Comitiva de dirigentes de cooperativas do Acre e de Santa Catarina estiveram no município de Mâncio Lima no último sábado, 23, para visita técnica e intercâmbio com o objetivo de conhecer a experiência da cultura do café desenvolvida por produtores da Cooperativa dos Cafeicultores do Vale do Juruá – Coopercafé.
A Coopercafé foi instituída em 2021 e tem atualmente mais de 100 produtores de café associados, a cooperativa já contabiliza mais de um milhão e oitocentos mil pés de café plantados.
A iniciativa, segundo o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre, Valdemiro Rocha, se deve em razão da revolução que está acontecendo em Mâncio Lima com a produção de café.
“Nosso propósito foi apresentar aos diretores do Sistema OCB, que são também presidentes de cooperativas dos ramos saúde, agropecuário, crédito, de trabalho, entre outros, o que está acontecendo de bom na Coopercafé, uma cooperativa nova, com apenas três anos de fundação, mas que já apresenta excelentes resultados. Já temos outros casos de sucesso no Juruá com a produção de farinha e agora a produção do café está despontando, além disso, foi uma oportunidade de troca de experiências entre os diversos ramos do cooperativismo que tem crescido e se desenvolvido muito no Acre nos últimos anos, voltamos muito satisfeitos com tudo o que vimos!”, ressaltou.
O ex-senador da República Sibá Machado, que atualmente presta assessoramento técnico para algumas cooperativas do estado, demostrou otimismo com o processo produtivo do café no Vale do Juruá.
“Nos próximos dez anos o Acre deverá ter cerca de cinco mil hectares de café Robusta Amazônico plantados, o que pode gerar uma renda em torno de R$60 a 70 milhões de reais na agricultura familiar, e desde já estou muito alegre e feliz com o resultado deste trabalho que está sendo efetuado no nosso estado”, disse.
Admir Antônio Teston, membro do Conselho de Administração da CooperAlfa, de Chapecó em Santa Catarina, destacou de maneira positiva o trabalho desenvolvido na Coopercafé e na região do Juruá.
“Gostei muito da região, aqui é muito próspero e tem tudo para evoluir principalmente na questão do café que está no caminho certo, o cooperativismo tem que estar no sangue de todos aqueles que querem prosperar e ter uma qualidade de vida boa, uma renda boa e seguir em frente com suas atividades”, pontuou.
O Diretor do Ramo Trabalho da OCB e presidente da Servicoop, Aloísio Inácio, destacou que a experiência foi muito boa, porque viu que a cooperativa está se desenvolvendo através do café.
“Com certeza vai ser uma grande cooperativa, porque o caminho que ela está trilhando é o caminho da excelência, garantindo boa qualidade do seu produto e que principalmente tem mercado para o ano todo”, ressaltou.
O anfitrião, presidente da Coopercafé, ex-deputado Jonas Lima, agradeceu e parabenizou a equipe da OCB pela iniciativa da visita técnica e do intercâmbio entre as cooperativas.
Jonas Lima, o anfitrião e presidente da Coopercafé, expressou sua gratidão e estendeu seus parabéns à equipe da OCB pela valiosa iniciativa de promover a visita técnica e facilitar o intercâmbio entre as cooperativas.
“Quero agradecer em nome do presidente Valdemiro Rocha a todos que participaram do intercâmbio no Vale do Juruá, uma oportunidade singular de trocar experiências com presidentes de cooperativas que já estão há bastante tempo em atuação nas diversas áreas, pudemos apresentar um pouco do nosso trabalho na Coopercafé e trocar experiências com os visitantes.
Participaram do intercâmbio no Vale do Juruá Manoel Valdemiro Francalino da Rocha, Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre – OCB AC; Edilson Alves de Araújo, Vice-presidente da CapitalCredi e Presidente da Cooperbeef, Secretário-geral da OCB AC e Diretor do Ramo Agropecuário da OCB AC; Jorge Melo de Lima, Presidente da Coopermóveis, Diretor do Ramo Produção da OCB AC; Aloísio Inácio da Silva, Presidente Servicoop, Diretor do Ramo Trabalho da OCB AC; Sebastião Machado de Oliveira – colaborador da Cooperacre, Coopel e Coopercafé; Admir Antônio Teston – Membro do Conselho de Administração da CooperAlfa, em Chapecó, Santa Catarina; Rodrigo Forneck – Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB/Sescoop Acre, também participou do encontro de por videoconferência o presidente da Unimed Rio Branco, Diretor do Ramo Saúde da OCB, Antônio Hebert Militão.
Texto: Bruna Rosa e Andréia Oliveira Fotos: Comunicação Prefeitura de Mâncio Lima
Nos dias 20 e 21 de junho, a Prefeitura de Rio Branco e a Igreja Batista Moriá promoveram uma ação social no bairro João Eduardo I, com a oferta de serviços de saúde, assistência social e distribuição de alimentos. A iniciativa atendeu dezenas de famílias em situação de vulnerabilidade.
Mesmo durante o ponto facultativo, estruturas foram montadas para garantir o funcionamento das atividades. Profissionais da saúde e da assistência social prestaram atendimento diretamente no bairro.
O prefeito em exercício, Alysson Bestene, esteve presente e ressaltou a proposta da gestão municipal de aproximar os serviços públicos das comunidades. Foram oferecidos atendimentos médicos e sociais, exames, vacinação e serviços odontológicos.
A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou atendimentos de clínica geral, pediatria, nutrição, exames como eletrocardiograma e espirometria, além de ações de prevenção e orientação. Também foram realizados cadastros e atualizações do Bolsa Família, CadÚnico e orientações previdenciárias.
O secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, afirmou que a descentralização dos serviços de saúde faz parte das diretrizes da pasta, com foco em ações fora das unidades tradicionais.
A Igreja Batista Moriá participou da mobilização por meio de voluntários e da coordenação local. O pastor Jobson Farias declarou que a igreja atuou como apoio na execução da ação e no atendimento aos moradores.
Durante os dois dias, moradores como Eliane Matias, mãe de um bebê, puderam acessar serviços de saúde de forma direta, sem necessidade de deslocamento para outras regiões.
Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), Ronald Polanco, Naluh Gouveia e Dulce Benício, divulgaram uma nota pública nesta quarta-feira (19) em defesa da atuação dos órgãos ambientais federais no cumprimento de decisão judicial que resultou na apreensão de gado dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. A manifestação também rechaça os ataques dirigidos à ministra Marina Silva e à atuação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com os conselheiros, a operação foi realizada em estrito cumprimento de ordem judicial da Justiça Federal, respeitando o devido processo legal, com ampla defesa às partes envolvidas. “A apreensão de gado na área protegida não foi fruto de arbitrariedade, mas de determinação judicial, como exige o devido processo legal em um país que se pauta pela ordem jurídica”, afirmam.
A nota alerta para a escalada de tensões promovida por setores políticos e econômicos que, segundo os signatários, vêm estimulando a população contra a aplicação da lei. O episódio mais recente, apontam, foi a tentativa de retirada forçada de gado apreendido, o que classificam como “rompimento do limite da legalidade” e um ato de “banditismo” incompatível com a democracia.
“Ao tentar, à força, retomar bens apreendidos pela Justiça, rompe-se o limite da legalidade e se entra no campo do banditismo – comportamento incompatível com a democracia e que jamais deveria ser aplaudido por agentes públicos”, enfatizam os conselheiros.
Eles destacam ainda que o debate sobre o modelo de desenvolvimento do Acre é legítimo e necessário, mas precisa ocorrer de forma responsável e com base na Constituição Federal. A Reserva Extrativista Chico Mendes, segundo o texto, “não é um entrave ao desenvolvimento, mas sim uma área estratégica para a manutenção do clima, da biodiversidade e da segurança hídrica em todo o Vale do Acre”.
Os conselheiros também abordam o problema agrário do estado, argumentando que não se trata de falta de terra, mas de má distribuição e uso ineficiente das áreas já desmatadas. “Vastas áreas ao longo da BR-364 seguem improdutivas ou voltadas à especulação fundiária”, criticam.
Por fim, o documento faz um apelo à sociedade e às lideranças políticas pelo respeito à legalidade e à preservação ambiental. “O Acre precisa de racionalidade, de políticas públicas baseadas em ciência, de diálogo institucional e de compromisso com o bem comum. O respeito à Justiça e às leis é a base da convivência democrática.”
A nota conclui com um chamado à união em defesa da floresta, da legalidade e dos direitos das futuras gerações:
“Defender a floresta, a Justiça e o Estado de Direito é defender o povo acreano e seu direito a uma vida decente e a um futuro digno e próspero.”
Preocupado com os impactos da Operação Suçuarana, do ICMBio, e os recentes conflitos na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, o senador Sergio Petecão (PSD-AC) se reuniu, nesta quarta-feira (18), com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires. O encontro foi marcado por um entendimento aberto, com o objetivo de esclarecer os fatos e buscar soluções equilibradas para a situação das famílias que vivem na reserva.
“Tivemos uma conversa franca com o presidente Mauro Pires. Tirei muitas dúvidas e ouvi a versão do órgão. Meu papel é esse: buscar o entendimento, procurar outros órgãos, se for preciso, para garantir os direitos das pessoas que moram na reserva. Temos problemas? Temos. Acredito, porém, que com trabalho a gente conseguirá amenizar o sofrimento dessas famílias”, afirmou Petecão.
Destacou ainda que o diálogo precisa prevalecer, com transparência e compromisso com quem mais precisa. “O melhor caminho é o entendimento. Às vezes, a verdade não agrada, mas meu mandato é para ajudar a todos, principalmente os que mais sofrem”, completou.
Durante a reunião, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, explicou que a operação em andamento se concentra em casos específicos e graves, e não em famílias tradicionais da reserva. Segundo ele, a ação foi precedida por diversas notificações ao longo dos últimos anos.
“O que está acontecendo é uma operação de fiscalização em duas áreas específicas da Resex. Uma, foi notificada pela primeira vez em 2011 e a outra, em 2016. Foram várias notificações para a retirada voluntária do gado, mas as ordens não foram cumpridas. Essas áreas estão ocupadas por pessoas que não são extrativistas tradicionais. São grandes criadores, com 200, 300 cabeças de gado, prática incompatível com os objetivos da reserva”, esclareceu Pires.
O presidente reforçou que a atuação do órgão é pautada pela lei e tem como foco a preservação ambiental e a proteção das comunidades extrativistas que vivem na região há gerações.
“A Resex Chico Mendes tem mais de 3 mil famílias que vivem ali de forma sustentável. A reserva permite a agricultura de subsistência, a pequena criação de animais. O que estamos combatendo são grandes ocupações ilegais, muitas vezes com decisão judicial favorável ao ICMBio. Não se trata de expulsar pequenos produtores. É garantir que essa área pública cumpra sua função social e ambiental”, afirmou.
A Reserva Chico Mendes, criada nos anos 1990, possui cerca de 970 mil hectares e exerce papel fundamental na preservação ambiental do Acre, especialmente no equilíbrio do ciclo das águas do Rio Acre.