O Sesc no Acre realiza, na quarta-feira, 20, às 19 horas, a abertura oficial da exposição Mama Tuyuka da artista plástica e grafiteira Wira Tini. As obras revelam a grandeza de cada mãe dos povos originários da Amazônia. A exposição ficará disponível até o dia 20 de outubro, na Galeria de Artes do Sesc no Centro, e a entrada é gratuita.
Mama Tuyuka, Mãe Terra para o povo Kokama, representa aquela que sustenta tudo ao seu redor, que cuida, protege e alimenta. A exposição Mama Tuyuka traz uma série de telas em canvas, papel e madeira, marcadas por traços expressionistas em uma combinação única de spray (do graffiti) e acrílica (das artes plásticas). As obras de Wira Tini trazem em cores, reflexos, texturas, narrativas e traços, a força das mulheres relacionada à Mãe Terra.
Oficina
No projeto será realizada uma oficina pela artista no dia 19 de setembro no horário das 14 horas às 18 horas com o título “História do Brasil e do mundo no graffiti feminino”, no dia 19 de setembro, com inscrições on line https://forms.office.com/r/tXwHx5dvJi
Wira Tini é manauara e se divide entre trabalhos na capital amazonense e em São Paulo, onde é representada por uma galeria de arte urbana com matriz no Beco do Batman, point do graffiti paulistano. Street artist/grafiteira desde os 16 anos, a artista tem sólida experiência no movimento de arte urbana nacional, além de coordenar diversos eventos nacionais e internacionais voltados para a divulgação do graffiti, especialmente do trabalho realizado por artistas mulheres.
Durante a pandemia do novo coronavírus, o isolamento causou sentimentos conflitantes que levaram a artista a vivenciar a transição de grafitar muros para pintar em telas, papel e objetos. O momento de dificuldades e reflexão também levou a artista a se voltar para histórias da família e se ver e reconhecer como ribeirinha e indígena do povo Kokama.
Como resultado, deste momento pós-pandemia, Wira Tini realizou sua primeira exposição solo em Manaus. Numa produção profícua e constante, que acelerou durante a pandemia, a artista não parou de criar e produzir, sempre com muito estudo, pesquisa em história da arte universal, especialmente a pesquisa baseada em fotógrafos indígenas dos séculos 20 e 21, e criou seu próprio processo de criação, no qual condensa suas pesquisas com as memórias de batalhas pessoais narradas de geração em geração pelas mulheres de sua família.
Wira Tini nasceu Sarah, recentemente se descobriu Wira Tini (pássaro branco) em Kokama e agora traz para o Sesc a mistura muito brasileira, que transborda em diferentes linguagens artísticas, técnicas e materiais.
Sua arte passa ao público valores e sentimentos da luta pela visibilidade das mulheres do Norte, principalmente, mulheres ribeirinhas e as mulheres originárias indígenas, as inspiradoras da exposição Mama Tuyuka.
Departamento de Comunicação do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac
O Acre marcou presença na 51ª edição da Expo Abav, realizada em Brasília, com a apresentação de suas potencialidades turísticas focadas no ecoturismo, etnoturismo e turismo de base comunitária. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), é um dos principais do setor, reunindo representantes nacionais e internacionais do trade turístico.
A Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete) do Acre, com o apoio do Programa REM e do Sebrae, organizou um estande para promover o turismo acreano e suas experiências culturais e naturais. Agências e pequenos empreendedores locais participaram do evento, buscando ampliar suas redes de contatos e estabelecer novos negócios.
Victor Pontes, da Ayshawã Travel, que trabalha com etnoturismo e turismo de vivência, destacou a importância do evento para expandir o alcance de seus serviços. “Fizemos contato com agências da Itália, Portugal e Alemanha, tivemos um bom retorno e em breve teremos novidades com o fechamento de contratos”, afirmou.
Além dos negócios, o evento possibilitou a promoção de produtos locais, como o Café Raízes da Floresta, produzido na Reserva Extrativista Chico Mendes, e novas oportunidades para o fortalecimento da cadeia turística do estado.
A Expo Abav, realizada de 26 a 28 de setembro, foi considerada uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento do turismo sustentável no Acre, atraindo operadores e agentes de diversos países.
O documentário “Povos do Juruá” mergulha na resistência dos povos indígenas da região do Rio Juruá, no Acre, que há décadas enfrentam a pressão para exploração de suas terras e na destruição de suas florestas. Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), é a voz central deste relato, expondo a luta histórica e os desafios contemporâneos vividos por essas comunidades.
A OPIRJ, fundada nos anos 1990, nasceu da urgência de garantir os direitos territoriais dos povos indígenas da região, a partir de movimentos organizados por lideranças indígenas históricas. Piyãko destaca a importância da organização como ferramenta de articulação e resistência: “Graças à nossa coragem, creio que a gente tem um lugar ainda, nem que seja do tamanho da nossa força, mas é um lugar seguro para a gente morar com as nossas crianças.” O documentário revela como a OPIRJ tem sido fundamental para unir as comunidades e fortalecer o diálogo com instituições, em um contexto de décadas de exploração e invisibilidade.
Um dos principais focos do filme é a ameaça crescente dos projetos de infraestrutura que avançam sobre os territórios indígenas sem qualquer consulta prévia, como as estradas de Nueva Itália-Puerto Breu e de Pucallpa, na fronteira com o Peru. “Estamos todos na faixa de fronteira, então é muito difícil ter uma proteção direta do Estado, e se a gente estiver articulado, a gente consegue ajudar o próprio Estado a proteger essas áreas,” afirma Piyãko, referindo-se ao papel crucial da articulação indígena na defesa de suas terras.
Esses projetos, financiados por madeireiras e grupos criminosos, trazem consigo a destruição ambiental, o tráfico de drogas e o desmatamento. Para Piyãko, a construção dessas estradas não serve aos interesses das comunidades locais: “Essa estrada não foi feita para atender nós, o povo da floresta. Isso é para atender interesses externos que até agora não estão claros para nós.”
A produção, dirigida por Arison Jardim e realizada pela Bari Comunicação, com apoio da OPIRJ, da Associação Apiwtxa e a Asociación ProPurús, foi financiada pela Lei Paulo Gustavo, através do Edital No 02 de Apoio às Produções Audiovisuais, da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, Acre. Ela revela os desafios atuais dos povos do Juruá, que além de enfrentar a invasão de seus territórios, continuam a lutar pela preservação de sua cultura e modos de vida.
Para Francisco Piyãko, proteger a floresta não é apenas uma questão de território, mas de sobrevivência: “Proteger a floresta para nós é proteger a nossa própria vida.”
Quem nunca quis ser criança para entrar no País de Maravilha e fingir ser Alice que atire a primeira pedra. E com esta ideia na cabeça, a Fluxo Cia de Artes se prepara para o primeiro espetáculo totalmente infantil: Alice no País das Maravilhas. O espetáculo ocorre nos dias 4, 5 e 6 de outubro, na Usina de Arte João Donato.
De acordo com o diretor da Fluxo, Dheyvison Bruno, após a realização de projetos com críticas sociais sobre uso doentio das redes sociais (Espetáculo Usuários) e a dependência emocional e os amores líquidos (Espetáculo Eros) a companhia quis ampliar seu público.
“E desta vez, fazer todo o público ir ao teatro e se divertir assistindo um clássico repleto de personagens cativantes”, ressalta, acrescentando ainda que o grupo já se prepara há pelo menos sete meses apenas para este espetáculo. “Os ensaios para o [espetáculo] Alice [no País das Maravilhas] começaram com laboratórios de teatro ao elenco principal, com a direção de Nubia Alves, e em seguida, eu e Maria Clenilda, a outra coreógrafa, iniciamos a parte coreográfica com os alunos do projeto “Dançando com a Fluxo” que acontece aos domingos no Centro Cultural Thaumaturgo Filho, no Manoel Julião”, explicou Bruno.
A aluna Karoline Garcia diz ter um imenso carinho pelo tema e afirma que, desde que soube que faria o papel de Alice, teve uma mistura de felicidade e um pouco de medo para conseguir chegar ao nível que o papel principal exige.
“Porém, tem sido uma experiência incrível poder dar vida a essa personagem tão querida em uma nova versão, assim como participar de todo o processo da construção desse espetáculo maravilhoso. Estou muito ansiosa para mostrar o que nós conseguimos fazer com essa proposta de Alice”, finalizou.