Tudo indica que Marfisa Galvão (PSD) será confirmada como vice-prefeita na chapa de Marcus Alexandre (MDB) na eleição municipal de Rio Branco. Com isso, os questionamentos são inevitáveis: para que serve mesmo o(a) vice? Vice agrega ou desagrega?
Antes de falarmos sobre isso, vejamos o cenário para vice de Marcus Alexandre, que tem sido moldado pelo antipetismo e por tudo que minimamente se assemelha a um pensamento de esquerda ou progressista. O medo do “comunismo” parece realmente assombrar alguns políticos acreanos, tão anos 70 e 80…
No MDB, fala-se mais em não colocar nenhum “esquerdista” como vice do que nas qualidades que um(a) vice, como Marfisa, deve ter e pode trazer. Afinal, o que a esposa do senador Petecão pode agregar? É triste falar de Marfisa como esposa, e não como gestora pública, política habilidosa e liderança que pode ser, isso pelo simples fato de não se conhecer o trabalho que ela possa ter realizado. Um erro de estratégia e marketing pessoal ou simplesmente não há o que mostrar e dizer?
Como se diz por aqui nas terras do Galvez: Petecão, que levou uma peia de Gladson e Jorge Viana na última eleição para governador, ainda tem força para trazer recursos financeiros para a campanha de Marcus? Como Kassab, o chefão do PSD, vê o cenário da política no Acre?
Há quem diga que o MDB, ou melhor, os cabeças brancas do “Glorioso”, estão com a expectativa muito alta e a sua medida, régua, com relação a alianças, muito baixa. Enquanto o adversário se coloca na sombra de uma máquina governamental e na simpatia vitoriosa de Gladson, que ninguém consegue explicar.
Aqui vale retornar a Marfisa: não seria este o momento para ela ser protagonista e construir sua própria história? Quem sabe, com unidade e estratégia, o PSD possa não apenas elegê-la, mas também formar uma boa bancada na câmara. Estaria faltando humildade para tal empreitada?
Esse direto ao ponto não é nem sobre vice ou poder, mas um questionamento sobre o silêncio do MDB aos tantos ataques aos seus aliados. Aqui cito a Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), integrada por PCdoB, PT e PV, e incluo o PSOL, todos partidos de esquerda. Quão grande é o medo do antipetismo? E para que se aliar a partidos de esquerda, se não existe o mínimo reconhecimento de seus legados e lutas? E diga-se de passagem que em Rio Branco, o legado também foi construído por Marcus Alexandre, o que a esquerda não nega.
Se por um lado o MDB quer ir à festa, mas não quer ser visto com os convidados, do outro lado Bocalom segue construindo alianças, fiel às suas convicções, reunindo o que definiu como a direita acreana.
Após garantir uma reeleição com dificuldades, o prefeito de Cruzeiro do Sul inicia seu segundo mandato em um movimento que tem gerado mais perguntas do que respostas. Embora diversas ações estejam em andamento, como a entrega de cestas básicas e iniciativas no Inverno Amazônico, as mudanças na equipe de gestão ainda levantam dúvidas.
Afinal, a equipe que chegou até 31 de dezembro de 2024 não foi parte do “time que estava ganhando”?
Com a reforma e a continuidade dos projetos sociais, o prefeito busca consolidar uma gestão mais eficaz, especialmente após os desafios enfrentados nas urnas. No entanto, a dúvida persiste: será que essas mudanças serão suficientes para manter a boa avaliação conquistada até agora e melhorar ainda mais os índices de aprovação? Destaques como o reconhecimento nacional, regional e estadual na área da Cultura, com uma gestão eficiente e presente, ou os investimentos no Meio Ambiente, com a manutenção e limpeza da cidade e ações educativas premiadas, reforçam a imagem do governo. Além disso, a atuação em momentos críticos, como durante a pandemia e nas crises de alagação e seca, demonstrou a capacidade da administração em enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Nesse cenário, a vice-prefeita Delcimar Leite pode ser o elo que falta para que o prefeito supere os desafios internos e reafirme sua posição à frente do município. Muitos a veem como peça-chave para uma articulação política capaz de trazer mais estabilidade à administração, em um momento em que as alianças políticas estão sendo testadas. Sua experiência na Secretaria de Ação Social e seu alinhamento com o grupo político ao qual pertence são considerados diferenciais importantes nesse processo.
Ao prefeito, é essencial permanecer atento aos comentários nas ruas, nas rodas políticas e nas redações, pois esses são termômetros indispensáveis para avaliar a eficácia de sua gestão política.
A eleição de Delcimar Leite como vice-prefeita de Cruzeiro do Sul é importante para a política do Juruál, ampliando a presença feminina em cargos de decisão. Sua atuação no executivo municipal aponta para uma gestão mais próxima da população e atenta às suas demandas.
A sociedade do Juruá enxerga em Delcimar uma liderança que pode motivar mais mulheres a participarem da política, aumentando sua presença em espaços públicos e administrativos. Ela é vista como uma peça-chave na gestão do atual prefeito, trazendo uma nova visão para a administração do município.
Durante a campanha, Delcimar destacou a necessidade de investir em infraestrutura, educação e saúde, com atenção às necessidades de cada comunidade. Suas propostas incluem ações que promovam o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida da população, respeitando a cultura e as tradições locais.
Sua experiência no meio rural e como secretária na gestão municipal de Cruzeiro do Sul garante um entendimento mais claro sobre as necessidades do município. A convivência política com seu esposo, o deputado estadual Codoaldo, amplia sua visão sobre os desafios e oportunidades da região.
A expectativa é que Delcimar Leite represente o papel das mulheres no dia a dia da sociedade e traga essa perspectiva para a administração pública. Espera-se que sua atuação contribua para políticas que atendam às necessidades das famílias e da comunidade, refletindo o papel de liderança e participação feminina na gestão do município.
Uma das apostas para a gestão e atuação de Delcimar Leite é o fortalecimento do diálogo com a população, com atenção especial às mulheres. Há expectativa de que ela trabalhe para criar conselhos comunitários e promover encontros que permitam ouvir as demandas da comunidade, garantindo maior participação no planejamento e execução das políticas públicas.
Delcimar Leite será uma conexão importante entre a gestão municipal e os moradores mais humildes. Sua atuação no meio rural e na administração pública lhe dá condições de transformar demandas em ações concretas. Sua presença na gestão pode aproximar o poder público de quem mais precisa.
As reeleições de Bocalom, em Rio Branco, e Zequinha Lima, em Cruzeiro do Sul, marcam um momento importante na política do Acre. Ambos os prefeitos, apoiados pelo governador Gladson Cameli, conquistaram a confiança do eleitorado, mas é fundamental destacar que essa vitória não é um cheque em branco. As divisões políticas é uma realidade em ambos os municípios, e agora, mais do que nunca, os prefeitos devem se comprometer a governar para todos.
A principal tarefa que se impõe é a unificação das comunidades, que se mostraram divididas durante a campanha. Bocalom e Zequinha têm a responsabilidade de representar todos os cidadãos, independentemente de suas preferências políticas. O futuro exige que ambos olhem além de suas bases eleitorais e trabalhem para construir um governo inclusivo.
Além disso, eles enfrentam desafios em suas gestões. A continuidade de projetos em infraestrutura, saúde e educação será muito importante para garantir que os avanços feitos até agora sejam consolidados. A reestruturação dos serviços de saúde, especialmente após os desafios impostos pela pandemia, deve ser uma prioridade, assegurando que todos os cidadãos tenham acesso a serviços adequados e eficientes.
A transparência e a participação da população são igualmente essenciais. Estabelecer mecanismos que permitam um diálogo aberto com a comunidade contribuirá para um governo mais responsivo e conectado às necessidades dos cidadãos. A construção de uma relação de confiança será vital para a legitimidade das novas administrações.
As questões ambientais também não podem ser negligenciadas. Bocalom e Zequinha precisam adotar políticas que promovam a sustentabilidade e que beneficiem tanto o meio ambiente quanto o desenvolvimento econômico das regiões que governam.
Essas reeleições representam uma oportunidade de construir uma gestão mais colaborativa. Embora as divisões políticas tenham sido evidentes, há um caminho a seguir que exige comprometimento e uma visão compartilhada. A capacidade de unir as comunidades e responder às necessidades coletivas será um grande teste para os novos mandatos. A sociedade observa atentamente como essas administrações se moldarão e se adaptarão, na expectativa de que todos os grupos sejam ouvidos e atendidos, em busca do bem-estar comum.
Como bem ressalta a máxima “nem tudo está certo na vitória, como nem tudo está errado na derrota”, Zequinha e Bocalom devem permanecer conscientes das críticas que sofrem e desafios que virão, lembrando que o sucesso de suas administrações dependerá de sua habilidade em integrar e atender a todos os grupos. A sociedade observa atentamente como essas administrações se moldarão e se adaptarão, na expectativa de que cada cidadão seja ouvido e respeitado em busca do bem comum.