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MEIO AMBIENTE

Marina Silva critica retrocessos ambientais e defende preservação na reunião do GCF no Acre

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Rio Branco (AC) – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou nesta sexta-feira (23) do encerramento da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e Florestas (GCF Task-Force), realizada em Rio Branco, Acre. Durante o evento, Marina fez críticas à aprovação, no Senado, do Projeto de Lei 2.159/21, que flexibiliza regras do licenciamento ambiental, classificando-o como “a boiada das boiadas” e um dos maiores retrocessos para a proteção ambiental no Brasil.

A ministra afirmou que o governo federal vai atuar na Câmara dos Deputados para impedir o avanço do projeto. “O governo está empenhado em não deixar que a boiada das boiadas passe por cima de mais de 30 anos de legislação ambiental brasileira”, declarou. Ela destacou que as mudanças propostas comprometem a estrutura do licenciamento, especialmente ao permitir licenças expedidas de forma rápida, sem análise adequada dos impactos.

Marina também criticou o modo como o relatório aprovado no Senado foi apresentado. Segundo ela, o texto foi entregue “de última hora” e não permitiu que a sociedade civil ou especialistas participassem do debate. “Eu espero que agora na Câmara dos Deputados possa ser ampliado o prazo e feito o necessário debate com a comunidade científica, representantes das comunidades e parlamentares”, afirmou.

Durante seu discurso, a ministra fez referência aos desastres climáticos no Brasil, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, relacionando-os ao afrouxamento das normas ambientais. “O prejuízo quem paga é a sociedade quando se tem esses afrouxamentos dos cuidados ambientais”, alertou.

Em tom simbólico, Marina utilizou uma metáfora ao citar o Papa Leão XIV, dizendo que “o Leão e o Cordeiro podem deitar na mesma cama”, para destacar a necessidade de união entre diferentes setores da sociedade em defesa do meio ambiente. “O capitalista precisa, o socialista precisa, o branco, o preto, a mulher, o idoso, o indígena, o empresário, o trabalhador. É na natureza que diferentes podem conviver e se unir”, afirmou.

Além das críticas, Marina celebrou a redução inédita do desmatamento e mencionou projetos de fortalecimento das políticas ambientais, como os financiados pelo Fundo Amazônia em parceria com o BNDES e ministérios do governo federal. A ministra citou ações de segurança alimentar e fortalecimento dos corpos de bombeiros na Amazônia, além do avanço na discussão sobre mecanismos de crédito de carbono para estados e comunidades da região.

A GCF Task-Force reúne representantes de mais de 43 estados e províncias de 11 países, que atuam na proteção das florestas tropicais, redução de emissões de carbono e promoção do desenvolvimento sustentável. O Acre foi escolhido como sede da reunião de 2025, após decisão na edição anterior do evento, realizada em Mérida, México.

Foto: Diego Gurgel/Secom

MEIO AMBIENTE

Estudo alerta que Amazônia pode perder quase 3 bilhões de toneladas de carbono até 2030

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A Amazônia poderá deixar de capturar 2,94 bilhões de toneladas de carbono até 2030 caso os países da região mantenham pouco ou nenhum controle sobre o desmatamento. O alerta é da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG), formada por oito organizações da sociedade civil, que divulgou novo levantamento sobre o tema em 23 de outubro de 2025. O estudo abrange Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, e aponta que, mesmo com a manutenção das atuais políticas ambientais, a perda na capacidade de captura de carbono pode chegar a 1,113 bilhão de toneladas nos próximos cinco anos.

A RAISG explica que as florestas mais preservadas da Amazônia, especialmente em Terras Indígenas e Áreas Naturais Protegidas, são responsáveis por 61% do carbono capturado em 2023. A proteção desses territórios é considerada fundamental para conter o aquecimento global e manter a floresta como aliada no equilíbrio climático. “Se não forem fortalecidas as políticas de proteção e reconhecido o papel dos povos indígenas e das comunidades locais, a Amazônia deixará de ser um aliado climático e se tornará uma fonte de crise”, afirmou Renzo Piana, diretor do Instituto do Bem Comum, integrante da RAISG.

O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Ciência e Saber Indígena pela Amazônia, em parceria com o Woodwell Climate Research Center, e utilizou a plataforma Dinâmica Ego, que integra dados de satélite e modelagem ambiental. Foram projetados três cenários para o futuro das reservas de carbono. No pior deles, com avanço descontrolado de atividades como agricultura, pecuária e mineração, a Amazônia reduziria em 3,5% sua capacidade de captura, passando de 85 bilhões de toneladas de carbono em 2023 para 82,257 bilhões em 2030.

No cenário intermediário, os pesquisadores simularam políticas ambientais menos rigorosas, o que levaria à perda de 2,294 bilhões de toneladas de carbono — uma redução de 2,7% em relação a 2023. Já no melhor cenário, com manutenção das políticas atuais, haveria ainda assim perda de 1,113 bilhão de toneladas, equivalente a 2% do total capturado. Mireya Bravo Frey, coordenadora regional do projeto, afirmou que “cada tonelada de carbono que se consegue manter nas florestas amazônicas é um investimento no futuro do planeta”, destacando que fortalecer a proteção de Terras Indígenas e Áreas Protegidas é essencial para conservar as maiores reservas de carbono florestal do mundo.

A RAISG também alerta para o impacto histórico da devastação na Amazônia, que desde 1985 perdeu mais de 88 milhões de hectares de floresta, transformados em áreas agropecuárias, urbanas e mineradoras. Essa transformação já resultou em uma redução de 6,3% na captura de carbono, com 5,7 bilhões de toneladas a menos em 2023 comparadas ao ano 2000. O especialista em sensoriamento remoto da rede, José Victorio, explicou que a redução das florestas implica em menos reservas de carbono e, portanto, mais emissões poluentes para o planeta, agravando eventos como secas, inundações e incêndios florestais.

O estudo recomenda que os países amazônicos articulem políticas que integrem ciência e saberes tradicionais, promovam o uso sustentável dos recursos naturais e eliminem o desmatamento e atividades ilegais no bioma. As conclusões reforçam que o futuro da Amazônia e o equilíbrio climático global dependem diretamente da proteção das florestas e da valorização dos povos que as habitam.

Fonte: umsoplaneta.globo.com

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Sebrae apresentará ações de sustentabilidade e economia circular na COP30

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O Sebrae participará da COP30 com a apresentação de iniciativas voltadas à resiliência climática e à economia circular em quatro painéis que ocorrerão no dia 13 de novembro. A instituição levará experiências desenvolvidas em programas como Cidade Empreendedora, Territórios Empreendedores e Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora, destacando projetos de gestão de resíduos sólidos, educação ambiental, bioeconomia e empreendedorismo sustentável.

O gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, Jeconias Rosendo, afirmou que a economia dos pequenos negócios depende diretamente da capacidade de adaptação às mudanças climáticas. “Quando articulados de forma estratégica, os esforços locais se convertem em ganhos expressivos, como a redução de emissões de gases de efeito estufa, recuperação de áreas degradadas e aumento da renda das famílias”, disse.

As ações selecionadas abrangem 19 iniciativas de 14 estados brasileiros e estarão reunidas em um catálogo digital que será divulgado durante a conferência. O material inclui projetos de reciclagem e logística reversa, reflorestamento, turismo sustentável, inclusão socioprodutiva e fortalecimento de lideranças locais. Segundo Rosendo, o engajamento de prefeituras, organizações da sociedade civil e empreendedores tem mostrado que a agenda climática, integrada ao desenvolvimento territorial, é capaz de gerar resultados econômicos e ambientais consistentes.

O Sebrae avalia que a COP30 será uma oportunidade para aprimorar parcerias e conectar experiências nacionais e internacionais na área da sustentabilidade. A instituição criou o portal Sebrae COP30, voltado a micro e pequenos empresários interessados em se preparar para as oportunidades de negócios que o evento trará. O ambiente digital reúne conteúdos sobre empreendedorismo internacional, agenda global de desenvolvimento sustentável e exemplos de soluções aplicadas por empreendedores em diferentes regiões do país.

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Governo federal amplia subvenção para extrativistas do Acre com prazo até dezembro

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Os extrativistas do Acre têm até 20 de dezembro para solicitar à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o pagamento do programa Sociobio Mais, iniciativa do governo federal que garante subvenção a produtos extrativos comercializados abaixo do preço mínimo estabelecido. O novo prazo substitui o antigo calendário, que se estendia até fevereiro do ano seguinte, e foi antecipado para dar mais agilidade, transparência e segurança aos pagamentos, segundo o gerente de Produtos da Sociobiodiversidade da Conab, Fernando Motta.

O benefício é voltado a produtores com Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) ativo e situação regular junto à Conab. Para receber a subvenção, é necessário apresentar notas fiscais que comprovem a venda de produtos por valores inferiores ao preço mínimo oficial. A solicitação passou a ser feita de forma digital, por meio do sistema SociobioNet, que permite o preenchimento das informações mesmo sem conexão com a internet, exigindo acesso apenas no momento do envio final dos documentos.

Entre as mudanças do Sociobio Mais está a criação, a partir de 2025, de um valor fixo de pagamento para três produtos: borracha natural, amêndoa de babaçu e pirarucu de manejo. Os valores definidos são de R$ 3,00 por quilo de borracha, R$ 2,50 por quilo de babaçu e R$ 2,50 por quilo de pirarucu. De acordo com a Conab, a medida busca incentivar melhores negociações e reduzir a dependência dos produtores em relação a intermediários. Os demais produtos continuam com cálculo baseado na diferença entre o preço mínimo e o valor de venda.

No Acre, o programa tem relevância econômica para comunidades que vivem do extrativismo de borracha, castanha e pirarucu manejado, produtos que sustentam a base de várias reservas extrativistas do estado. Atualmente, a Conab assegura preço mínimo para 17 itens da sociobiodiversidade, entre eles açaí, andiroba, buriti, cacau, castanha-do-brasil, murumuru, pequi, piaçava e umbu. O Sociobio Mais é executado pela Conab sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e conta com a participação dos ministérios da Agricultura, da Fazenda, do Planejamento e do Meio Ambiente.

A iniciativa tem como finalidade fortalecer a economia das florestas, garantir renda às populações tradicionais e incentivar o uso sustentável dos recursos naturais. Com a ampliação do programa e a definição de valores fixos para produtos-chave, o governo federal busca consolidar uma política de apoio contínuo aos extrativistas e reforçar o papel dessas comunidades na conservação ambiental e no desenvolvimento rural da Amazônia.

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