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MEIO AMBIENTE

Audiência pública discute crise hídrica no Acre com participação de Marina Silva

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No dia 17 de setembro, às 8h30, será realizada uma audiência pública no auditório da Associação dos Municípios do Acre (AMAC), com o objetivo de debater soluções para a crise hídrica que afeta o estado. O evento contará com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir o impacto das secas e inundações que vêm ocorrendo no Acre.

A crise hídrica tem causado danos significativos às comunidades locais, afetando o fornecimento de água e a economia da região. O debate tem como propósito encontrar medidas para mitigar os efeitos das secas e das enchentes, buscando soluções que possam atender tanto o meio urbano quanto rural.

Durante a audiência, representantes de diferentes setores da sociedade civil, especialistas em meio ambiente e líderes comunitários estarão presentes para colaborar na busca de estratégias viáveis. A participação popular é vista como crucial para o sucesso das discussões.

A crise hídrica no Acre tem sido uma preocupação recorrente, exigindo ações coordenadas entre o governo federal, estadual e municipal. O evento surge como uma tentativa de alinhar esses esforços em prol da população e do desenvolvimento sustentável da região.

Foto: Agência Brasil

MEIO AMBIENTE

Calor pode inviabilizar cultivo de alface em campo aberto no Brasil até 2100, aponta Embrapa

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Mapas de risco climático elaborados pela Embrapa Hortaliças indicam que o cultivo de alface em campo aberto pode se tornar inviável em praticamente todo o território brasileiro até o fim do século, cenário divulgado em 2 de setembro de 2025 e construído com dados do Inpe e modelos utilizados pelo IPCC. A avaliação aponta risco alto ou muito alto em grande parte do País, com o verão como período mais crítico.

O estudo considerou dois cenários de clima futuro, um com controle parcial das emissões e outro com aumento contínuo até 2100, ambos desfavoráveis ao cultivo tradicional. Em faixas do território, as temperaturas no verão podem ultrapassar 40 °C, acima do ideal para a cultura. A análise foi estruturada por quatro intervalos temporais — do presente a 2040, de 2041 a 2070 e de 2071 a 2100 — comparados ao período histórico de 1961 a 1990.

Entre as consequências do calor estão desordens fisiológicas. A queima de borda (tipburn) está associada à deficiência de cálcio sob altas temperaturas e excesso de umidade, com surgimento de manchas escuras nas folhas. Temperaturas médias acima de 25 °C favorecem o florescimento precoce, com perda de padrão comercial por alongamento do caule, redução do número de folhas e maior produção de látex.

Como alternativas de adaptação, os pesquisadores citam o uso de cultivares mais tolerantes ao calor e sistemas de cultivo protegido. Segundo o pesquisador da Embrapa Carlos Eduardo Pacheco, “compreender como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alface, em um país tropical como o Brasil, é essencial para desenhar estratégias de adaptação. Isso permite antecipar impactos e evitar prejuízos”. A equipe também planeja nova fase do trabalho com dados mais precisos e uso de inteligência artificial para ampliar o mapeamento.

Os resultados têm impacto sobre o planejamento da cadeia produtiva, com tendência de redução da janela de plantio ao ar livre, necessidade de investimento em estruturas protegidas, ajuste de calendários e seleção de materiais genéticos por tolerância térmica, especialmente nas regiões e períodos em que o risco é classificado como alto ou muito alto.

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MEIO AMBIENTE

Amazônia perde 52 milhões de hectares em 40 anos; governo lança monitoramento diário

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O bioma Amazônia perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2024 e, no mesmo dia em que os dados foram divulgados, o Ministério do Meio Ambiente e o Inpe anunciaram o Deter Não Floresta, sistema de monitoramento diário que amplia a vigilância para áreas não florestais; a iniciativa busca acelerar a resposta de fiscalização na região.

A análise do MapBiomas indica que a conversão de vegetação nativa corresponde a 13% do território do bioma e que, somado ao que já havia sido alterado, a Amazônia tinha 18,7% de vegetação nativa perdida em 2024. Pastagens passaram de 12,3 milhões para 56,1 milhões de hectares no período, enquanto a agricultura saltou de 180 mil para 7,9 milhões de hectares. A silvicultura cresceu 110 vezes, de 3,2 mil para 352 mil hectares, e a mineração avançou de 26 mil para 444 mil hectares. Segundo os pesquisadores, 83% da supressão ocorreu nos últimos 40 anos, com maior impacto sobre formações florestais, que somaram 49,1 milhões de hectares do total removido.

A soja responde por 74,4% da área agrícola do bioma, com 5,9 milhões de hectares em 2024. Após a Moratória da Soja, 4,3 milhões de hectares passaram a ser usados pela cultura, sendo que 3,8 milhões cresceram sobre áreas já convertidas; a conversão direta de formação florestal para soja foi de 769 mil hectares no período 2008–2024. “A Amazônia brasileira está se aproximando da faixa de 20% a 25% prevista pela ciência como o possível ponto de não retorno do bioma, a partir do qual a floresta não consegue mais se sustentar”, disse o pesquisador Bruno Ferreira. Ele acrescentou que as áreas úmidas apresentam retração, com 2,6 milhões de hectares a menos de superfícies de água entre 1985 e 2024.

No mesmo contexto, o MMA e o Inpe lançaram o Deter Não Floresta (Deter NF), que amplia o monitoramento diário para campos naturais, savanas e zonas de transição, cerca de 20% do bioma. Os alertas são públicos e gratuitos na plataforma TerraBrasilis. “Estamos fechando uma lacuna crítica no monitoramento. Onde antes tínhamos um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso democratiza o acesso à informação e fortalece imensamente a ação do Estado”, afirmou André Lima, secretário extraordinário do MMA. O Inpe informou que o sistema usa imagens de satélite e técnicas de aprendizado de máquina e que a meta é expandir para outros biomas. “Aplicamos técnicas avançadas de processamento de imagens com o uso de métodos de aprendizagem por máquina para criar um sistema robusto e confiável”, disse Cláudio Almeida, coordenador do BiomasBR.

Dados recentes do Deter apontam queda de 36,6% nos alertas de desmatamento na Amazônia Florestal em agosto, na comparação anual, e aumento de 8% nas áreas não florestais; no Cerrado, a redução foi de 27,3% e, no Pantanal, de 16,8%. O governo cita ainda ações de coordenação, como a Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento, investimentos para fiscalização com drones e helicópteros e apoio do Fundo Amazônia, com a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2030. “Já podemos perceber alguns dos impactos dessa perda de cobertura florestal”, disse Ferreira, ao apontar a intensificação de anos secos na última década.

O estudo registra que 2% do remanescente verde da Amazônia corresponde a vegetação secundária em regeneração, cerca de 6,9 milhões de hectares, e que 88% do desmatamento de 2024 recaiu sobre vegetação primária e 12% sobre áreas em regeneração. As informações sustentam medidas de controle e ordenamento territorial e serão usadas pelos órgãos de fiscalização para orientar operações contra desmatamento, expansão irregular de fronteiras agrícolas e garimpo ilegal.

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MEIO AMBIENTE

Desmatamento responde por 75% da queda de chuvas na Amazônia, diz estudo

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Pesquisadores brasileiros estimaram que 75% da redução das chuvas na Amazônia entre 1985 e 2020 decorre do desmatamento, e 25% está associada às mudanças climáticas globais; o trabalho foi publicado na revista Nature Communications e analisou a estação seca do bioma.

O estudo combinou séries históricas de precipitação e de temperatura máxima com dados de uso do solo da plataforma MapBiomas e concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e metano, para separar a contribuição de fatores locais e globais na variabilidade das chuvas. Os autores relatam que o aquecimento dos dias mais quentes na estação seca chegou a 2 °C desde 1985; nesse recorte, 16,5% do aumento das temperaturas máximas é atribuído à perda de cobertura vegetal, e o restante ao forçamento climático global.

Os pesquisadores destacam que a alteração do regime de chuvas não se limita ao Norte. A umidade reciclada pela floresta por evapotranspiração alimenta precipitações no interior do país e os reservatórios do Sul e Sudeste. “Sem a floresta para reciclar vapor ao longo do caminho, há impactos na chuva de outras regiões”, disse o professor Luiz Machado, do Instituto de Física da USP.

Na avaliação de impacto e de resposta, os autores afirmam que os efeitos do desmatamento sobre precipitação e temperatura são mais intensos nos primeiros 10% a 40% de cobertura vegetal perdidos, o que coloca medidas de controle e restauração no centro das discussões prévias à COP30 em Belém. “Os nossos resultados deixam muito claro que a preservação da floresta é fundamental”, disse o pesquisador Marco Franco, da USP. Em relação à distribuição espacial dos impactos, “regiões mais desmatadas têm, durante a estação seca, temperaturas máximas mais altas e precipitações mais baixas”, afirmou Franco.

As conclusões sustentam políticas de redução do desflorestamento e de restauração para mitigar perdas de precipitação na Amazônia e em áreas dependentes do chamado “voo” da umidade da floresta. Para setores como agricultura e geração hidrelétrica, os resultados indicam que mudanças no uso do solo no bioma amazônico afetam disponibilidade de água e previsibilidade de chuvas no Centro-Sul, com efeitos sobre produção e operação de reservatórios.

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