Monitoramento ambiental inclui fauna e flora com protocolos do ICMBio; atividade apoia conservação do rio que abastece Rio Branco (AC)
Uma expedição formada por 40 participantes está em andamento desde abril de 2025 na Estação Ecológica (Esec) Rio Acre, no sudoeste do estado. A iniciativa tem o objetivo de monitorar a fauna e a flora da região, utilizando os protocolos do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A unidade é considerada estratégica por proteger as cabeceiras do rio Acre, principal via de transporte e fonte de água para Rio Branco. A ação inclui o uso de técnicas padronizadas para coleta de dados sobre mamíferos, aves, borboletas e plantas — espécies consideradas bioindicadoras da qualidade ambiental.
O protocolo de borboletas é coordenado pela bióloga Muriele Furtado de Assis e utiliza armadilhas com iscas feitas de banana e caldo de cana. Os indivíduos são fotografados, marcados e devolvidos à floresta. O registro de tribos que preferem áreas abertas pode indicar sinais de degradação florestal.
O monitoramento de mamíferos e aves é realizado por meio do método TEAM (Avaliação e Monitoramento da Ecologia Tropical), com a instalação de 60 armadilhas fotográficas. A atividade é coordenada por Elildo Carvalho Junior, do CENAP/ICMBio, e conta com apoio de mateiros locais, como Jorgimar Costa dos Santos, de Brasiléia (AC). A técnica busca identificar a presença de espécies que exercem papel importante na dispersão de sementes e na manutenção do ecossistema.
Para as plantas, o protocolo é liderado pelo biólogo Marcelo Lima Reis e usa amostragens em forma de cruz de malta para medir a biomassa e estimar a quantidade de carbono armazenado. Já o protocolo avançado envolve equipes dos Jardins Botânicos do Rio de Janeiro e de Nova Iorque, responsáveis pela coleta e identificação das espécies em laboratório.
A chefe da unidade, Malu Zambom, afirmou que a operação seguiu conforme o previsto, apesar dos desafios logísticos. Ela destacou o trabalho dos Agentes Temporários Ambientais (ATAs) e o papel da expedição para fortalecer a gestão da Esec. “Aguardamos os dados para qualificar ainda mais nosso trabalho na conservação das nascentes do rio Acre”, declarou.
A Esec Rio Acre foi criada com a finalidade de proteger as cabeceiras do rio e garantir a integridade dos ecossistemas associados. Os dados gerados pela expedição integram os indicadores de monitoramento ambiental do ICMBio e contribuem com políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade na Amazônia.
Foto: Jessica dos Anjos/ICMBio