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MEIO AMBIENTE

GCF e NBS Brazil Alliance: conexões entre política subnacional e mercado para viabilizar a nova economia da floresta

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A 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force), que acontece esta semana em Rio Branco (19 a 23 de maio), marca o reencontro do Acre com um dos fóruns mais relevantes da governança climática subnacional. Criada em 2008, a Força-Tarefa reúne 43 estados e províncias de 11 países com florestas tropicais. Desde sua fundação, o Acre tem sido um dos principais laboratórios de políticas ambientais na escala jurisdicional, e volta agora a sediar a reunião global do GCF onze anos após a edição histórica de 2014, quando foi lançada a Declaração de Rio Branco.

A trajetória da diretora-executiva da NBS Brazil Alliance, Julie Messias, reflete a crescente interligação entre políticas públicas subnacionais e mecanismos de mercado voltados à conservação florestal. Ex-secretária de Meio Ambiente do Acre, Julie Coordenou o GCF Brasil e presidiu o Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia Legal em 2023, sendo responsável por trazer essa edição da reunião anual para o Acre. Julie teve papel importante no reposicionamento estratégico das jurisdições na agenda internacional do clima. Hoje, à frente de uma articulação representativa do setor privado, segue contribuindo para a construção de soluções que integrem governança pública e iniciativa privada em prol da integridade florestal.

“Assumir a coordenação do GCF Brasil foi uma experiência de articulação intensa, com foco na integração entre os estados da Amazônia Legal, no fortalecimento das relações federativas e na ampliação do diálogo internacional sobre financiamento climático”, afirma.

Durante sua gestão na Secretaria de Meio Ambiente do Acre, Julie liderou atualizações normativas, projetos com o Fundo Amazônia e ações estruturantes como a ampliação da regularização ambiental, programas de PSA e iniciativas de restauração em áreas degradadas. Essas experiências serviram como base para sua atuação atual na NBS Brazil Alliance, onde ela lidera uma coalizão que conecta empresas, investidores e organizações da sociedade civil em torno de um objetivo comum: fortalecer e dar escala às Soluções Baseadas na Natureza (NBS) no Brasil.

“Hoje, na direção da NBS Brazil Alliance, atuo para que a floresta em pé e a restauração produtiva se tornem alternativas viáveis, sustentáveis e com retorno para quem vive do território”, diz Julie. “A aliança reúne 18 membros responsáveis por mais de 70% dos créditos de carbono emitidos no Brasil desde 2022, com foco na integridade ambiental e na inclusão social.”

Na avaliação de Julie, estados e municípios têm papel central para viabilizar as condições necessárias à escala das NBS. “O setor privado está disposto a contribuir com soluções para a Amazônia, mas precisa de segurança jurídica, governança transparente e projetos consistentes. A combinação entre clareza regulatória, benefícios concretos e respeito aos direitos locais é o que destrava o investimento climático.”

Ao refletir sobre o papel do GCF no cenário atual, Julie destaca que a rede continua sendo um dos espaços mais estratégicos para a construção de convergência entre território, política pública e financiamento climático. “A Força-Tarefa do GCF tem sido essencial para dar protagonismo aos estados tropicais nas negociações globais. Esses governos estão na linha de frente dos impactos climáticos e também das respostas práticas, como é o caso do Acre, que historicamente inova em políticas de REDD+ jurisdicional.”

Ela reconhece, no entanto, que os desafios permanecem: “Ainda temos dificuldades em acessar recursos internacionais de forma direta e compatível com a realidade dos territórios. Muitos estados já têm estruturas prontas, mas falta coerência entre os fluxos financeiros globais e os mecanismos de remuneração por resultados nos níveis subnacionais.”

Para Julie, o GCF e a NBS Brazil Alliance representam duas frentes complementares: uma voltada à construção institucional dos estados, outra à mobilização de investimentos com critérios claros e impacto real. “Precisamos de pontes sólidas entre políticas públicas e o setor privado, e isso passa por estratégias comuns, marcos regulatórios bem definidos e compromisso com resultados medidos e verificáveis.”

Enquanto os debates em Rio Branco avançam sobre novas formas de cooperação entre governos, empresas e comunidades, a presença de lideranças como Julie Messias reforça o potencial do Acre, e do GCF, para posicionar as jurisdições florestais como atores centrais na resposta global à crise climática. “A floresta não pode mais ser vista como uma promessa. Ela precisa ser tratada como um ativo concreto, com valor, governança e retorno para quem está no território.”

MEIO AMBIENTE

“Levei as vozes de quem vive e luta pela Amazônia”, diz Angela Mendes em festival na França

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A defensora Angela Mendes, filha do líder seringueiro Chico Mendes, participou no dia 12 de junho do Festival Dialogues en Mouvement, realizado em Paris, na França. O evento é promovido pela associação Autres Brésils e reúne artistas, cineastas, escritores e ativistas comprometidos com pautas sociais e ambientais do Brasil.

Representando o Comitê Chico Mendes, Angela destacou que sua participação teve como principal objetivo dar visibilidade às populações que vivem e defendem a floresta. “Levei as vozes de quem vive e luta pela Amazônia, de quem está na linha de frente da resistência”, afirmou.

Durante o evento, Angela participou do painel “As Vozes da Amazônia”, que discutiu os desafios e os caminhos da resistência dos povos da floresta. Ela também esteve na abertura da exposição “Povos da Floresta”, que reúne fotografias e relatos produzidos por dois profissionais franceses após uma imersão em comunidades da Amazônia acreana, incluindo Xapuri e o Seringal Cachoeira.

A defensora destacou ainda a importância da presença das mulheres indígenas no audiovisual. “A presença das mulheres cineastas indígenas foi a parte mais bela. Elas estão cada vez mais organizadas. Já formaram uma rede de cineastas indígenas com 90 mulheres identificadas, e isso tem um potencial incrível”, relatou.

Angela também chamou atenção para o papel da cultura brasileira como instrumento de resistência. “A cultura brasileira é muito rica, e o que mais se destaca, em qualquer lugar, é como ela dá um verdadeiro show: promove debates intensos, porque fala diretamente da nossa realidade”, disse.

O Comitê Chico Mendes foi criado em 1988, após o assassinato do líder seringueiro, e desde então atua na preservação de seu legado e na defesa dos territórios e dos povos da floresta. Em 2021, a organização passou a atuar formalmente, desenvolvendo projetos voltados para a promoção do bem-estar social, ambiental, cultural e econômico das comunidades tradicionais.

Com informações do Comitê Chico Mendes — https://www.comitechicomendes.org/

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MEIO AMBIENTE

Vozes da floresta abrem o Seminário Internacional Txai Amazônia com lições de vida

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O Seminário Internacional Txai Amazônia começa na próxima quarta-feira, 25, em Rio Branco, no Acre, com um painel que coloca os povos indígenas no centro do debate sobre sociobiodiversidade e sociobioeconomia. A programação acontece no espaço eAmazônia, da Universidade Federal do Acre (Ufac), das 8h às 19h, e é gratuita.

O painel de abertura tem como tema “O olhar indígena para a construção dos conceitos de sociobiodiversidade e sociobioeconomia”, reunindo lideranças e especialistas indígenas para discutir como os conhecimentos tradicionais são fundamentais para a construção de modelos econômicos baseados no respeito à floresta e aos territórios.

Com mediação de Francisca Arara, Secretária de Estado dos Povos Indígenas do Acre, participam do debate Francisco Apurinã, mestre em Desenvolvimento Sustentável e doutor em Antropologia Social pela UnB; Mapu Huni Kuin, presidente do centro cultural Huwã Karu Yuxibu; e Francisco Piyãko, liderança do povo Ashaninka e coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj).

Os painelistas vão apresentar as visões e experiências dos povos indígenas sobre os conceitos de sociobiodiversidade e sociobioeconomia, destacando como a relação com a floresta, a proteção dos territórios e a valorização dos conhecimentos ancestrais são elementos centrais para qualquer proposta de desenvolvimento na Amazônia.

“Acredito que este painel inaugura o seminário não apenas com um tema, mas com um princípio orientador: ele se propõe como o eixo filosófico e ético de todo o Txai Amazônia, um marco transversal que inspira, nutre e fundamenta todos os demais debates, reafirmando que a verdadeira bioeconomia nasce da escuta, da ancestralidade e da harmonia com a floresta”, afirma Alexandre Nunes, coordenador de Programação do evento.

O debate também vai abordar os desafios enfrentados pelos povos indígenas no contexto da bioeconomia, os impactos das cadeias produtivas em seus territórios e a importância de garantir direitos, autonomia e proteção cultural.

O Seminário Internacional Txai Amazônia ocorre até o dia 27 de junho, reunindo lideranças indígenas, pesquisadores, organizações da sociedade civil e instituições públicas para discutir caminhos para uma bioeconomia que valorize a sociobiodiversidade e os modos de vida da Amazônia.

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Coletivo que organiza a comercialização do pirarucu no Amazonas apresenta case de sucesso no Seminário Internacional Txai Amazônia

Organização atua há seis anos promovendo o manejo sustentável e garante o debate sobre uma bioeconomia local

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Nascida no Amazonas, a marca coletiva Gosto da Amazônia, coordenada pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), será um dos mais de 20 cases de sucesso apresentados no Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado de 25 a 28 de junho, no espaço eAmazônia da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.

Com seis anos de atuação, a marca reúne diversas organizações da Amazônia envolvidas na cadeia de manejo sustentável do pirarucu. Criada para comercializar o peixe amazônico de forma coletiva e responsável, a iniciativa demonstra que é possível aliar geração de renda e valorização dos saberes tradicionais.

“É um privilégio fazer parte de uma organização de base e mostrar que temos resultados. Apesar dos desafios comerciais, gerenciais, logísticos e estruturais, conseguimos superar uma realidade bastante difícil e mostrar que temos atuado com resultados concretos. Buscamos parcerias para isso”, afirma Ana Alice Oliveira de Britto, coordenadora de comercialização da ASPROC.

A participação da marca no Txai Amazônia reforça a conexão entre o trabalho de base comunitária e os valores do evento, que busca promover soluções sustentáveis construídas a partir dos territórios e com protagonismo dos povos amazônicos. 

Durante o seminário, a coordenação da marca vai apresentar as conquistas e os aprendizados da trajetória, reforçando a importância de políticas públicas e investimentos para fortalecer experiências de bioeconomia nos territórios.

“Temos resultados que demonstram que é possível fazer bioeconomia com impactos diretos na vida do homem e da mulher da floresta”, destaca Britto.

A Gosto da Amazônia integra o Coletivo do Pirarucu, iniciativa que articula manejadores e manejadoras de pirarucu em unidades de conservação, terras indígenas e áreas com acordos de pesca, além de organizações de assessoria técnica e órgãos públicos. 

“O nosso objetivo é unir diversas iniciativas de manejo sustentável, fortalecendo essa cadeia de valor e contribuindo para a conservação da biodiversidade”, conclui a coordenadora.

A apresentação da Gosto da Amazônia acontece no terceiro dia de seminário, na sexta-feira, 27, a partir das 16h. Para assistir o debate, os interessados devem se inscrever na plataforma do sympla, com link disponível no txaiamazonia.com.br, onde também é possível conferir toda a programação.

Sobre o TXAI Amazônia

O seminário reunirá líderes dos nove estados da Amazônia Legal, além de Bolívia e Peru, para promover a bioeconomia e a valorização da sociobiodiversidade como base para o desenvolvimento econômico da região.

Durante quatro dias, o TXAI Amazônia abordará sete temas em 15 painéis, apresentando 20 casos de sucesso da bioeconomia regional e uma Mostra Artística que integrará povos tradicionais, comunidade acadêmica e autoridades.

O seminário é organizado pelo Instituto SAPIEN, uma instituição científica, tecnológica e de inovação dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional, em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, suas secretarias e 25 instituições locais.

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