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MEIO AMBIENTE

Série destaca aves raras e migratórias registradas no Horto Florestal de Rio Branco

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O quinto episódio da série Aves do Horto Florestal apresentou novos registros de espécies raras e migratórias observadas em Rio Branco, em vídeo publicado esta semana. A gravação reúne relatos do biólogo e observador de aves Ricardo Plácido e do apresentador David, que explicam por que o Horto se tornou um ponto de interesse para espécies amazônicas e para aves que cruzam o hemisfério ao longo do ano. A iniciativa busca mostrar como o parque, além de área de visitação, funciona como ambiente de conservação e abriga espécies com poucos registros científicos.

O episódio apresenta o Sabiá-da-várzea, espécie descrita pela ciência há apenas 14 anos e que tem sido registrada com frequência no local. Plácido explica que o Horto funciona como refúgio para indivíduos que ali encontram condições adequadas de alimentação e descanso, reforçando o papel do espaço para a conservação da avifauna. “Não é só um espaço recreativo, é um espaço de conservação da natureza”, afirma o biólogo ao comentar que diferentes indivíduos vêm sendo observados no parque.

Outro destaque do episódio são as aves migratórias que utilizam o Acre como rota durante os deslocamentos entre o hemisfério Norte e a Amazônia. Plácido lembra que espécies como sanhaço-vermelho, bem-te-vi-de-barriga-sulfúrea e piuí-verdadeiro-do-leste fazem paradas no Horto durante a chamada temporada neártica, período que vai de outubro a março e marca a chegada de aves que buscam clima mais ameno e alimento disponível. Registros recentes, como o do sanhaço-vermelho feito no início de novembro, reforçam a presença dessas espécies em áreas urbanas de Rio Branco. “O Horto Florestal tem se mostrado um local de refúgio para essas espécies”, explica o biólogo, que destaca o caráter raro desses encontros em território brasileiro.

Ao final do episódio, a equipe reforça a importância da observação atenta como forma de reconhecer a diversidade presente no parque. Plácido agradece o trabalho de monitoramento realizado por observadores locais e incentiva visitantes a explorar visual e sonoramente a área, onde podem ser vistas espécies residentes, raras e migratórias. O vídeo encerra anunciando que o próximo episódio, o último da série, será dedicado a uma árvore considerada especial pelos pesquisadores.

Foto: Ricardo Plácido

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Presidente da COP30 afirma que consenso é condição para avanço das negociações em Belém

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O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou nesta sexta-feira, 21 de novembro, em Belém, que os países precisam buscar consenso na reta final das negociações da conferência, marcada pela elaboração do documento que guiará a implementação do Acordo de Paris. A declaração foi feita durante a plenária informal na Zona Sul, espaço oficial da conferência, horas depois do incêndio que atingiu parte dos pavilhões.

Corrêa do Lago disse que a COP30 chega ao momento decisivo com a necessidade de cooperação entre as delegações, reforçando que não se trata de uma disputa entre vencedores e derrotados. Segundo ele, a percepção de divisão entre os negociadores precisa ser superada por meio de transparência e de soluções construídas de forma coletiva. “Não podemos nos dividir no contexto do Acordo de Paris. Essa noção de divisão nós tentamos reduzir durante esta negociação, com transparência e soluções verdadeiras que vêm das delegações”, afirmou.

Ao detalhar os objetivos da presidência brasileira, o embaixador afirmou que três metas devem ser alcançadas na conferência: fortalecer o multilateralismo, aproximar os debates da vida cotidiana e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Ele afirmou ainda que realizar o encontro na Amazônia cumpre papel estratégico ao chamar a atenção mundial para a relação entre natureza e clima. “Eu acredito que mudamos a percepção da relação entre natureza e clima”, disse.

O presidente da COP30 também destacou que a conferência reforça o que chamou de vulnerabilidade compartilhada, citando o incêndio ocorrido na quinta-feira, 20 de novembro, que destruiu parte da estrutura do evento. Segundo ele, a resposta conjunta ao episódio deve servir de referência para a fase final das negociações. “Estamos aqui juntos depois do fogo. Isso foi rapidamente controlado e contido. Isso nos lembrou da nossa vulnerabilidade compartilhada e de como instintivamente agimos juntos em momentos de crise”, declarou.

Corrêa do Lago afirmou que alcançar consenso exige esforço, mas é fundamental para a credibilidade do processo multilateral. “Sabemos o quanto há de obstáculos para colocar palavras em prática e como é muito difícil chegar a consensos. Mas nós nunca podemos esquecer que o mesmo consenso que às vezes nos exaspera fortalece este regime”, disse. Ele reiterou que a etapa final da COP30 precisa consolidar uma mensagem clara sobre financiamento, adaptação e metas climáticas, mantendo a confiança no regime internacional estabelecido pelo Acordo de Paris.

Fonte e Foto: Agência Brasil

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MEIO AMBIENTE

Na COP30, Ângela Mendes defende protagonismo dos povos da floresta

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Em entrevista à Agência Brasil durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, Ângela Maria Feitosa Mendes, filha de Chico Mendes, defendeu que o enfrentamento da crise climática só será possível com o protagonismo dos povos da floresta e criticou a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Para ela, as decisões tomadas em conferências internacionais ainda não incorporam de forma efetiva as vozes das populações que vivem nos territórios amazônicos.

Ângela coordena o Comitê Chico Mendes, criado na noite do assassinato de seu pai, em 1988, em Xapuri, Acre. O espaço nasceu do sentimento de revolta e da necessidade de impedir que o crime ficasse impune. “Foi criado por companheiros e companheiras que, sob muita dor, entenderam que era necessário mobilizar a sociedade nacional e internacional para exigir do governo brasileiro justiça contra os assassinos do meu pai”, relatou. O comitê também se tornou um instrumento de memória e mobilização em torno da luta de Chico Mendes pela defesa da floresta e dos modos de vida tradicionais.

Atualmente, as ações do comitê se concentram na formação de jovens e mulheres que vivem na Reserva Extrativista Chico Mendes, inspiradas na carta escrita por Chico pouco antes de sua morte, endereçada “aos jovens do futuro”. A carta, segundo Ângela, é o eixo de um trabalho que conecta gerações e territórios. “Em 2016, pensamos em ter essa carta como referência, uma inspiração para falar sobre a importância da juventude, sobretudo dos territórios”, explicou. A partir desse movimento, nasceu o núcleo jovem do comitê e, em 2020, o Festival Jovens do Futuro, realizado anualmente no dia 6 de setembro, data em que a carta foi escrita.

Durante a COP30, Ângela Mendes destacou que, apesar do simbolismo de sediar a conferência na Amazônia, as populações tradicionais ainda não ocupam espaço real nas decisões. “As COPs avançaram muito pouco no que diz respeito aos direitos dessas populações. Quando uma COP acontece aqui, a gente vê o tamanho do desafio para que essas pessoas acessem políticas públicas que lhes garantam viver com dignidade”, afirmou. Para ela, o reconhecimento da importância dessas populações não se traduz em políticas concretas ou em acesso a financiamentos climáticos capazes de fortalecer suas iniciativas.

Ao comentar os protestos e manifestações paralelas à conferência — como o Porongaço, organizado por populações extrativistas, e a Marcha Mundial pelo Clima —, Ângela ressaltou que esses atos mostram a vitalidade das organizações locais e o potencial de mobilização dos povos da floresta. “As autoridades perceberam que na Amazônia existe resistência e também muita produção de soluções. As respostas para essa crise precisam incluir quem está no território”, avaliou.

A ativista defendeu que o enfrentamento da crise climática passa pela construção de alianças amplas, que unam saberes tradicionais, ciência e novos modelos econômicos. “A aliança com a academia é importante, porque a ciência produz conhecimento, e há muito a ser pesquisado na Amazônia. Esse conhecimento pode gerar inovação tecnológica, mas deve partir do diálogo com quem vive aqui. É a sociobioeconomia”, disse. Ela também criticou o modelo de financiamento que privilegia grandes empreendimentos e deixa de fora os pequenos produtores e comunidades locais. “Os bancos podem repensar sua relação com os pequenos empreendedores. E as indústrias farmacêuticas e cosméticas poderiam incluir as comunidades no processo, não apenas retirar matérias-primas e lucrar com elas”, completou.

Ângela Mendes também questionou a continuidade do licenciamento para exploração de petróleo na Foz do Amazonas. “A gente fala em transição justa e em enfrentar a crise climática causada pelos combustíveis fósseis, mas o Brasil mantém projetos que caminham na direção oposta. Não faz sentido sediar uma COP na Amazônia e, ao mesmo tempo, incentivar a exploração de petróleo”, criticou. Para ela, os movimentos sociais precisam permanecer organizados e nas ruas, não apenas nas redes sociais, para pressionar por mudanças estruturais.

Sobre o atual governo, Ângela reconheceu avanços em relação à gestão anterior, mas afirmou que a sensação de impunidade e o poder do agronegócio ainda ameaçam os defensores da floresta. “Saímos de um período muito difícil, mas ainda há um sistema entranhado no poder, que defende os interesses do capital e continua matando defensores. Recentemente, duas quebradeiras de coco foram assassinadas no Pará. Isso mostra que o sistema ainda é violento e poderoso”, afirmou.

Questionada sobre como Chico Mendes veria uma COP na Amazônia, Ângela disse acreditar que ele enxergaria o evento como uma oportunidade de transformar a realidade dos povos da floresta. “A luta dele não era só pela conservação da floresta, mas pela manutenção dos modos de vida tradicionais. Ele era um lutador incansável pela justiça socioambiental”, declarou.

A líder também destacou a importância das reservas extrativistas como instrumentos de conservação e justiça social. “As reservas são territórios estratégicos. Garantem os modos de vida e funcionam como barreiras contra o desmatamento e as queimadas. Hoje, mais de 60 milhões de hectares estão protegidos por essas áreas, onde vivem mais de um milhão de famílias”, disse. Ângela encerrou afirmando que a continuidade da luta é a melhor forma de honrar o legado de Chico Mendes. “A morte dele não foi em vão. O que estamos construindo é pelo presente e pelo futuro dos que virão.”

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

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Secretário-geral da ONU alerta em Belém que falhar na meta de 1,5°C é condenar milhões à perda e à fome

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Durante a COP30, realizada em Belém (PA) nesta quinta-feira (20), o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou que a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C é uma linha que o mundo não pode cruzar. O apelo, feito diante de líderes e negociadores, reforçou a necessidade de compromisso político e financeiro para enfrentar a crise climática. “Engajem nas discussões com boa-fé. Manter a meta de 1,5°C deve ser a sua única linha vermelha”, disse Guterres, pedindo que o novo acordo da conferência garanta proteção às populações afetadas e amplie o financiamento para adaptação.

O secretário-geral destacou que o debate sobre adaptação é central nesta edição da conferência, por envolver a sobrevivência de comunidades inteiras diante de desastres climáticos cada vez mais frequentes. “Para milhões, a adaptação não é um objetivo abstrato. É a diferença entre reconstruir e ser levado pela correnteza, entre replantar e morrer de fome, entre permanecer em terras ancestrais ou perdê-las para sempre”, afirmou. Ele alertou que as necessidades de adaptação estão aumentando rapidamente e que o overshoot — ultrapassar temporariamente o limite de 1,5°C — ampliará os impactos extremos.

Guterres defendeu que o financiamento para adaptação seja triplicado até 2030 e cobrou mais empenho dos países desenvolvidos e das instituições financeiras internacionais. “Exorto todos os financiadores, parceiros bilaterais, fundos climáticos e bancos multilaterais de desenvolvimento a intensificarem seus esforços e evitarem novas tragédias. Trata-se de sobrevivência”, afirmou.

Segundo dados da ONU, o financiamento atual para adaptação nos países em desenvolvimento foi estimado em US$ 26 bilhões em 2023. O valor necessário até 2035 deve chegar a até US$ 365 bilhões anuais, o que exigirá multiplicar por doze o volume de recursos. Delegações de países mais pobres reiteraram durante a COP30 a urgência de ampliar esses fundos, apontando que o ritmo das negociações ainda é insuficiente diante da escala dos impactos.

Questionado sobre a ausência dos Estados Unidos na conferência e a decisão do presidente Donald Trump de retirar o país novamente do Acordo de Paris, Guterres respondeu: “Estamos te esperando”. Em tom de otimismo, acrescentou: “A esperança é a última que morre”.

O discurso de Guterres reforçou o papel simbólico de Belém como palco da COP30 e evidenciou o contraste entre a lentidão diplomática e a velocidade das mudanças climáticas. Ao defender a meta de 1,5°C como inegociável, o secretário-geral apontou que a resposta global precisa ser imediata e coletiva, sob o risco de comprometer a segurança alimentar, os territórios e o futuro de milhões de pessoas.

Com informações da Folha de São Paulo / Foto: © UNFCCC/Kiara Worth.

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