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Cultura

Povos do Juruá: O protagonismo indígena na defesa dos direitos

“Proteger a floresta para nós é proteger a nossa própria vida.”

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O documentário “Povos do Juruá” mergulha na resistência dos povos indígenas da região do Rio Juruá, no Acre, que há décadas enfrentam a pressão para exploração de suas terras e na destruição de suas florestas. Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), é a voz central deste relato, expondo a luta histórica e os desafios contemporâneos vividos por essas comunidades.

A OPIRJ, fundada nos anos 1990, nasceu da urgência de garantir os direitos territoriais dos povos indígenas da região, a partir de movimentos organizados por lideranças indígenas históricas. Piyãko destaca a importância da organização como ferramenta de articulação e resistência: “Graças à nossa coragem, creio que a gente tem um lugar ainda, nem que seja do tamanho da nossa força, mas é um lugar seguro para a gente morar com as nossas crianças.” O documentário revela como a OPIRJ tem sido fundamental para unir as comunidades e fortalecer o diálogo com instituições, em um contexto de décadas de exploração e invisibilidade.

Um dos principais focos do filme é a ameaça crescente dos projetos de infraestrutura que avançam sobre os territórios indígenas sem qualquer consulta prévia, como as estradas de Nueva Itália-Puerto Breu e de Pucallpa, na fronteira com o Peru. “Estamos todos na faixa de fronteira, então é muito difícil ter uma proteção direta do Estado, e se a gente estiver articulado, a gente consegue ajudar o próprio Estado a proteger essas áreas,” afirma Piyãko, referindo-se ao papel crucial da articulação indígena na defesa de suas terras.

Esses projetos, financiados por madeireiras e grupos criminosos, trazem consigo a destruição ambiental, o tráfico de drogas e o desmatamento. Para Piyãko, a construção dessas estradas não serve aos interesses das comunidades locais: “Essa estrada não foi feita para atender nós, o povo da floresta. Isso é para atender interesses externos que até agora não estão claros para nós.”

A produção, dirigida por Arison Jardim e realizada pela Bari Comunicação, com apoio da OPIRJ, da Associação Apiwtxa e a Asociación ProPurús, foi financiada pela Lei Paulo Gustavo, através do Edital No 02 de Apoio às Produções Audiovisuais, da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, Acre. Ela revela os desafios atuais dos povos do Juruá, que além de enfrentar a invasão de seus territórios, continuam a lutar pela preservação de sua cultura e modos de vida.

Para Francisco Piyãko, proteger a floresta não é apenas uma questão de território, mas de sobrevivência: “Proteger a floresta para nós é proteger a nossa própria vida.”

Assista a “Povos do Juruá” no canal do Epop, no Youtube

Assessoria

Feminina Voz do Samba na Estrada inicia segunda etapa no Acre pela Lei Rouanet Norte

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O samba, expressão maior da cultura popular brasileira, carrega em sua história a força e a sensibilidade de grandes mulheres que ajudaram a construir esse patrimônio imaterial do Brasil. Para valorizar e dar visibilidade a essas vozes, chega ao interior do Acre a segunda etapa do projeto Feminina Voz do Samba na Estrada, realizado pelo grupo Moças do Samba, de Rio Branco (AC).

Com realização e patrocínio do Ministério da Cultura e da Caixa Econômica Federal, por meio da Lei Rouanet Norte, o projeto presta homenagem a figuras marcantes como Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Clara Nunes e Tia Ciata, entre tantas compositoras e intérpretes que ajudaram a consolidar a história do samba.

A programação é composta por duas atividades:
Palestra – “De Onde Vem o Samba e Onde Estavam as Mulheres?”
Espetáculo cênico-musical – “Feminina Voz do Samba”

Depois de apresentar nos municípios de Bujari e Senador Guimard, o projeto segue viagem pelo interior acreano, com entrada gratuita em todas as atividades:

Xapuri – 02 de setembro
📍 Casa Branca
🕒 15h – Palestra | 18h – Espetáculo

Epitaciolândia – 03 de setembro
📍 Escola Estadual Cívico-Militar Joana Ribeiro Amed
🕒 15h – Palestra | 19h – Espetáculo

Brasiléia – 04 de setembro
📍 Escola Estadual Maria das Graças Rocha Rodrigues
🕒 15h – Palestra | 19h – Espetáculo

Assis Brasil – 05 de setembro
📍 Local da palestra a confirmar | Praça Senador Guiomard (em frente à Prefeitura)
🕒 15h – Palestra | 19h – Espetáculo

💬 Segundo as integrantes do grupo Moças do Samba, o projeto busca “ressignificar o lugar das mulheres na história do samba, destacando não apenas seu talento artístico, mas também sua luta e resistência cultural”.

Toda a comunidade está convidada a participar, prestigiar e se emocionar com essa viagem pela memória e pela potência feminina no samba.

Serviço
Projeto: Feminina Voz do Samba na Estrada
Realização: Moças do Samba
Patrocínio: Ministério da Cultura e Caixa Econômica Federal, via Lei Rouanet Norte
Atividades: Palestra + Espetáculo cênico-musical
Entrada: Gratuita

Assessoria

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Cultura

Do Acre: Central de Slam conquista vice-campeonato no Torneio Nacional de Slams em São Paulo

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A Central de Slam, coletivo acreano de poesia falada, conquistou o segundo lugar no Torneio Nacional de Slams realizado nos dias 30 e 31 de agosto de 2025, no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. A disputa reuniu dez equipes de todas as regiões do Brasil e marcou um feito inédito para a cena da poesia falada do Acre.

A equipe que representou o Acre foi formada por Natidepoesia, campeã nacional do Slam Singulares de Poesia; MB, tricampeão estadual; e Medusa K, campeã nacional do Slam das Minas BR. O resultado consolidou a presença da região amazônica no circuito nacional de slams. “De emoção eu ainda não tenho palavras pra descrever. Foi um torneio muito pesado, forte. Mas a gente tinha uma missão que era passar a palavra. Fiquei realizada demais com esse pódio. Segundo lugar em um torneio nacional onde tinha todas regiões é basicamente o primeiro lugar, principalmente vindo do Acre”, declarou Medusa.

Os integrantes ressaltaram a importância da conquista para a projeção da poesia falada produzida no estado. “Foi muito interessante participar desse slam, principalmente por levar a linguagem amazônica e a poesia acreana. Levamos uma mensagem de empoderamento para que nós possamos ocupar mais espaços. Esta vitória é mais uma página importante na nossa caminhada”, afirmou Natidepoesia. Para MB, o vice-campeonato representa uma retomada no cenário nacional: “Depois de tanto tempo longe dos palcos nacionais, participar de mais um nacional foi gratificante. Trazer o segundo lugar em um torneio tão grande como esse é histórico para nós e para o Acre”.

Criada em 2018, a Central de Slam atua como porta de entrada para novos poetas no Acre, promovendo a metodologia “Poesia que Escurece”, que já alcançou mais de mil jovens por meio da poesia falada, criação de zines e escrita criativa. O trabalho do coletivo fortalece repertórios e protagonismo nas periferias e territórios amazônicos.

O título ficou com o Slam da Cana, de Ribeirão Preto (SP). Para a Central de Slam, o vice-campeonato amplia a visibilidade da produção afro-amazônica e abre caminhos para que mais artistas acreanos circulem no cenário nacional.

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Cultura

Acre conquista dois prêmios no Sebrae Amazônia de Música

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Dois artistas acreanos foram premiados na edição 2025 do Prêmio Sebrae Amazônia de Música, realizada no dia 26 de agosto no Theatro da Paz, em Belém (PA). O rapper Kaemizê foi reconhecido na categoria Melhor Artista de Música Urbana, enquanto Manoelzinho do Acre venceu como Melhor Lançamento de Sonoridades Amazônicas.

A premiação contou com 229 obras inscritas, das quais 87 chegaram à final e disputaram 28 categorias, com três indicados em cada uma delas. Além dos vencedores, a cantora Duda Modesto também representou o Acre como finalista em Melhor Lançamento de MPB, com a canção Eu Também Sou do Acre.

Em sua fala, Manoelzinho do Acre destacou as dificuldades de produzir música na região e ressaltou o apoio recebido. “Fazer arte na Amazônia não é fácil, mas temos apoiadores, como o Sebrae, que apostam nesse projeto. O sentimento é de que estamos no caminho certo”, afirmou. Já Kaemizê ressaltou o significado do prêmio. “É uma sensação incrível representar o nosso Acre e levar esse prêmio para casa”, disse.

Segundo o diretor técnico do Sebrae no Acre, Kleber Campos, o reconhecimento reflete o papel da música como instrumento de geração de renda e de fortalecimento da identidade cultural. “A música representa oportunidade de geração de renda, fortalecimento da identidade cultural e projeção dos nossos talentos”, destacou.

O Prêmio Sebrae Amazônia de Música é uma iniciativa do Sebrae Pará, com patrocínio do Banpará e da Equatorial Pará, via Leis Rouanet e Semear, e apoio da Secretaria de Cultura do Pará. O objetivo é valorizar a produção musical da região, incentivar lançamentos digitais e descentralizar o mercado nacional.

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