O personagem de Padre Paolino, interpretado pelo quadrilheiro Anderson Barros, da quadrilha junina Explode Coração, levou o prêmio de personagem destaque no 16º Circuito Junino de Rio Branco, encerrado na noite deste domingo, 23, no quadrilhódromo da Arena da Floresta.
Durante o Circuito, o grupo junino Explode Coração apresentou o espetáculo “No Caminho da Fé, o Santo que o Povo Quer”, que homenageou o Padre Paolino Baldassari, um frei da Ordem dos Servos de Maria, conhecido por suas missões em Sena Madureira, no interior do Acre.
Padre Paolino ganha vida no Circuito Junino: “Cada esforço valeu a pena”
Anderson, que assumiu a missão de representar o padre poucas semanas antes da estreia do espetáculo, disse que recebeu a conquista do prêmio com surpresa, mas com muita alegria. Ele também comentou sobre o cuidado que teve na preparação do personagem.
“Tive pouco tempo para treinar porque já entrei na reta final da preparação. Fui convidado por uma amiga brincante da Explode Coração e aceitei. Como a fala era gravada, minha preocupação era com a preparação do corpo. Assisti a vários vídeos de entrevistas com o padre Paolino, observando a forma como ele andava, a postura dele na hora de falar e também pesquisei sobre a sua história. Nunca fiz teatro, então tive que me esforçar bastante e, para mim, essa conquista é gratificante porque mostra que esse esforço valeu a pena. Fico muito feliz por ter dado certo e por trazer essa premiação para a Explode Coração”, disse.
Na primeira etapa do Circuito Junino, a Explode Coração já havia se destacado por utilizar inteligência artificial para reproduzir a voz de Paolino durante o ato do casamento na quadrilha. A voz do padre é reproduzida enquanto o ator faz a dublagem e representação do frei no espetáculo.
Cleson Lima, coordenador geral da junina, destacou que foram meses de trabalho e pesquisa para apresentar ao público a homenagem ao padre Paolino, que é uma figura conhecida dos acreanos por levar, nas chamadas desobrigas, o evangelho e atendimentos de saúde para as populações ribeirinhas e isoladas na floresta.
“Homenagear o padre Paolino é uma alegria e honra enormes para nosso grupo junino, e vencer o prêmio de personagem destaque exatamente com a figura dele é motivo de orgulho e de realização do nosso trabalho. Fazer essa homenagem nos trouxe muitos desafios, sobretudo porque decidimos trazer a voz dele para o espetáculo. Até chegar ao público, fizemos muitas pesquisas e procuramos fazer algo que fosse respeitoso e bonito. Acredito que tenhamos conseguido”, explicou Cleson Lima.
Em cena, o grupo junino Explode Coração levou cerca de 60 pessoas, entre dançarinos, apoio e personagens. A junina ficou em 6º lugar no ranking geral do concurso. O primeiro lugar foi da junina Sassaricano na Roça, com o tema “São João das Maravilhas”.
A 16ª edição do Circuito Junino de Rio Branco foi realizada em duas etapas. A primeira etapa da competição começou no dia 13 de junho, com a escolha das realezas. Entre os dias 14 e 16, ocorreram as primeiras apresentações das juninas na Praça da Revolução.
Já a segunda etapa iniciou na última sexta-feira (21) no quadrilhódromo e foi finalizada neste domingo, 23, com a apuração dos votos para revelar os vencedores. Ao todo, nove juninas participaram da disputa.
O projeto Sarau das Moças, financiado pela Lei Paulo Gustavo por meio do Edital 07/2023 da Fundação Elias Mansour, realizará dois eventos em Rio Branco com foco no empreendedorismo feminino e nas artes.
A primeira ação, intitulada Encontro de Mulheres Empreendedoras das Artes, ocorrerá no dia 23 de novembro, no Museu dos Povos Acreanos. A programação começa às 15h, com palestras abordando temas como atendimento a pessoas com deficiência e acessibilidade em eventos culturais, dicas de fotografia para redes sociais e marketing digital.
O segundo evento, o 3.º Sarau das Moças, será realizado em 7 de dezembro, na Usina de Arte João Donato, oferecendo uma programação cultural diversificada. Entre as atrações, estão exposições fotográficas, exibições de filmes, apresentações de dança e teatro, poesia, pocket show musical, e uma feira de mulheres empreendedoras comercializando produtos e serviços variados.
O projeto é organizado pela Acreativa Produções e realizado por Narjara Saab, com o objetivo de integrar diferentes linguagens artísticas e promover a valorização do empreendedorismo feminino na região.
A Quadrilha Junina Explode Coração, um dos grupos de Rio Branco, resolveu inovar e abrir espaço para a comunidade participar da escolha do tema que marcará a temporada 2025.
As inscrições já têm data marcada: de 18 a 29 de novembro de 2024, qualquer pessoa pode enviar sua proposta de tema para o espetáculo junino do próximo ano. Os finalistas serão divulgados no dia 04 de dezembro, e, em seguida, será realizada uma escuta detalhada nos dias 16, 17 e 18 de dezembro para discutir as ideias escolhidas. O grande momento, a Festa de Revelação do tema 2025, está programado para 18 de janeiro de 2025.
Para o coordenador geral da quadrilha, Cleson Lima, essa é uma oportunidade de conectar ainda mais o grupo com o público. “Queremos ouvir as pessoas e trazer ideias que representem a nossa cultura, a nossa história e as expectativas de quem nos acompanha. Essa interação fortalece o laço entre a quadrilha e a comunidade, mostrando que juntos podemos criar algo ainda mais especial.”
Então, se você tem uma ideia criativa e quer contribuir para o sucesso do espetáculo 2025 da Explode Coração, não perca essa chance! O link para envio das propostas já está disponível nas redes sociais da junina.
Participe e ajude a construir mais um capítulo inesquecível da história da Explode Coração, acesse
Em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, o coletivo Samba Popular Livre realizará uma roda de samba no dia 19 de novembro, às 19h, no espaço cultural O Casarão, em Rio Branco. A entrada para o evento será garantida mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, em uma ação que une música, cultura e solidariedade.
O Samba Popular Livre, movimento cultural que ocupa espaços públicos de Rio Branco com rodas de samba, foi criado por ativistas e amantes do samba, entre eles Anderson Liguth, músico e psicólogo acreano. Liguth explica que a iniciativa busca valorizar as raízes afro-brasileiras do samba, combatendo o preconceito ainda existente contra a cultura negra no Brasil. “Queremos mostrar que o samba é uma arte que vem desta matriz africana. É uma forma de quebrarmos o preconceito que ainda persiste e de resgatar a essência cultural do nosso povo”, afirma.
Foto: Arison Jardim
Ele acrescenta que o evento marca uma reconexão importante para o movimento: “Uma alegria imensa retomar o movimento SPL no seu período de nascimento e na razão da sua existência, fazendo a comunhão e a religação do samba com o movimento das causas afro-brasileiras onde o samba nasce e sua história se reconecta”.
A roda de samba trará um repertório de músicas que contam a história do Brasil, enaltecendo as influências africanas na formação da cultura nacional. Para o coletivo, o samba tem papel central na identidade cultural negra no país, nascendo com a chegada dos bantos – negros de Angola, Moçambique, Congo e Nova Guiné – que trouxeram o culto da divindade Kissimbi, de onde se origina o samba. Apesar das históricas tentativas de repressão, o samba sobreviveu graças à resistência cultural dos africanos, que recriaram suas tradições neste novo país.
O coletivo Samba Popular Livre surgiu formalmente em 2018, impulsionado por um grupo de sambistas e ativistas culturais. O movimento é guiado pelos princípios de preservação e valorização do samba de raiz, comprometendo-se a divulgar e resgatar sambas autorais e regionais, além de promover a cultura do samba, o coletivo busca ocupar espaços públicos e fortalecer a identidade cultural de Rio Branco por meio de eventos gratuitos e acessíveis à população.
Serviço:
• O quê? Samba Popular Livre – roda de samba em alusão ao Dia da Consciência Negra • Onde? O Casarão, Rio Branco • Quando? 19 de novembro, domingo, às 19h • Entrada: 1 kg de alimento não perecível • Realização: Samba Popular Livre, com apoio da Fundação de Cultura Elias Mansour, Governo do Acre e COMPIR