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MEIO AMBIENTE

Estudo aponta mais de 51 mil hectares de capoeira sob pressão agrícola no Acre

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Um levantamento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revela que o Acre possuía, em 2019, 51.113 hectares de vegetação secundária com pelo menos seis anos de regeneração sob alta pressão para conversão em áreas agrícolas. A maior parte desse total está localizada no Vale do Acre, com 38.517 hectares.

O estudo integra o projeto Amazônia 2030, que reúne pesquisadores brasileiros com o objetivo de propor caminhos para o desenvolvimento econômico e humano da região, com base no uso sustentável dos recursos naturais.

Além da vegetação sob alta pressão, foram identificados 143.018 hectares de vegetação secundária sob baixa pressão. De acordo com a pesquisa, essas áreas estão principalmente em assentamentos rurais, imóveis privados e em áreas públicas não destinadas.

Na Amazônia Legal, 28% da vegetação secundária sob alta pressão — o equivalente a 549 mil hectares — encontra-se em áreas públicas sem destinação definida (16%) e vazios fundiários (12%). Esses territórios fazem parte de um total de 143 milhões de hectares que não possuem uso regulamentado. Segundo o Imazon, essa indefinição fundiária torna as áreas mais vulneráveis à supressão. A recomendação é que elas sejam destinadas à conservação e a usos sustentáveis, com base em estudos de planejamento e ordenamento territorial.

Capoeira é o termo utilizado para descrever áreas de vegetação secundária, ou seja, áreas que se regeneram após algum tipo de interferência humana, como desmatamento ou uso agrícola. A presença de capoeiras sob alta pressão agrícola indica que essas regiões, em processo de regeneração ambiental, correm risco de serem convertidas novamente para atividades econômicas, o que compromete a recuperação da cobertura florestal e o equilíbrio ecológico da Amazônia. Essa dinâmica tem implicações diretas na conservação da biodiversidade e no cumprimento das metas de redução do desmatamento no Brasil.

MEIO AMBIENTE

Cidades amazônicas têm os piores índices de arborização urbana, segundo IBGE

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Dados do Censo 2022 do IBGE mostram que cidades da Amazônia, incluindo capitais como Rio Branco (AC) e Manaus (AM), apresentam alguns dos menores índices de arborização urbana do país. Apenas 10,7% dos moradores das áreas urbanas do Acre e 13,7% dos do Amazonas vivem em ruas com ao menos cinco árvores, percentual que contrasta com os de estados ligados ao agronegócio, como Mato Grosso do Sul (58,9%) e Paraná (49%).

O levantamento faz parte da pesquisa “Características urbanísticas do entorno dos domicílios” e analisou 5.698 municípios, cobrindo a realidade de 174,1 milhões de brasileiros em áreas urbanas. Quando o critério é a presença de pelo menos uma árvore com 1,70m de altura, 66% da população urbana está coberta. No entanto, esse número cai para 32% quando se exige a presença de cinco árvores ou mais por rua.

Entre os dez piores estados em arborização urbana, cinco estão localizados na Amazônia Legal. A pesquisa aponta que localização geográfica não garante presença de áreas verdes em áreas urbanas. O fator mais relevante, segundo os especialistas ouvidos, é a combinação entre planejamento urbano, investimento público e características culturais.

A coordenadora do MapBiomas Urbano, Mayumi Hirye, afirma que o padrão de ocupação urbana na Amazônia contribuiu para o desmatamento e a baixa cobertura vegetal nas cidades. Ela destaca que a urbanização na região geralmente é feita após a derrubada da floresta para abertura de pastos, seguida pela instalação de núcleos urbanos. Cidades mais antigas ou planejadas, como Londrina (PR) e Maringá (PR), apresentam melhores indicadores por conta da consolidação histórica da arborização urbana.

No Acre, a baixa taxa de arborização urbana acompanha uma tendência observada em toda a Amazônia Legal, apesar da região concentrar a maior floresta tropical do mundo. A discrepância entre o ambiente natural e a infraestrutura urbana aponta desafios para políticas públicas que integrem preservação ambiental com qualidade de vida nas cidades.

Com informações de O Globo

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MEIO AMBIENTE

Cientistas estudam sedimentos da Amazônia para investigar mudanças ambientais ao longo de milhões de anos

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Mais de dois mil tubos contendo amostras do subsolo da Amazônia serão enviados nas próximas semanas do Instituto de Geociências (IGc) da USP para a Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. As amostras fazem parte do Projeto de Perfuração Transamazônica (TADP), que busca investigar a evolução geológica e ambiental da maior floresta tropical do planeta.

Os materiais foram extraídos entre maio e setembro de 2024 na margem sul da Ilha de Marajó, no município de Bagre (PA), e alcançaram 924 metros de profundidade. Cada tubo corresponde a um segmento do poço de perfuração e contém sedimentos depositados pelo Rio Amazonas ao longo de aproximadamente 25 milhões de anos.

As perfurações integram um esforço internacional envolvendo pesquisadores de 12 países. No Brasil, o projeto é coordenado pelo geólogo André Sawakuchi, da USP, e conta com a participação de cientistas de outras dez universidades públicas, além do Museu Paraense Emílio Goeldi.

O material será analisado em laboratórios nos Estados Unidos e em outros países para estudos físicos, químicos e biológicos. As análises incluem a identificação de vestígios de pólen, partículas de carvão e grãos de quartzo, o que permitirá reconstituir aspectos do clima, da paisagem e da biodiversidade da Amazônia em diferentes períodos históricos.

Parte das análises será feita em um laboratório escuro, com técnicas de luminescência que permitem determinar a idade e a origem geográfica dos grãos de areia. A identificação da procedência dos sedimentos é fundamental para entender como os eventos geológicos, como o soerguimento da Cordilheira dos Andes, influenciaram a formação da Bacia Amazônica e os sistemas fluviais atuais.

O TADP também realizou uma perfuração anterior, entre junho e dezembro de 2023, no município de Rodrigues Alves, no Acre. Essa escavação alcançou 923 metros de profundidade. Ambas as operações enfrentaram dificuldades técnicas e limitações de recursos, o que impediu que as metas iniciais de perfurar até 2 mil metros fossem atingidas.

Apesar dos desafios, os pesquisadores consideram que o material coletado representa um avanço nas investigações sobre a história da Amazônia. As perfurações realizadas foram as mais profundas já conduzidas na região.

Com informações de globo.com – Foto: Herton Escobar / USP Imagens

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MEIO AMBIENTE

Campanha reforça combate a incêndios na Amazônia Legal com ações de prevenção e repressão

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O Governo Federal deu início a uma nova campanha de combate aos incêndios florestais na Amazônia Legal, lançada no dia 14 de abril de 2025. A iniciativa tem como foco a conscientização da população sobre os riscos do uso do fogo e o reforço das ações de fiscalização e punição aos crimes ambientais.

Coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a campanha é executada em parceria com estados e municípios, com foco nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima. Os materiais estão sendo veiculados em canais de TV, rádio, locais públicos e redes sociais do Governo Federal.

A estratégia é dividida em duas etapas. A primeira prioriza a prevenção, destacando os efeitos das mudanças climáticas e a relação entre seca e aumento dos focos de incêndio. A segunda etapa aborda as consequências ambientais, sociais e econômicas das queimadas, além de informar sobre sanções penais para os responsáveis. Em 2024, foram embargados mais de 300 mil hectares e aplicadas 232 autuações, com multas que somam R$ 500 milhões.

O relatório do Monitor do Fogo, do MapBiomas, aponta que, embora tenha havido redução de 70% nas áreas queimadas em relação ao mesmo período de 2024, a Amazônia ainda concentra 84% do total de queimadas no país. Foram registrados 774 mil hectares queimados no primeiro trimestre de 2025. Roraima lidera o ranking com 415,7 mil hectares atingidos, seguido por Pará e Maranhão.

A campanha adota o slogan “Incêndio na Amazônia é crime” e orienta a população a denunciar irregularidades por meio do telefone 0800 061 8080. Também há proposta encaminhada ao Congresso Nacional para aumentar a pena de dois para até seis anos de reclusão, permitindo o uso de ferramentas de investigação e enquadramento de organizações criminosas envolvidas em incêndios florestais.

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