura e divirta-se com a família e os amigos.
Na página do festival, @festivalmatiasdeteatroderua, você acessa a programação completa e fica por dentro de tudo o que vai rolar.
Realização e parcerias:
O Festival Matias de Teatro de Rua 2025 é uma realização da Cia Visse e Versa/Comitê de Cultura do Acre – Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), em parceria com SESC/Acre e Federação de Teatro do Acre (FETAC).
O festival também conta com o apoio da Prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil (FGB); da Prefeitura de Senador Guiomard, por meio da Fundação Municipal de Cultura (FUNCAV); da Prefeitura do Bujari, por meio da Secretaria de Cultura Municipal; e da Prefeitura de Plácido de Castro.
O projeto também conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM/Governo do Acre); e da Fundação Nacional das Artes (FUNARTE) e Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura (MINC/Governo Federal).