O Rio Juruá registra elevação em seu nível, atingindo 12,91 metros, nesta quarta-feira, 09. A marca coloca o rio a menos de 10 centímetros da cota de transbordo, fixada em 13 metros. O aumento de 55 centímetros no volume de água, observado no intervalo de dois dias, demanda atenção das autoridades e da população ribeirinha.
Apesar da rápida ascensão, a Defesa Civil Municipal manifesta cautela, sem indicar, no momento, a necessidade de alarme generalizado. José Lima, coordenador do órgão, classificou o fenômeno como uma oscilação dentro da normalidade para o período.
Entretanto, o histórico recente impõe vigilância. O Rio Juruá já ultrapassou a marca atual, alcançando 13,79 metros em ocasiões anteriores, o que resultou na decretação de situação de emergência no município. A iminência da cota de transbordo intensifica as ações de monitoramento e verificação por equipes da Defesa Civil nos bairros localizados às margens do rio.
Atualmente, o município presta assistência a uma família por meio de aluguel social. As demais famílias que necessitaram de apoio em situações anteriores já retornaram aos seus lares. O protocolo estabelecido pela Defesa Civil prevê o início da remoção de moradores para locais seguros quando o nível do rio superar a cota de transbordo em 30 centímetros.
Outro ponto de atenção é a infraestrutura de energia elétrica. Conforme o nível do rio se eleva, aumenta o risco de interrupções no fornecimento. Problemas no serviço podem ocorrer a partir da marca de 13,30 metros.
A Defesa Civil mantém o acompanhamento contínuo da situação hidrológica do Rio Juruá e disponibiliza canais de comunicação para emergências. A população pode acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193 ou a Defesa Civil diretamente pelo telefone 99965-6237. O monitoramento constante visa garantir respostas rápidas e eficientes caso novas elevações no nível do rio demandem ações de proteção à população.
A Prefeitura de Rio Branco realizou nesta semana a limpeza completa das Estações de Tratamento de Água (ETAs) I e II, com o objetivo de assegurar a qualidade da água distribuída à população. A ação foi executada pelo Departamento de Água e Esgoto (Saerb) e teve como foco a remoção de sedimentos acumulados em estruturas fundamentais do processo de purificação, como decantadores, canaletas e colmeias.
Segundo o engenheiro de manutenção do Saerb, Éder Franco, o procedimento foi necessário após cerca de dez dias consecutivos de alta turbidez na água bruta, provocada pelas chuvas que atingiram os rios Riozinho do Rola e Xapuri, principais afluentes da capital. “A turbidez alta traz muito sedimento, as partículas suspensas vão se acumulando, mesmo quando reduzimos a vazão. Nossos técnicos observam esses indicadores e, quando o equilíbrio não é suficiente, ajustamos os parâmetros químicos para garantir a eficiência do tratamento”, explicou Franco.
Durante o processo de manutenção, as equipes realizaram a retirada dos resíduos acumulados nas estruturas internas das duas unidades, restabelecendo a capacidade de operação. Após a limpeza da ETA I, a vazão foi elevada para 600 litros por segundo, limite máximo da unidade. Já a ETA II opera com até 1.050 litros por segundo, mas atinge essa capacidade apenas quando a água do manancial apresenta menor concentração de sedimentos. “Nosso objetivo é ofertar água com qualidade, não apenas quantidade”, destacou o engenheiro.
A limpeza das ETAs integra o conjunto de medidas contínuas da Prefeitura de Rio Branco para manter o abastecimento seguro e garantir que a água tratada chegue às residências em condições adequadas de consumo.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, celebrou o reconhecimento de quatro produtores acreanos classificados entre os 30 melhores cafés do Brasil no concurso Coffee of the Year 2025, promovido durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG). Em publicação nas redes sociais, Bocalom destacou o papel de Acrelândia na produção de café e parabenizou os agricultores que vêm consolidando o Acre como referência nacional na cafeicultura.
Segundo o prefeito, três dos quatro cafés finalistas são de produtores de Acrelândia, município onde ele iniciou sua trajetória política. “Três deles são de Acrelândia, terra onde, em 1993, quando fui prefeito, distribuí 300 mil mudas de café, e onde governei por três mandatos, sempre acreditando e investindo no potencial dos nossos produtores”, afirmou.
Bocalom ressaltou que o café representa uma alternativa de desenvolvimento sustentável para o Acre, ao lado da pecuária e da agricultura familiar. “Sempre disse, e reafirmo: a saída para o desenvolvimento da nossa terra está no café e não no leite. Acrelândia hoje é a maior bacia leiteira do Acre, e como costumo dizer, o leite paga as contas do dia a dia, enquanto o café compra a colônia do vizinho”, declarou.
O prefeito também destacou a importância do trabalho no campo e a valorização das famílias que vivem da produção agrícola. “Essa é a verdadeira riqueza que nasce da nossa terra e transforma vidas. Municípios do Juruá, como Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, também estão colhendo os frutos desse mesmo potencial, mostrando que o Acre tem solo fértil, gente trabalhadora e futuro promissor”, disse.
Bocalom parabenizou os produtores Luiz Ferreira das Chagas, do Sítio São Francisco (Cruzeiro do Sul); Felipe de Lara Caffer, da Colônia Simpatia (Acrelândia); Vanderlei de Lara, da Colônia Lara (Acrelândia); e Wagner Alvares, da Estância Taquarí (Acrelândia), que representaram o estado no concurso. “Seguimos firmes, com fé, trabalho e orgulho da nossa terra, que tem no campo a sua maior força”, concluiu.
O sol do Acre não perdoa. Brilha firme sobre o asfalto quente da Avenida Ceará, onde o tempo parece se dividir entre o barulho das máquinas e o passo apressado de quem passa. Ali, no coração de Rio Branco, a cidade muda. Cada novo metro de via é um traço de modernidade. Cada rosto suado, uma história.
Entre eles, a de Wesley da Silva de Oliveira, 26 anos. Filho de uma doméstica e de um pedreiro, ele aprendeu com o pai que trabalho é mais do que sustento, é um modo de existir. “Meu pai era pedreiro, minha mãe doméstica. Eu segui o rumo do meu pai, porque era o que tinha em casa”, diz, olhando para o canteiro de obra que ajuda a erguer, com as mãos marcadas e um olhar que mistura força, cansaço e orgulho.
A obra da Avenida Ceará, executada pelo Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Obras Públicas (SEOP), é uma dessas transformações que se enxergam de perto. Não é só sobre concreto e máquinas. É sobre o movimento de uma cidade que cresce, de pessoas que voltam a sonhar. É sobre um governo que escolheu fazer da infraestrutura um caminho de dignidade.
“É bom ver o governo dando oportunidade. A gente se anima, tem renda, melhora a condição da família”, conta Wesley. Atrás dele, outros homens e mulheres dividem a mesma rotina e o mesmo sentimento. São vozes que o Acre às vezes não ouve, mas que constroem, em silêncio, o futuro de todos nós.
O engenheiro civil Ítalo Almeida Lopes, secretário de Estado de Obras, caminha entre o barulho das máquinas e o calor do asfalto. Ele fala com o orgulho de quem também põe a mão no trabalho que conduz. “É um sentimento de realização e de responsabilidade muito grande”, diz. “Sou engenheiro formado na Universidade Federal do Acre e hoje trabalho com profissionais que são referência para o Estado todo. Essa obra vai muito além da técnica. Mobilidade urbana é qualidade de vida. É garantir que quem sai de casa cedo para trabalhar ou estudar tenha menos tempo no trânsito e mais tempo com a família.”
A Avenida Ceará é mais do que uma via em obras. É o símbolo de um Estado que se refaz, que investe na sua gente, que transforma o chão em esperança. “Eu me imagino nessa cidade daqui a um ano, tudo diferente. E já fico emocionado, porque participei disso”, diz Wesley, com um sorriso tímido. “O coração fica doido.”
No fim da tarde, o sol se despede em tons alaranjados e o reflexo do asfalto novo devolve à cidade um brilho que parecia esquecido. Wesley observa o que está ajudando a construir. “Nosso Acre não é excluído. A gente existe e tem força pra trabalhar”, diz, mais pra si do que pra quem ouve.
Talvez ele não perceba, mas sua frase carrega o sentido exato daquela obra, e de tantas outras que nascem do trabalho e da vontade de um governo que acredita nas pessoas. Porque, no fim das contas, o que se constrói ali não é apenas uma avenida. São sonhos que constroem o futuro.
“Nosso Acre não é excluído. A gente existe e tem força pra trabalhar” – Wesley da Silva de Oliveira
‘Vozes que o Acre às vezes não ouve, mas que constroem, em silêncio, o futuro de todos nós.’
Governo do Estado e trabalhadores unidos na revitalização da Avenida Ceará. Engenharia, força e esperança transformando Rio Branco. – Foto: Sérgio Vale
“Mobilidade urbana é qualidade de vida. Cada desafio de hoje é parte de um investimento que vai beneficiar gerações de acreanos.” Ítalo Almeida Lopes, secretário de Estado de Obras. – Foto: Sérgio Vale