O Governo Lula, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), tem reforçado os esforços para manter a BR-364 no Acre, especialmente no trecho entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, uma das principais vias de integração do estado. Em audiência pública, realizada no último mês, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o superintendente do DNIT no Acre, Ricardo Araújo, detalhou o histórico de intervenções, os desafios enfrentados e as soluções previstas para garantir a trafegabilidade da estrada.
De acordo com o superintendente, a BR-364 atravessa uma das regiões mais difíceis para construção e manutenção de rodovias no Brasil. Implantada inicialmente pelo Exército nos anos 1970, a estrada corta dezenas de rios e igarapés e está assentada sobre um solo com baixa capacidade de suporte, conhecido como tabatinga, altamente expansivo e instável. Esse tipo de solo reage de forma crítica à presença de água, expandindo e rompendo as camadas de pavimento, o que contribui para o surgimento constante de buracos e erosões.
“É o pior solo do Brasil para construção rodoviária”, afirmou Araújo. Ele explicou que entre Sena Madureira e o Rio Liberdade, o solo exige soluções técnicas específicas, pois não há como substituí-lo em profundidade viável. A região apresenta uma média de cinco bueiros por quilômetro e dezenas de pontes, o que dificulta ainda mais a conservação da malha.
Apesar das limitações, o DNIT realizou em 2024 cerca de 30 km de pavimentação com tecnologia de macadame hidráulico, considerada mais resistente e adequada à realidade local. Segundo o órgão, esse tipo de pavimento, embora mais caro, tem demonstrado durabilidade superior, mesmo sob tráfego pesado e chuvas intensas. A meta é executar mais 60 km com esse método em 2025, totalizando cerca de 90 km. Ainda assim, isso representa apenas uma fração dos mais de 400 km críticos no trecho entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul.
Sobre a ponte do Rio Caeté, o superintendente relatou que a estrutura, construída em 2008, enfrenta deslocamento progressivo de um de seus pilares. O fenômeno ocorre devido ao comportamento instável do solo a 70 metros de profundidade e às variações extremas do rio entre o inverno e o verão. O pilar já se deslocou mais de três metros desde sua implantação. A ponte foi classificada como “risco 1”, o que exigiu fechamento parcial e implantação de balsa, além de desvio por um pontilhão enquanto é construída uma fundação provisória com 12 tubulões a 42 metros de profundidade.
Ricardo Araújo reforçou que a estrada precisa ser reconstruída, e não apenas receber manutenções emergenciais. “A BR-364 não suporta mais remendos. A reconstrução com técnicas adequadas ao solo é a única solução duradoura”, disse. O projeto executivo está em fase de finalização, e a previsão é iniciar os primeiros lotes de reconstrução ainda em 2025, com duração estimada de quatro anos.
A audiência pública resultou em dois encaminhamentos principais: a definição de uma data oficial para o início das obras de reconstrução e a formação de uma comitiva de deputados estaduais e federais para pressionar o governo federal em Brasília por mais recursos. A estrada, considerada de baixa rentabilidade econômica, tem recebido prioridade por sua função social — atender comunidades isoladas, garantir acesso à saúde e educação, e manter o escoamento da produção local.
Apesar das críticas e limitações orçamentárias, o DNIT afirma que todos os trechos da BR-364 no Acre estão com contratos ativos de manutenção. A expectativa do órgão é que, com apoio institucional e aporte financeiro suficiente, seja possível transformar a rodovia em uma via segura e duradoura para a população.
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), promoveu nesta quinta-feira, 18 de setembro, a entrega de 200 kits de roupas novas para mulheres atendidas pela Associação Família Azul, em Rio Branco, dentro do programa Juntos Pelo Acre.
A iniciativa fez parte do projeto Vestuário Social, que tem como objetivo apoiar famílias em situação de vulnerabilidade. A coordenadora do projeto, Ieidna Chaves, afirmou que a ação busca contemplar todas as participantes. “Nós estamos muito felizes. Há bastante gente, e a nossa intenção é que todos sejam atendidos”, disse.
O evento também foi realizado em alusão ao mês da luta da pessoa com deficiência, celebrado em 21 de setembro. A técnica da Divisão de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Jerusa Santos, explicou a motivação. “Enquanto Direitos Humanos, entendemos que seria fundamental realizar essa ação social junto à associação, em parceria com o programa Juntos Pelo Acre”, destacou.
Entre as mulheres beneficiadas estava Josiane Pereira, mãe de criança com autismo, que agradeceu pelo apoio. “Agradeço à vice-governadora Mailza Assis. Sem dúvida, ela nos representa, principalmente a nós, que somos mães de crianças com autismo”, declarou. A presidente da Associação Família Azul, Heloneida Gama, também comentou a parceria. “Essa parceria é de extrema importância para todos nós. São várias mães atípicas que estão sendo beneficiadas com essa ação”, afirmou.
A ação reforça a política estadual de inclusão e atenção às famílias acreanas, com foco em garantir dignidade e melhores condições para mães que enfrentam diariamente desafios relacionados à deficiência de seus filhos.
O movimento Unidas do Montanhês está organizando uma programação especial para o Dia das Crianças, no dia 12 de outubro, em Rio Branco. O evento será realizado na Rua Manaus, no bairro Montanhês, das 14h às 19h, com atividades voltadas ao público infantil e à comunidade local. A iniciativa conta com apoio da Central de Slam, TRZ Crew e CUFA Acre.
Para viabilizar a realização, as organizadoras lançaram uma campanha de arrecadação. As doações podem ser feitas presencialmente na Rua Manaus, nº 273, no bairro Montanhês, ou por meio de transferência via PIX, utilizando o CNPJ 39.386.971/0001-57 da Afronte. Também está disponível o contato pelo telefone e WhatsApp (68) 99208-9360.
De acordo com o movimento, o evento é realizado desde 2018 e se consolidou como um espaço de encontro entre moradores e parceiros, com atividades culturais, recreativas e comunitárias. “Essa ação mostra a força da comunidade quando se organiza para proporcionar às crianças um momento de celebração e convivência”, destacam as organizadoras.
A expectativa é reunir crianças e famílias do bairro e de áreas próximas, fortalecendo a integração comunitária.
O Fórum Estadual de Formação Esportiva começou nesta quarta-feira, 17 de setembro de 2025, no auditório da Uninorte, em Rio Branco, promovido pelo Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) em parceria com o Governo do Acre, por meio da Secretaria Extraordinária de Esporte e Lazer (Seel), para apresentar ações do Programa de Formação de Atletas e integrar clubes locais à Rede Nacional de Clubes.
Realizados desde setembro de 2023, os fóruns percorrem o país e o Acre é o 15º estado a sediar a agenda, que nesta edição registrou 740 inscritos entre gestores, treinadores, estudantes, professores e atletas. A programação incluiu palestras e debates sobre financiamento, participação em competições e estratégias de desenvolvimento de base.
O secretário de Estado de Esporte e Lazer, Ney Amorim, afirmou que a realização em Rio Branco se soma à reestruturação da política esportiva estadual. “Nós já fomentamos quase 8 milhões de reais entre federações e entidades esportivas, não só no futebol. Também temos investimento no basquetebol, voleibol, handebol e o desafio de investir mais nos paratletas acreanos”, disse. Segundo ele, a presença do CBC conecta juventude, clubes e atletas a oportunidades de formação.
Entre os palestrantes, o medalhista olímpico Lars Grael destacou a orientação prática sobre caminhos de financiamento aos clubes. “Estamos dessa vez no Acre falando sobre oportunidades e fomentos de financiamento aos clubes e a participação em competições esportivas. É um depoimento de vida e, ao mesmo tempo, a apresentação de oportunidades e sinergia entre o CBC e o esporte local”, afirmou.
O evento também trouxe relatos de atletas e estudantes sobre o impacto da prática esportiva e da qualificação na trajetória pessoal e profissional. O paratleta de bocha adaptada José Aurismar Silva descreveu como o esporte reorganizou sua rotina após um acidente. “Conheci o esporte paralímpico e isso me tirou de dentro de casa, voltei a estudar. O esporte abre fronteiras, nos ajuda a vencer e socializar”, disse. Para Ismael Alves, estudante de educação física da Ufac, a participação amplia perspectivas de carreira: “Existem vários caminhos pra se trilhar, e com a palestra de hoje a gente pode abrir um leque de possibilidades.”
Na avaliação do presidente do CBC, Paulo Maciel, a iniciativa busca fortalecer a formação de atletas com foco nas particularidades locais. “Durante o fórum vamos apresentar um tutorial de como desenvolver o esporte olímpico com verbas públicas e assim dar mais ênfase ao esporte acreano”, afirmou. A proposta é que clubes e gestores utilizem os instrumentos de fomento disponíveis para consolidar projetos de base e qualificar a participação em competições.
Com a circulação do fórum pelo país e a inserção do Acre no calendário, as expectativas no estado envolvem a expansão de parcerias entre poder público, clubes e federações, o acesso a fontes de financiamento e a organização de trajetórias formativas que integrem escolas, universidades e entidades esportivas. A combinação de capacitação técnica, orientação sobre recursos e presença de referências nacionais é apontada pelos organizadores como caminho para estruturar elencos de base e ampliar a participação de atletas acreanos, inclusive paratletas, em competições regionais e nacionais.