O “Sesc e Fetac em Cena” está de volta com 14 apresentações artísticas em seis dias de programação cultural na capital acreana. O evento ocorre de 16 a 21 de outubro, com espetáculos realizados em escolas da cidade e no Teatro de Arena do Sesc. Todas as apresentações são gratuitas, permitindo que a comunidade local desfrute do talento artístico.
A abertura acontece na segunda-feira, 16, às 19h30, no Teatro de Arena do Sesc, e contará com o espetáculo solo “As Confiadas”, apresentado pelo Teatro GPT e estrelado pela talentosa Marilia Bomfim.
Além das outras parcerias já estabelecidas entre a Fetac e o Sesc, o último “Sesc e Fetac em Cena” ocorreu em 2016. No entanto, devido ao compromisso do Sesc em promover iniciativas inovadoras, o evento foi programado para retornar em 2023. Esta decisão reflete o entendimento mútuo das duas instituições quanto à significativa contribuição na valorização e no fortalecimento da cultura local, reconhecendo que a cultura desempenha um papel fundamental como o cartão de visita do Sesc.
Para Lenine Alencar, diretor da Fetac, esse evento é uma celebração da parceria duradoura entre o Sesc e a Fetac, cuja história remonta à fundação do Serviço Social do Comércio no Acre. Ele ressalta a importância dessa colaboração ao longo dos anos e como ela foi fundamental para a criação da Federação de Teatro do Acre. O Teatro de Arena do Sesc, que já foi palco de inúmeras performances locais e nacionais, é um símbolo dessa história de cooperação.
Alencar enfatiza: “A história do Sesc no Acre se confunde com a criação da Fetac, pois seis grupos de teatro atuavam na cena acreana na década de 1970, o que resultou na construção do Teatro de Arena do Sesc. Fomos parceiros durante esses mais de 45 anos, e isso não pode ser minimizado pela nossa história. Por isso, este evento, com sua programação diversa, fortalece nossas organizações que trabalham em prol da cultura e do direito de acesso aos bens culturais.”, destacou.
Para a gerente de Cultura do Sesc no Acre, Nardia Tayna, além das apresentações no Teatro de Arena, o evento busca uma maior integração entre os grupos participantes e a comunidade. “Levando peças para diversas escolas. Essa colaboração com o Sesc contribui para a promoção da política nacional da instituição de fortalecimento do fazer artístico e valorização da diversidade cultural”, disse.
Entre os espetáculos apresentados pelos grupos, o público terá a oportunidade de dialogar informalmente com os artistas após as apresentações. Os espetáculos variam em trajetória, incluindo trabalhos recém-montados, e são compartilhados com artistas, estudantes, comerciários e pessoas de todas as idades.
O “Sesc e Fetac em Cena” promete uma semana emocionante de cultura, arte e colaboração, celebrando o compromisso contínuo com a promoção da cultura e do acesso à diversidade artística no Acre. Não perca a chance de participar deste evento que une comunidades, artistas e instituições em prol da cultura local.
Departamento de Comunicação do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac
A Cia. Garatuja de Artes Cênicas, com o projeto “Raízes Vivas: Mostra Cênicas”, financiado pelo Edital LPG Arte e Patrimônio 007/2023 da Fundação Elias Mansour (FEM), através da Lei Paulo Gustavo 195/2022, percorreu o Acre resgatando memórias e celebrando as raízes culturais indígenas e acreanas através de 2 espetáculos emocionantes. Após uma série de apresentações impactantes, o projeto se aproxima de seu encerramento, trazendo a dança e o teatro para o coração das comunidades. E como toda grande jornada, o projeto se prepara para fechar com chave de ouro em Sena Madureira, no dia 14 de outubro, com a apresentação do espetáculo “Correrias”.
Ao longo das últimas semanas, o público de diversas regiões pôde se emocionar e refletir sobre a importância da preservação de nossa história e identidade. O espetáculo “Rádio Seringal” levou sua narrativa cativante ao palco da Praça da Juventude, em Rio Branco, no dia 13 de setembro, e ao público da escola fundamental e ensino médio EJA Santo Izidoro, em Senador Guiomard, com uma apresentação especial no dia 17 de setembro. Em Placido de Castro, o público da escola João Ricardo de Freitas teve a oportunidade de assistir a uma emocionante apresentação no dia 24 de setembro. A peça, que explora acontecimentos históricos marcantes do Acre, tocou profundamente os espectadores, reforçando a conexão com nossa ancestralidade.
Por sua vez, a força e a intensidade de “Correrias” – que aborda o massacre indígena e seus impactos culturais – foram vivenciadas no Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco, no dia 5 de setembro, e em Porto Acre (Vila do Incra), na escola estadual Edmundo Pinto Almeida Neto, no dia 11 de setembro. Agora, encerrando a temporada, o espetáculo terá sua última apresentação no dia 14 de outubro, na escola Dom Júlio Mattioli, em Sena Madureira, consolidando o impacto artístico e social desse grande circuito cultural.
A reta final de um projeto que transforma comunidades
Após essa incrível jornada, o projeto “Raízes Vivas” se prepara para o seu grande final. A apresentação de “Correrias” em Sena Madureira, no dia 14 de outubro, marcará o encerramento de uma circulação que emocionou, ensinou e fortaleceu a relação das comunidades com sua própria história.
Acessibilidade e inclusão: cultura para todos
Um dos grandes destaques do projeto foi seu compromisso com a acessibilidade. Todas as apresentações contaram com intérprete de Libras, garantindo que as peças fossem acessíveis a um público diverso e inclusivo, atendendo a todos que buscam vivenciar a arte de forma plena. A Cia. Garatuja tem como objetivo transformar o teatro e a dança em ferramentas de comunicação abertas para todos.
Impacto além dos palcos
O projeto “Raízes Vivas” não se limitou a entreter; trouxe à tona a urgência de manter viva a memória cultural acreana, especialmente em tempos de mudanças rápidas. As apresentações serviram como um convite ao público para refletir sobre suas próprias origens e a importância de preservar as histórias dos povos indígenas e do povo acreano.
Com décadas de dedicação à cultura local, a Cia. Garatuja mais uma vez mostrou sua força e qualidade ao proporcionar espetáculos que não apenas emocionam, mas educam e conectam o público às suas raízes. A missão de descentralizar a arte e levar cultura às comunidades foi cumprida com sucesso, atingindo centenas de pessoas ao longo do circuito.
Fechando com chave de ouro!
Chegamos ao final desta linda jornada, e o encerramento em Sena Madureira será o momento de coroar esse grande ciclo de apresentações. A Cia. Garatuja encerra o projeto “Raízes Vivas” com a certeza de que o trabalho desenvolvido trouxe luz às histórias que jamais podem ser esquecidas, garantindo que a memória e a cultura acreana continuem a viver através da arte.
Não perca o grandioso desfecho do projeto “Raízes Vivas” em Sena Madureira, no dia 14 de outubro. O espetáculo “Correrias” promete uma experiência profunda e inesquecível, conectando o público à força da arte que transforma e mantém viva a história dos povos acreanos.
O Acre marcou presença na 51ª edição da Expo Abav, realizada em Brasília, com a apresentação de suas potencialidades turísticas focadas no ecoturismo, etnoturismo e turismo de base comunitária. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), é um dos principais do setor, reunindo representantes nacionais e internacionais do trade turístico.
A Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete) do Acre, com o apoio do Programa REM e do Sebrae, organizou um estande para promover o turismo acreano e suas experiências culturais e naturais. Agências e pequenos empreendedores locais participaram do evento, buscando ampliar suas redes de contatos e estabelecer novos negócios.
Victor Pontes, da Ayshawã Travel, que trabalha com etnoturismo e turismo de vivência, destacou a importância do evento para expandir o alcance de seus serviços. “Fizemos contato com agências da Itália, Portugal e Alemanha, tivemos um bom retorno e em breve teremos novidades com o fechamento de contratos”, afirmou.
Além dos negócios, o evento possibilitou a promoção de produtos locais, como o Café Raízes da Floresta, produzido na Reserva Extrativista Chico Mendes, e novas oportunidades para o fortalecimento da cadeia turística do estado.
A Expo Abav, realizada de 26 a 28 de setembro, foi considerada uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento do turismo sustentável no Acre, atraindo operadores e agentes de diversos países.
O documentário “Povos do Juruá” mergulha na resistência dos povos indígenas da região do Rio Juruá, no Acre, que há décadas enfrentam a pressão para exploração de suas terras e na destruição de suas florestas. Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), é a voz central deste relato, expondo a luta histórica e os desafios contemporâneos vividos por essas comunidades.
A OPIRJ, fundada nos anos 1990, nasceu da urgência de garantir os direitos territoriais dos povos indígenas da região, a partir de movimentos organizados por lideranças indígenas históricas. Piyãko destaca a importância da organização como ferramenta de articulação e resistência: “Graças à nossa coragem, creio que a gente tem um lugar ainda, nem que seja do tamanho da nossa força, mas é um lugar seguro para a gente morar com as nossas crianças.” O documentário revela como a OPIRJ tem sido fundamental para unir as comunidades e fortalecer o diálogo com instituições, em um contexto de décadas de exploração e invisibilidade.
Um dos principais focos do filme é a ameaça crescente dos projetos de infraestrutura que avançam sobre os territórios indígenas sem qualquer consulta prévia, como as estradas de Nueva Itália-Puerto Breu e de Pucallpa, na fronteira com o Peru. “Estamos todos na faixa de fronteira, então é muito difícil ter uma proteção direta do Estado, e se a gente estiver articulado, a gente consegue ajudar o próprio Estado a proteger essas áreas,” afirma Piyãko, referindo-se ao papel crucial da articulação indígena na defesa de suas terras.
Esses projetos, financiados por madeireiras e grupos criminosos, trazem consigo a destruição ambiental, o tráfico de drogas e o desmatamento. Para Piyãko, a construção dessas estradas não serve aos interesses das comunidades locais: “Essa estrada não foi feita para atender nós, o povo da floresta. Isso é para atender interesses externos que até agora não estão claros para nós.”
A produção, dirigida por Arison Jardim e realizada pela Bari Comunicação, com apoio da OPIRJ, da Associação Apiwtxa e a Asociación ProPurús, foi financiada pela Lei Paulo Gustavo, através do Edital No 02 de Apoio às Produções Audiovisuais, da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, Acre. Ela revela os desafios atuais dos povos do Juruá, que além de enfrentar a invasão de seus territórios, continuam a lutar pela preservação de sua cultura e modos de vida.
Para Francisco Piyãko, proteger a floresta não é apenas uma questão de território, mas de sobrevivência: “Proteger a floresta para nós é proteger a nossa própria vida.”