Nesta segunda-feira, 30, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, candidato a registrou uma queixa na Delegacia de Polícia contra a adversária, Jessica Sales, por injúria racial.
Nas redes sociais Jessica destaca a fala de uma mulher que chama Zequinha de cara de cairara, que é um macaco. ”Ninguém tira meu voto, e se eu puder tirar dele, do cara de Cairara, eu vou tirar até o derradeiro” . A apoiadora, por mais de uma vez, utilizou a expressão “cara de Cairara” para se referir ao candidato Zequinha, reforçando a tentativa de desumanizar e depreciar o adversário.
Os simpatizantes dela reforçaram a fala da mulher nos comentários nas redes sociais de apoio à candidata Jéssica. A expressão “cara de Cairara” se tornou comum entre seus apoiadores, evidenciado por diversos comentários em que o termo é repetido de forma pejorativa para se referir a Zequinha Lima. Comentários como “cara de cairara” e “macaco cairara” podem ser encontrados amplamente, demonstrando um padrão de ataque racista entre os seguidores da candidata.
O cairara é uma espécie de primata encontrada nas florestas tropicais da América. O termo “cairara” é popularmente usado em algumas regiões como uma forma pejorativa para referir-se a pessoas, o que carrega um contexto racista quando aplicado de maneira depreciativa, como no caso em questão.
Zequinha Lima, disse que como prefeito e cidadão, merece ser respeitado. Ele se manifestou ao sair da Delegacia de Polícia Civil. “Eu tenho sido atacado desde o início da campanha. Suportei todos os ataques até aqui, não respondi nenhum. Mas esse ataque aqui, para mim, ele chegou ao limite, que é de você chegar a chamar o candidato, a me chamar de cara de macaco. Eu acho que isso é um desrespeito ao cidadão, é um desrespeito à minha pessoa como prefeito dessa cidade, mas acima de tudo como cidadão que sou. E eu não admito que as pessoas sejam desrespeitadas. Eu tô ouvindo isso aqui, eu ouvi isso de uma candidata no seu programa eleitoral que se utilizou de pessoas simples e humilde pra poder fazer esse tipo de comentário contra a minha pessoa. Eu acho isso uma falta de respeito. É a mesma prática que o seu pai utilizava antigamente de querer humilhar as pessoas. E eu tô observando que a sua filha, doutora Jéssica, utiliza-se das mesmas práticas de forma até mais agressiva do que o seu próprio pai. Eu fico pensando, o que uma pessoa dessa seria capaz de fazer com as pessoas humildes se chegar um dia a ser prefeito dessa cidade? Eu não admito esse tipo de coisa. Já passou dos limites, é por isso que eu vou até as últimas consequências onde eu puder ir. Porque eu tenho uma família, eu tenho uma esposa, eu tenho filhos, eu tenho pessoas que gostam do que eu faço, eu tenho pessoas que me respeitam. O que é que as pessoas vão achar quando alguém faz um comentário como esse? E teve repercussão, tanto na política como na vida, na minha vida pessoal, e eu não admito esse tipo de coisa. Lamento, lamento que a doutora Jessica Sales, que estudou tanto para ser médica, tenha que se utilizar de pessoas simples e humildes tem e não que possa baixar o nível a esse ponto que baixou”, pontuou Zequinha
Braz Alves de Mello Júnior, advogado do prefeito, se pronunciou sobre a ação na polícia e também junto à justiça eleitoral.
“O prefeito foi atacado publicamente e nas palavras tem um delito. Outros de forma pejorativa também, entrando na onda do vídeo, ficaram brincando, ‘cara de cairara’, e tiveram inúmeras publicações nesse sentido, e pessoas que seguiram essa vertente. Apresentamos um boletim de ocorrência, esse boletim de ocorrência vai ser levado para a justiça acreana, para ser ali julgado e analisado pelos nossos juízes, e nós iremos levar até as últimas consequências porque esse fato se trata de algo muito sério e que merece reprimenda. Nosso código penal ele prevê para crimes dessa magnitude pena de reclusão de 1 a 3 anos e com aplicação de multa também. Nós iremos seguir tanto com uma ação de indenização por conta de todo efeito negativo que isso gerou, tanto na vida política como na vida pessoal dele, e também no âmbito eleitoral, porque é inadmissível um vídeo daquela magnitude ser utilizado para fins eleitorais, ainda mais numa semana decisiva como é essa, Nosso primeiro pedido no âmbito eleitoral é um pedido de resposta. Queremos contrapor isso e que ela poste essa nossa resposta nas redes sociais, ainda que minimamente tentar amenizar o problema gerado por ela”, relatou o advogado.
TJAC supera desafios logísticos e garante estrutura completa para a eleição de juízas e juízes de paz em todo o Acre
Nenhum município ficará sem atendimento: Comarca de Cruzeiro do Sul se destaca com operação estratégica e envia urnas para cidades de todo o Vale do Juruá
A realização da primeira eleição direta para juízas e juízes de paz da história do Acre exige planejamento minucioso, presença institucional em todos os detalhes e, sobretudo, capacidade de superar desafios logísticos. E é exatamente isso que o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) tem demonstrado ao mobilizar equipes, estruturar rotas e garantir que todos os 22 municípios acreanos, incluindo os de difícil acesso, tenham condições plenas de realizar o pleito neste domingo, 30, das 8h às 17h.
No Vale do Juruá, essa operação ganha proporções ainda maiores neste sábado, 29. A Comarca de Cruzeiro do Sul, segundo maior colégio eleitoral do estado, assumiu um papel estratégico na organização de todo o processo, desde a preparação das seções eleitorais até o envio de urnas para municípios que não possuem acesso terrestre.
Logística reforçada e equipes distribuídas
A supervisora da Comarca, Helena Maria Guimarães, explica que a preparação começou cedo, com a divisão das equipes e a organização das 13 escolas onde funcionarão as seções eleitorais.
“Fomos divididos por equipes. A equipe 1 ficou responsável por sete escolas, e a equipe 2 por seis escolas. As salas já estão arrumadas, todo o material foi conferido, e no domingo nossa equipe de apoio estará na Cidade da Justiça às 6h30. A partir daí, iniciaremos as rotas fiscalizando todas as escolas, registrando a presença de mesários, servidores e equipes de apoio. Esse controle é fundamental para o bom andamento da eleição”, destacou.
Urnas chegam a municípios isolados
O trabalho da Comarca não se restringiu aos limites de Cruzeiro do Sul. A cidade teve a responsabilidade de encaminhar as urnas para os municípios vizinhos de Mâncio Lima e Rodrigues Alves por via terrestre, além do envio via avião para as cidades de difícil acesso de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
O transporte e a entrega foram coordenados pela Assessoria Regional de Cruzeiro do Sul, garantindo que mesmo localidades onde o acesso depende de rio ou aeronaves recebessem todos os equipamentos no prazo.
“Nós organizamos a distribuição das urnas para os outros municípios, e essa logística contou com o apoio essencial da Secretaria Regional do Juruá. Foi um esforço conjunto para que ninguém fique sem estrutura no dia da eleição”, reforçou a coordenadora da Assessoria, Daniela Rodrigues.
Essa ação reafirma o compromisso do TJAC: nenhum município do Acre ficará sem condições de participação no processo democrático.
E todas as informações oficiais sobre a eleição histórica de juízas e juízes de paz estão reunidas no portal do TJAC: 👉 https://www.tjac.jus.br/adm/juiz-de-paz/
O Tribunal de Justiça do Acre reforça o convite para que todas e todos participem deste marco democrático. Pela primeira vez no Brasil, cidadãs e cidadãos irão às urnas escolher diretamente quem exercerá a função de juiz ou juíza de paz, cargo essencial para a celebração de casamentos, mediação de conflitos e fortalecimento da convivência comunitária.
Com planejamento, unidade e superação de desafios, o TJAC garante que a democracia chegue a todos os cantos do estado — do centro urbano às comunidades mais distantes do Juruá.
Estão abertas as inscrições para a oficina “Distribuição Independente: como fazer curtas-metragens circularem por festivais de cinema”, com o realizador audiovisual Juraci Júnior. A oficina será realizada de modo virtual, nos dias 20 e 21 de novembro, das 19h30 às 21h30, gratuitamente.
A iniciativa faz parte de uma série de ações de democratização da cultura promovidas pela agente territorial Rafaela Correia, que integra o Programa Comitê de Cultura do Ministério da Cultura (MINC).
Nesta edição, o Circuito Cultural terá como foco o setor audiovisual. A programação está dividida em três atividades: o Cine Debate, que apresentou curtas-metragens produzidos na cidade por meio da Lei Paulo Gustavo no dia 14 de novembro, além de duas oficinas on-line, sendo uma de Distribuição Independente e outra de Elaboração de Projetos Culturais.
A oficina de distribuição é voltada para produtores audiovisuais contemplados nos últimos editais de fomento, como a Lei Paulo Gustavo e a Lei Aldir Blanc, tanto em âmbito municipal quanto estadual. O objetivo é auxiliar um grupo de cineastas locais na busca por estratégias eficazes para a distribuição de seus trabalhos.
Sobre o facilitador
Juraci Júnior atua como diretor audiovisual em obras de ficção, documentários e videoclipes. Participa ativamente de festivais de cinema pelo Brasil e partes do mundo, além de mesas, colóquios e debates sobre a produção audiovisual contemporânea brasileira. Distribui seus filmes de maneira independente há 8 anos, tendo conquistado espaço em importantes festivais de cinema no Brasil e exterior, além de licenciar obras para plataformas de conteúdo brasileiro. É um dos selecionados do 6º Vitrine Lab, curso livre sobre distribuição cinematográfica oferecido pela Vitrine Filmes, uma das mais importantes distribuidoras independentes do país.
O curta-metragem Catador de Sons e o clipe musical Barranco foram exibidos pela primeira vez na noite da última quinta-feira (13), no espaço Tapiri Cinema da Floresta em Porto Velho. Com plateia lotada, as obras emocionaram o público e Bira Lourenço, artista e pesquisador de sons, tema central do documentário.
“É ver além. Com o clipe Barranco eu percebi coisas que não estavam tão evidentes para mim, na minha música. Já no filme Catador o que mais me impressiona é a sensibilidade de como o material captado. Eu me vi de corpo e alma entregue à minha arte. Eu sou esse catador”, comenta Bira durante bate-papo com a plateia.
Para Jussara Assmann, coordenadora geral da produção das duas obras, o audiovisual foi um grande desafio. “Coordenar dois projetos audiovisuais foi um desafio e aprendizado, onde as linguagens de arte se entrelaçam e se completam com o talento, profissionalismo e sensibilidade das pessoas envolvidas”, afirma.
O filme se propõe a discutir o cotidiano amazônico, por meio da observação constante, em pesquisas dos artistas Bira e Jussara Assmann, que destacam a capacidade polifônica de Porto Velho e seu entorno. Já o clipe musical Barranco propõe ao público uma viagem sensorial pelas beiras de rios amazônicos. A música executada por Bira Lourenço e Catatau Batera faz parte do álbum Sons de Beira. Kaline Leigue, artista rondoniense, interpreta a música em uma performance por entre o barro, o rio Madeira e o amanhecer em Porto Velho.
Catador de Sons com direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Val Barbosa, direção de fotografia de Avener Prado, som direto de Hugo Borges e coordenação geral de Jussara Assmann. O clipe musical Barranco tem direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Jussara Assmann, direção de fotografia de Jordan Cruz e música de Bira Lourenço e Catatau Batera.
O documentário Catador de Sons e o clipe Barranco foram realizados graças a aprovação no Edital 01/2024 – SEJUCEL – Audiovisual – bolsas para Artes em Vídeo, com recursos da Lei Paulo Gustavo.