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Sistema de reuso aumenta eficiência no uso da água na irrigação de hortaliças

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Um sistema desenvolvido pela Embrapa Agroindústria Tropical elevou em 61% a eficiência do uso da água na irrigação de hortaliças, segundo resultados de pesquisas realizadas na Serra da Ibiapaba, no Ceará. A tecnologia, que trata e reutiliza a solução nutritiva drenada em cultivos sem solo, foi testada em plantios comerciais de tomate tipo grape e hidropônicos de folhosas, com impacto direto no consumo de água, fertilizantes e energia elétrica, além de reduzir o descarte de efluentes no meio ambiente.

O estudo foi conduzido para responder ao desafio crescente de uso racional da água em regiões onde a produção de hortaliças depende majoritariamente de aquíferos subterrâneos. O pesquisador Fábio Miranda explica que o cultivo irrigado em substrato exige aplicação diária de água acima da necessidade das plantas para manter a salinidade sob controle, o que gera perdas que podem chegar a 30%. Segundo ele, a reutilização da solução drenada permite reduzir o descarte, diminuir a dependência hídrica e otimizar o uso de fertilizantes. “O aproveitamento da solução recolhida de uma planta doente pode contaminar todo o cultivo. Para evitar esse problema, incorporamos processos de tratamento que garantem a reutilização com segurança”, afirma.

Nos testes realizados em estufa comercial com 2.500 metros quadrados, a comparação entre cultivos com e sem reuso mostrou redução de 25% no volume de água efetivamente utilizada na irrigação. A produção de tomate atingiu 18,6 quilos por metro cúbico no sistema com reuso, frente a 11,5 quilos no manejo convencional. O consumo de fertilizantes caiu 29%, equivalente a 900 quilos economizados em um ciclo de 180 dias, o que também representou redução de 24% nos custos do insumo. Para Miranda, o investimento inicial maior é compensado ao longo da produção. “Os custos com implantação são compensados pela redução de despesas com os insumos e, com o tempo, essa economia passa a constituir receita”, explica.

O sistema utiliza filtros de areia de filtragem lenta, tubulações e bombonas de baixo custo, seguidos de esterilização ultravioleta. Cada unidade filtra até 125 litros de solução por hora, e filtros paralelos podem ser ativados conforme o volume necessário. A tecnologia passou por testes microbiológicos no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa, incluindo soluções contaminadas com esporos de Fusarium, e apresentou eliminação total de patógenos. O pesquisador Marlon Valentim destaca que tanto a filtragem lenta quanto o tratamento UV têm capacidade de remover micro-organismos. “O sistema de reuso é vantajoso para o produtor, mas é importante considerar a possibilidade de presença de patógenos e realizar o tratamento adequado”, observa.

A pesquisa também apontou resultados ambientais. Na região da Ibiapaba, onde a captação subterrânea é predominante, a reutilização da solução nutritiva reduz a pressão sobre poços e diminui o descarte de resíduos líquidos no solo. O pesquisador Marlos Bezerra explica que o sistema contribui para evitar contaminações. “A eliminação ou redução do descarte desse líquido no solo tem impactos ambientais expressivos por reduzir riscos de contaminação de águas subterrâneas e mananciais”, diz.

A coleta de água de chuva integrada ao sistema ampliou a autonomia hídrica dos cultivos avaliados. Em estufas de 2.500 metros quadrados, o volume captado foi suficiente para atender toda a irrigação de tomateiros durante dois ciclos anuais. Segundo Bezerra, a prática pode ser incorporada pelos produtores da região e de outros estados como forma de reduzir custos e dependência de fontes subterrâneas.

Desde março de 2025, a tecnologia foi adotada também pela empresa Forteagro, em Guaraciaba do Norte, que instalou uma vitrine tecnológica para difusão do sistema em cultivos de folhosas. O proprietário, Gutenberg Pinto, afirma que a iniciativa busca fortalecer a produção local. “Queremos expandir o cultivo protegido para toda a região de Ibiapaba, agregando o conceito de sustentabilidade e criando um espaço para aprendizagem de produtores e técnicos”, declara.

A Embrapa considera a tecnologia pronta para transferência e observa potencial de adaptação para diferentes culturas hidropônicas e regiões do país.

Fonte: Embrapa

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Turbidez recorde do Rio Acre obriga redução no abastecimento de água em Rio Branco

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A Prefeitura de Rio Branco informou que o aumento da turbidez no Rio Acre tem comprometido a captação e o tratamento de água desde 11 de outubro. As chuvas intensas que marcam o início do inverno elevaram o nível de partículas em suspensão e a presença de balseiros, o que obrigou o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) a reduzir a produção para garantir a qualidade do abastecimento na cidade.

Em condições normais, as Estações de Tratamento de Água (ETAs) I e II operam com turbidez inferior a 800 NTU (Unidade Nefelométrica de Turbidez) e produzem até 1.600 litros por segundo. No entanto, os registros mais recentes apontaram picos de 3.850 NTU no dia 14 de novembro, o maior índice desde 2022. Para evitar o comprometimento da potabilidade, a produção foi reduzida em até 30%, alcançando em alguns dias apenas 1.280 litros por segundo.

Nos últimos 40 dias, em 18 deles houve necessidade de corte de 20% na vazão. Além disso, o acúmulo de balseiros — troncos e detritos que descem o rio com a correnteza — tem dificultado a operação dos equipamentos de captação, exigindo manutenção constante. O Saerb informou que, neste mês, a turbidez superou 1.320 NTU por sete dias consecutivos, número considerado fora dos padrões históricos do período chuvoso.

De acordo com o órgão, a produção atual é de 1.405 litros por segundo, o que corresponde a 87,8% da capacidade total das ETAs. A autarquia reforçou que não é possível aumentar a vazão enquanto os índices de turbidez permanecerem elevados, pois isso comprometeria o padrão de qualidade da água distribuída. “Estamos operando dentro dos limites técnicos possíveis e monitorando o sistema em tempo real. Assim que as condições do rio melhorarem, a produção será ajustada”, informou o Saerb.

A Prefeitura destacou que a situação decorre de fenômenos naturais e que as equipes seguem mobilizadas para manter a regularidade do fornecimento. A gestão municipal orienta os moradores a economizar água durante o período e reafirma o compromisso com a transparência e a segurança no serviço.

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Deracre e Ministério Público realizam inspeção final na Ponte da Sibéria em Xapuri

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O Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) e o Ministério Público do Acre realizaram nesta quarta-feira, 19, uma vistoria técnica na obra da Ponte da Sibéria, em Xapuri, para verificar o andamento das etapas conclusivas antes da entrega prevista para o próximo domingo, 23. A inspeção ocorreu no local da construção, onde foram avaliados os serviços executados e os elementos estruturais já finalizados.

Durante a visita, a presidente do Deracre, Sula Ximenes, apresentou ao Ministério Público informações técnicas sobre o estágio atual da obra, incluindo os processos em andamento e as estruturas concluídas. Ela afirmou que o acompanhamento institucional integra o processo de fiscalização. “A vistoria consolida o compromisso do Deracre com a transparência e o rigor técnico. Trabalhamos com responsabilidade em cada etapa para garantir uma entrega segura e alinhada às diretrizes do governo”, declarou.

O promotor de Justiça Renan Augusto Batista analisou diretamente a execução dos serviços e os aspectos estruturais finalizados. Ele destacou que a presença no canteiro permite verificar o cumprimento das normas e do planejamento apresentado pelo Deracre. “A inspeção possibilita acompanhar a obra de forma precisa e verificar o cumprimento das normas e do planejamento apresentado. O trabalho executado demonstra organização e responsabilidade técnica do Deracre”, afirmou.

A entrega da ponte está prevista para domingo, 23, conforme informado durante a vistoria. O acompanhamento conjunto entre Deracre e Ministério Público reforça os mecanismos de controle público aplicados à construção da estrutura e marca a fase final de um empreendimento esperado pela população de Xapuri.

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Iapen e programa Presídios Leitores inauguram biblioteca em presídio de Sena Madureira

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Com o objetivo de incentivar a leitura e contribuir para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) e o programa Presídios Leitores inauguraram na quarta-feira, 19, uma biblioteca na Divisão de Estabelecimento Penal de Sena Madureira. A ação teve apoio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), da Universidade Federal do Acre (Ufac), do Instituto Federal do Acre (Ifac), do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) e da Academia Acreana de Letras.

A nova biblioteca conta com um acervo de 649 livros disponíveis aos cerca de 300 internos participantes do projeto Presídios Leitores. A iniciativa integra as políticas de educação e reintegração social aplicadas pelo sistema penitenciário acreano, que busca oferecer oportunidades de formação e desenvolvimento pessoal dentro das unidades prisionais.

O detento identificado como V.C.S., formado em pedagogia e participante do projeto, relatou que a leitura tem contribuído para lidar com as dificuldades da rotina carcerária. “É uma forma de a gente se distrair também, né? Poder o tempo passar, porque não é fácil a gente estar assim. A gente que era livre lá fora, está aqui, mas está sendo gratificante”, afirmou.

A vice-coordenadora do programa Presídios Leitores, Maria Ana da Silva Morais Lima, destacou o papel da literatura no processo de transformação pessoal. “Nós acreditamos que uma biblioteca passa a ser uma porta, uma porta que pode transformar a vida de alguém, alguém que queira, a partir da leitura, ser transformado pela educação”, declarou.

O chefe da Divisão de Estabelecimento Penal de Sena Madureira, Francisco Alex Nascimento de Souza, afirmou que a nova estrutura representa mais uma ferramenta importante para a garantia do direito à educação. “É mais uma ferramenta importante para garantir a ressocialização dos apenados e o direito à educação. Agradeço todos os parceiros e, em especial, toda a equipe da unidade prisional”, disse.

O presidente do Iapen, Marcos Frank Costa, ressaltou o compromisso da gestão com a recuperação e reintegração social das pessoas privadas de liberdade. “Existem pessoas que se colocam à margem da sociedade, mas existem outras que decidem tomar um rumo diferente, e essas pessoas merecem nossa atenção. Ainda que seja um, toda essa estrutura para que seja proporcionada a garantia do ensino vai valer a pena o esforço de toda a gestão”, afirmou.

O projeto Presídios Leitores, desenvolvido em diferentes unidades do Acre, tem como base o incentivo à leitura como instrumento de educação e mudança social. A leitura é reconhecida como atividade de remição de pena pela legislação brasileira, podendo reduzir o tempo de cumprimento conforme a participação em programas de leitura avaliados e certificados pelas instituições envolvidas.

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