Connect with us

MEIO AMBIENTE

Ibama e Polícia Federal removem invasores da Terra Indígena Campinas Katukina no Acre

Published

on

Uma operação coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) retirou, no sábado (15), invasores que atuavam ilegalmente na Terra Indígena Campinas Katukina, localizada no Acre. A ação foi realizada durante o feriado da Proclamação da República e contou com apoio da Polícia Federal, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de reforçar o controle sobre áreas vulneráveis a invasões em períodos de menor fiscalização.

A iniciativa integra a segunda fase da Operação Xapiri AC, voltada ao combate de crimes ambientais em territórios indígenas. Segundo o Ibama, feriados e fins de semana são frequentemente utilizados por grupos ilegais para avançar sobre áreas protegidas, ampliando a pressão sobre comunidades indígenas e ecossistemas. Durante a fiscalização, as equipes federais localizaram e desmontaram acampamentos temporários utilizados por ocupantes irregulares, além de apreender motosserras, lonas, ferramentas e estruturas empregadas no desmatamento. O órgão informou que o objetivo principal foi desmantelar a logística dos invasores e impedir a continuidade da degradação ambiental.

A operação foi resultado de levantamentos conduzidos pelo Grupo de Combate ao Desmatamento do Ibama no Acre, que identificou focos ativos de supressão florestal e ocupações irregulares na região sudoeste da terra indígena. Na primeira fase da Operação Xapiri AC, ocorrida anteriormente, foram registradas prisões em flagrante e aplicadas multas que somaram aproximadamente R$ 390 mil. De acordo com a coordenação da ação, um grupo interinstitucional de comando e controle foi estabelecido para monitorar os envolvidos e dar continuidade às investigações. As apurações indicam que os invasores buscavam lucrar com a grilagem de áreas para futura implantação de atividades agropecuárias em território indígena.

Com informações do Ibama/AC.

MEIO AMBIENTE

Na COP30, Ângela Mendes defende protagonismo dos povos da floresta

Published

on

Em entrevista à Agência Brasil durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, Ângela Maria Feitosa Mendes, filha de Chico Mendes, defendeu que o enfrentamento da crise climática só será possível com o protagonismo dos povos da floresta e criticou a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Para ela, as decisões tomadas em conferências internacionais ainda não incorporam de forma efetiva as vozes das populações que vivem nos territórios amazônicos.

Ângela coordena o Comitê Chico Mendes, criado na noite do assassinato de seu pai, em 1988, em Xapuri, Acre. O espaço nasceu do sentimento de revolta e da necessidade de impedir que o crime ficasse impune. “Foi criado por companheiros e companheiras que, sob muita dor, entenderam que era necessário mobilizar a sociedade nacional e internacional para exigir do governo brasileiro justiça contra os assassinos do meu pai”, relatou. O comitê também se tornou um instrumento de memória e mobilização em torno da luta de Chico Mendes pela defesa da floresta e dos modos de vida tradicionais.

Atualmente, as ações do comitê se concentram na formação de jovens e mulheres que vivem na Reserva Extrativista Chico Mendes, inspiradas na carta escrita por Chico pouco antes de sua morte, endereçada “aos jovens do futuro”. A carta, segundo Ângela, é o eixo de um trabalho que conecta gerações e territórios. “Em 2016, pensamos em ter essa carta como referência, uma inspiração para falar sobre a importância da juventude, sobretudo dos territórios”, explicou. A partir desse movimento, nasceu o núcleo jovem do comitê e, em 2020, o Festival Jovens do Futuro, realizado anualmente no dia 6 de setembro, data em que a carta foi escrita.

Durante a COP30, Ângela Mendes destacou que, apesar do simbolismo de sediar a conferência na Amazônia, as populações tradicionais ainda não ocupam espaço real nas decisões. “As COPs avançaram muito pouco no que diz respeito aos direitos dessas populações. Quando uma COP acontece aqui, a gente vê o tamanho do desafio para que essas pessoas acessem políticas públicas que lhes garantam viver com dignidade”, afirmou. Para ela, o reconhecimento da importância dessas populações não se traduz em políticas concretas ou em acesso a financiamentos climáticos capazes de fortalecer suas iniciativas.

Ao comentar os protestos e manifestações paralelas à conferência — como o Porongaço, organizado por populações extrativistas, e a Marcha Mundial pelo Clima —, Ângela ressaltou que esses atos mostram a vitalidade das organizações locais e o potencial de mobilização dos povos da floresta. “As autoridades perceberam que na Amazônia existe resistência e também muita produção de soluções. As respostas para essa crise precisam incluir quem está no território”, avaliou.

A ativista defendeu que o enfrentamento da crise climática passa pela construção de alianças amplas, que unam saberes tradicionais, ciência e novos modelos econômicos. “A aliança com a academia é importante, porque a ciência produz conhecimento, e há muito a ser pesquisado na Amazônia. Esse conhecimento pode gerar inovação tecnológica, mas deve partir do diálogo com quem vive aqui. É a sociobioeconomia”, disse. Ela também criticou o modelo de financiamento que privilegia grandes empreendimentos e deixa de fora os pequenos produtores e comunidades locais. “Os bancos podem repensar sua relação com os pequenos empreendedores. E as indústrias farmacêuticas e cosméticas poderiam incluir as comunidades no processo, não apenas retirar matérias-primas e lucrar com elas”, completou.

Ângela Mendes também questionou a continuidade do licenciamento para exploração de petróleo na Foz do Amazonas. “A gente fala em transição justa e em enfrentar a crise climática causada pelos combustíveis fósseis, mas o Brasil mantém projetos que caminham na direção oposta. Não faz sentido sediar uma COP na Amazônia e, ao mesmo tempo, incentivar a exploração de petróleo”, criticou. Para ela, os movimentos sociais precisam permanecer organizados e nas ruas, não apenas nas redes sociais, para pressionar por mudanças estruturais.

Sobre o atual governo, Ângela reconheceu avanços em relação à gestão anterior, mas afirmou que a sensação de impunidade e o poder do agronegócio ainda ameaçam os defensores da floresta. “Saímos de um período muito difícil, mas ainda há um sistema entranhado no poder, que defende os interesses do capital e continua matando defensores. Recentemente, duas quebradeiras de coco foram assassinadas no Pará. Isso mostra que o sistema ainda é violento e poderoso”, afirmou.

Questionada sobre como Chico Mendes veria uma COP na Amazônia, Ângela disse acreditar que ele enxergaria o evento como uma oportunidade de transformar a realidade dos povos da floresta. “A luta dele não era só pela conservação da floresta, mas pela manutenção dos modos de vida tradicionais. Ele era um lutador incansável pela justiça socioambiental”, declarou.

A líder também destacou a importância das reservas extrativistas como instrumentos de conservação e justiça social. “As reservas são territórios estratégicos. Garantem os modos de vida e funcionam como barreiras contra o desmatamento e as queimadas. Hoje, mais de 60 milhões de hectares estão protegidos por essas áreas, onde vivem mais de um milhão de famílias”, disse. Ângela encerrou afirmando que a continuidade da luta é a melhor forma de honrar o legado de Chico Mendes. “A morte dele não foi em vão. O que estamos construindo é pelo presente e pelo futuro dos que virão.”

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Continue Reading

MEIO AMBIENTE

Secretário-geral da ONU alerta em Belém que falhar na meta de 1,5°C é condenar milhões à perda e à fome

Published

on

Durante a COP30, realizada em Belém (PA) nesta quinta-feira (20), o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou que a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C é uma linha que o mundo não pode cruzar. O apelo, feito diante de líderes e negociadores, reforçou a necessidade de compromisso político e financeiro para enfrentar a crise climática. “Engajem nas discussões com boa-fé. Manter a meta de 1,5°C deve ser a sua única linha vermelha”, disse Guterres, pedindo que o novo acordo da conferência garanta proteção às populações afetadas e amplie o financiamento para adaptação.

O secretário-geral destacou que o debate sobre adaptação é central nesta edição da conferência, por envolver a sobrevivência de comunidades inteiras diante de desastres climáticos cada vez mais frequentes. “Para milhões, a adaptação não é um objetivo abstrato. É a diferença entre reconstruir e ser levado pela correnteza, entre replantar e morrer de fome, entre permanecer em terras ancestrais ou perdê-las para sempre”, afirmou. Ele alertou que as necessidades de adaptação estão aumentando rapidamente e que o overshoot — ultrapassar temporariamente o limite de 1,5°C — ampliará os impactos extremos.

Guterres defendeu que o financiamento para adaptação seja triplicado até 2030 e cobrou mais empenho dos países desenvolvidos e das instituições financeiras internacionais. “Exorto todos os financiadores, parceiros bilaterais, fundos climáticos e bancos multilaterais de desenvolvimento a intensificarem seus esforços e evitarem novas tragédias. Trata-se de sobrevivência”, afirmou.

Segundo dados da ONU, o financiamento atual para adaptação nos países em desenvolvimento foi estimado em US$ 26 bilhões em 2023. O valor necessário até 2035 deve chegar a até US$ 365 bilhões anuais, o que exigirá multiplicar por doze o volume de recursos. Delegações de países mais pobres reiteraram durante a COP30 a urgência de ampliar esses fundos, apontando que o ritmo das negociações ainda é insuficiente diante da escala dos impactos.

Questionado sobre a ausência dos Estados Unidos na conferência e a decisão do presidente Donald Trump de retirar o país novamente do Acordo de Paris, Guterres respondeu: “Estamos te esperando”. Em tom de otimismo, acrescentou: “A esperança é a última que morre”.

O discurso de Guterres reforçou o papel simbólico de Belém como palco da COP30 e evidenciou o contraste entre a lentidão diplomática e a velocidade das mudanças climáticas. Ao defender a meta de 1,5°C como inegociável, o secretário-geral apontou que a resposta global precisa ser imediata e coletiva, sob o risco de comprometer a segurança alimentar, os territórios e o futuro de milhões de pessoas.

Com informações da Folha de São Paulo / Foto: © UNFCCC/Kiara Worth.

Continue Reading

MEIO AMBIENTE

Sebrae lança modelo de carbono rastreável voltado a pequenos produtores na COP30

Published

on

O Sebrae apresentou nesta terça-feira (18), na Green Zone da COP30, em Belém (PA), o projeto Carbono Social, iniciativa que transforma práticas sustentáveis de pequenos produtores e comunidades tradicionais da Amazônia em créditos de carbono rastreáveis . O anúncio ocorreu durante um painel que reuniu representantes de instituições multilaterais, fundos climáticos e organizações interessadas em modelos que unam transparência, inclusão produtiva e viabilidade econômica.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), a ReSeed e a Social Carbon, e propõe um modelo que integra conservação ambiental, geração de renda e uso de geotecnologia para medir, validar e oferecer créditos de carbono no mercado internacional. No evento, o Sebrae destacou que a iniciativa se insere em um movimento de expansão das finanças verdes no país, especialmente em territórios amazônicos. Segundo o diretor-técnico do Sebrae, Bruno Quick, a proposta busca consolidar uma rota em que a preservação ambiental e as atividades produtivas resultem em renda direta para comunidades. “Queremos escalar o modelo e consolidar um novo paradigma de créditos de carbono com impacto social positivo”, afirmou.

O piloto do Carbono Social começou em julho, em Santarém (PA), envolvendo 150 agricultores familiares em uma área de 15 mil hectares, dos quais 8,5 mil hectares são áreas conservadas, sistemas agroflorestais e áreas manejadas de forma sustentável. O processo inclui mapeamento das propriedades, medição de biomassa e carbono com dados de campo e imagens de satélite, validação na plataforma digital da ReSeed e geração de créditos certificados prontos para negociação. A renda obtida deve retornar diretamente às famílias, com parte dos recursos reinvestida nas próprias comunidades.

Durante o lançamento, representantes das organizações parceiras destacaram o caráter integrado da proposta. Para Fábio Rodrigues, diretor técnico da Ecam, “a combinação entre geotecnologia e saberes locais permite que os créditos sejam não só rastreáveis, mas também justos: quem protege a floresta passa a ter reconhecimento e remuneração diretos” . Já o analista de Serviços Ambientais do Sebrae, Pedro Cavalcante, afirmou que o Carbono Social inaugura uma frente estratégica ao aproximar empreendedorismo rural, conservação e mercado climático. “O Carbono Social posiciona o Sebrae como articulador de soluções sustentáveis e fortalece o papel dos pequenos negócios e das comunidades tradicionais na economia verde”, disse.

O lançamento também marcou o início de diálogos com fundos climáticos internacionais e potenciais compradores de créditos interessados em mecanismos de rastreabilidade e impacto social. A expectativa é que o modelo seja replicado em outros biomas brasileiros, respeitando características culturais, produtivas e ecológicas de cada território. O Sebrae informou que pretende ampliar a iniciativa com apoio de investidores e instituições multilaterais, alinhando o Brasil às demandas globais por carbono social e transparente.

A participação do Sebrae na COP30 inclui ainda um estande de 400 m² na Green Zone, com atividades culturais, exibição de documentários, degustações de produtos da bioeconomia e programação técnica. A instituição também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone) no Parque Belém Porto Futuro, reforçando a presença de pequenos negócios na conferência e ampliando espaços de diálogo sobre modelos sustentáveis de desenvolvimento na Amazônia.

Fonte e Foto: Sebrae

Continue Reading

Tendência