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MEIO AMBIENTE

Instituições do Governo do Acre se preparam para a COP28

Será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023

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A Cúpula da Amazônia está prestes a reunir os chefes de Estado dos oito países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) em um evento que visa consolidar as posições conjuntas dessas nações para a iminente Conferência do Clima – COP28, que ocorrerá nos Emirados Árabes entre 30 de novembro e 12 de dezembro. Além dos países amazônicos, foram convidados para o evento os representantes do Congos e da Indonésia, evidenciando a importância global da região amazônica no contexto das mudanças climáticas.

Nesta terça-feira, 25 de Julho, às instituições governamentais do Acre – Semapiacre, Turismoacre, Segovacre, Govcasacivil, IMC.ac, Sepiacre, Seict, Semulherac e Seplan.acre – reuniram-se para alinhar a participação do estado na Cúpula da Amazônia. O Acre é reconhecido por possuir um ambiente normativo robusto, sendo pioneiro na implementação de políticas voltadas ao meio ambiente, aos povos indígenas e às comunidades tradicionais, bem como ao desenvolvimento regional sustentável. 

A secretária Julie Messias, Semapiacre, destacou o orgulho de fazer parte desse time e contribuir com o conhecimento adquirido ao longo dos anos de dedicação à pasta ambiental. Ela também enfatizou a liderança do Governador Gladson Cameli, ressaltando o compromisso do estado em buscar as melhores alternativas para promover o desenvolvimento ambiental, social e econômico do Acre.

“O Acre se destaca com políticas ambientais e de desenvolvimento regional: Um exemplo de compromisso com o meio ambiente e comunidades tradicionais” – Foto: Reprodução

Com a participação de diversos países e atores importantes, a Cúpula da Amazônia promete ser um marco na cooperação multilateral e uma oportunidade crucial para que os líderes dos países amazônicos possam alinhar suas estratégias e posições antes da COP28. As decisões tomadas nesse evento podem moldar o futuro da região e contribuir significativamente para a luta global contra as mudanças climáticas e pela preservação da Amazônia, um patrimônio natural de valor inestimável para toda a humanidade.

Julie Messias, observa que “o ambiente de governança na Amazônia vem se consolidando, a partir da integração dos 9 estados no Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, CAL, e do Fórum de Secretários da Amazônia Legal. E também a estratégia da abordagem subnacional junto a entidades de cooperação financeira e países com histórico de doação para a pauta ambiental”, destacou.

Essa abordagem fortalece a cooperação em nível multilateral entre os países e, ao mesmo tempo, reforça a colaboração a nível subnacional, criando um sistema de governança que atua em múltiplos níveis. Esse movimento busca ampliar o engajamento de diversas entidades e atores na proteção e preservação da Amazônia, reconhecendo a importância de ações coordenadas em todas as esferas de governo e com parceiros internacionais comprometidos com a causa ambiental.

“Diálogos pela Amazônia”

Com o desejo de fortalecer ainda mais as relações entre esses países, a Cúpula da Amazônia oferecerá um espaço para a sociedade civil intitulado “Diálogos pela Amazônia”. Esse fórum contará com rodadas de painéis e eventos paralelos à Pré-Cúpula, proporcionando um espaço para diferentes vozes e perspectivas serem ouvidas, enriquecendo o debate sobre a conservação e a sustentabilidade da Amazônia.

Entre os eventos paralelos, destacam-se o Fórum de Secretários da Amazônia Legal, que realizará seu encontro no dia 09. Julie Messias, secretária da SEMAPI – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre que é a presidente, do Fórum, informou que o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal – CAL, no dia 10, acontece um painel focado em investimentos, buscando promover ações concretas para o desenvolvimento sustentável da região.

MEIO AMBIENTE

Painel no Txai Amazônia propõe união entre saberes indígenas e ciência para fortalecer a bioeconomia

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Rio Branco (AC) – 25 de junho de 2025

O primeiro painel do Seminário Internacional Txai Amazônia reuniu lideranças indígenas para discutir os caminhos da bioeconomia e da sociobiodiversidade a partir dos conhecimentos tradicionais. Intitulado O olhar indígena para a construção dos conceitos de sociobiodiversidade e sociobioeconomia, o debate abriu oficialmente o eixo temático sobre Bioeconomia e Sociobiodiversidade, com mediação da secretária de Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara.

Participaram do painel o antropólogo Francisco Apurinã, o líder espiritual Mapu Huni Kuin e o coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), Francisco Piyãko. As falas destacaram a importância de reconhecer a floresta como território vivo e interdependente, e os povos indígenas como guardiões de práticas sustentáveis milenares.

Para Francisco Apurinã, conceitos como bioeconomia e sociobiodiversidade são recentes no vocabulário acadêmico e institucional, mas já fazem parte da vida dos povos originários há gerações. “Não tem como falar de bioeconomia ou sustentabilidade sem os conhecimentos dos povos indígenas. Isso já é vivido nas aldeias, do nosso jeito, na nossa língua. E é por isso que precisamos estar nos espaços de decisão”, afirmou.

Francisco Piyãko reforçou que a floresta não pode ser pensada apenas em termos de recursos. “A floresta não é só o que se vê verde. É um mundo inteiro, com sua complexidade, sua cultura, sua espiritualidade. E é preciso entendê-la assim, em sua totalidade”, disse. Ele alertou para os riscos de apropriação dos conceitos indígenas por empresas e governos que não reconhecem a autonomia dos povos da floresta.

Mapu Huni Kuin, por sua vez, compartilhou sua experiência de criação do Centro Huwa Karu Yuxibu, na Transacreana, em Rio Branco. O espaço promove alimentação tradicional, reflorestamento e espiritualidade, atendendo famílias indígenas em situação de vulnerabilidade. “O alimento também cura. Não adianta tomar nossas medicinas se não cuidamos da forma como nos alimentamos. Nossa cura começa na terra”, afirmou.

Os painelistas também destacaram a importância da educação superior para os jovens indígenas, mas criticaram a falta de estrutura nas universidades para acolher a diversidade cultural. Mapu anunciou a construção de alojamentos para estudantes indígenas em seu centro cultural, como forma de garantir formação acadêmica aliada à vivência comunitária.

O painel terminou com uma moção proposta pelo professor Jacó Lima, da Universidade Federal do Acre, solicitando a criação de vagas específicas para docentes e técnicos indígenas nas universidades públicas. A proposta foi recebida com aplausos e deve ser encaminhada à plenária final do seminário.

O Seminário Txai Amazônia segue até o dia 28 de junho, reunindo representantes da Amazônia Legal e de países vizinhos como Bolívia e Peru, com foco em construir estratégias para uma bioeconomia alinhada à justiça social e ao protagonismo dos povos da floresta.

Foto: Sérgio Vale

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MEIO AMBIENTE

“Nossa produção não entra na conta do agronegócio”: Francisco Piyãko questiona modelo econômico imposto à Amazônia

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Francisco Piyãko defende reconhecimento do modo de vida indígena como base da bioeconomia durante o Seminário Txai Amazônia

Durante o primeiro painel do Seminário Internacional Txai Amazônia, o líder Ashaninka e coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), Francisco Piyãko, destacou que a bioeconomia, para os povos indígenas, não é uma novidade. Segundo ele, trata-se de uma prática ancestral que precisa ser reconhecida como referência nas discussões sobre desenvolvimento e sustentabilidade na Amazônia.

“Se perguntar lá pro meu povo, até pra mim mesmo, é difícil saber o que é sociobiodiversidade. Essas coisas vêm de fora pra dentro do território. Mas a gente já faz bioeconomia há muito tempo, do nosso jeito, com os nossos saberes”, afirmou.

Para Piyãko, a relação dos povos indígenas com a floresta é orientada pela natureza e sustentada por uma lógica espiritual e coletiva. “A gente vive sob a orientação da natureza. A gente não vive sem essa orientação. Por isso cuidamos do nosso território com muito respeito. Nas plantas, nos animais, a gente vê sinais. Eles conversam com a gente.”

Ao falar sobre sociobiodiversidade, o líder Ashaninka reforçou que o conceito vai além da diversidade biológica. “Eu entendo que é a diversidade das vidas que sustentam a vida. Não só a humana. É a floresta inteira: gente, bicho, rio, árvore, espírito. Tudo isso é o que orienta a nossa forma de viver.”

Piyãko também criticou abordagens que tentam adaptar os saberes tradicionais aos moldes do mercado, sem considerar os limites e os modos de vida das comunidades. “A gente precisa de uma bioeconomia que dialogue com os territórios, com os povos. Que respeite os limites. Que não trate tudo como oportunidade pra fora, mas que seja oportunidade pra nós também.”

Ele alertou para os riscos de uma bioeconomia desconectada dos povos da floresta. “Será que empresas que usam nossos produtos estão protegendo a Amazônia ou só extraindo dela pra crescer no mundo? A floresta e os povos não se separam. Se a floresta adoece, os povos também adoecem.”

Com experiência consolidada em governança territorial e segurança alimentar em sua comunidade, Francisco defendeu uma concepção de economia baseada no bem viver, e não na acumulação. “Nosso conceito de vida está ligado à abundância. Se eu encontro algo na floresta, pego o que preciso e digo pro outro: vai lá, tem mais. A gente não acumula pra dominar. A gente compartilha pra viver bem.”

Ao final, fez uma crítica direta ao modo como os povos indígenas ainda são excluídos das métricas econômicas nacionais: “Nossa produção não entra na conta do agronegócio. Porque ela não é medida por volume ou lucro, mas por equilíbrio e permanência. E é isso que garante a vida.”

O painel fez parte do eixo temático Bioeconomia e Sociobiodiversidade e reuniu lideranças indígenas de diferentes povos. O evento segue até o dia 28 de junho no espaço eAmazônia na Universidade Federal do Acre, com debates sobre territórios, inovação e saberes tradicionais.

Foto: Sérgio Vale

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MEIO AMBIENTE

“Levei as vozes de quem vive e luta pela Amazônia”, diz Angela Mendes em festival na França

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A defensora Angela Mendes, filha do líder seringueiro Chico Mendes, participou no dia 12 de junho do Festival Dialogues en Mouvement, realizado em Paris, na França. O evento é promovido pela associação Autres Brésils e reúne artistas, cineastas, escritores e ativistas comprometidos com pautas sociais e ambientais do Brasil.

Representando o Comitê Chico Mendes, Angela destacou que sua participação teve como principal objetivo dar visibilidade às populações que vivem e defendem a floresta. “Levei as vozes de quem vive e luta pela Amazônia, de quem está na linha de frente da resistência”, afirmou.

Durante o evento, Angela participou do painel “As Vozes da Amazônia”, que discutiu os desafios e os caminhos da resistência dos povos da floresta. Ela também esteve na abertura da exposição “Povos da Floresta”, que reúne fotografias e relatos produzidos por dois profissionais franceses após uma imersão em comunidades da Amazônia acreana, incluindo Xapuri e o Seringal Cachoeira.

A defensora destacou ainda a importância da presença das mulheres indígenas no audiovisual. “A presença das mulheres cineastas indígenas foi a parte mais bela. Elas estão cada vez mais organizadas. Já formaram uma rede de cineastas indígenas com 90 mulheres identificadas, e isso tem um potencial incrível”, relatou.

Angela também chamou atenção para o papel da cultura brasileira como instrumento de resistência. “A cultura brasileira é muito rica, e o que mais se destaca, em qualquer lugar, é como ela dá um verdadeiro show: promove debates intensos, porque fala diretamente da nossa realidade”, disse.

O Comitê Chico Mendes foi criado em 1988, após o assassinato do líder seringueiro, e desde então atua na preservação de seu legado e na defesa dos territórios e dos povos da floresta. Em 2021, a organização passou a atuar formalmente, desenvolvendo projetos voltados para a promoção do bem-estar social, ambiental, cultural e econômico das comunidades tradicionais.

Com informações do Comitê Chico Mendes — https://www.comitechicomendes.org/

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