Durante entrevista concedida nesta terça-feira (15), o governador Gladson Cameli fez uma declaração que revela a estratégia política do Progressistas para a sucessão ao governo do Acre em 2026. Ao afirmar que a vice-governadora Mailza Assis e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nicolau Júnior, são “dois planos A”, Gladson sinaliza que o partido trabalha com múltiplas opções prioritárias — e não com um nome único já definido.
A fala ocorre em um contexto de movimentação antecipada nos bastidores da política acreana. Ainda que as eleições estejam a mais de um ano e meio de distância, há disputa interna no Progressistas sobre quem deve liderar o projeto de continuidade da atual gestão. A declaração de Gladson, ao evitar a hierarquização entre Mailza e Nicolau, funciona como um recado interno: o partido deve manter a unidade e permitir que ambos se fortaleçam até a definição do nome que vai à disputa.
“Tenho dito tanto para o Nicolau, dentro do meu partido, para os nossos aliados, para a nossa vice-governadora, que nós temos que – eu não quero antecipar a eleição, mas como nós somos um Estado politizado, sabemos que só se fala em eleição – as articulações são naturais do processo democrático”, disse o governador, reforçando a ideia de que o processo de escolha será construído coletivamente.
Gladson também destacou o papel que os dois vêm desempenhando dentro da gestão estadual. Ao mencionar a atuação de Nicolau no apoio ao Executivo e a posição institucional de Mailza como vice-governadora, ele constrói uma narrativa de continuidade administrativa e reforça que o Progressistas deve manter o comando do estado com base na atual aliança.
Ao dizer que “são dois planos A”, o governador busca ainda neutralizar especulações sobre eventuais disputas internas e reafirmar o controle político sobre o processo sucessório. A mensagem é clara: o partido tem dois nomes viáveis e competitivos, e não trabalha com um “plano B”.
A declaração de Gladson abre espaço para interpretações sobre qual será o critério de escolha entre Mailza e Nicolau. Até lá, ambos devem continuar investindo na visibilidade pública, ampliando alianças e fortalecendo seus projetos políticos dentro e fora da base governista.
Nas movimentações políticas rumo às eleições estaduais de 2026 no Acre, a vice-governadora Mailza Assis e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nicolau Júnior, ambos do Progressistas, têm adotado estratégias distintas para viabilizar suas candidaturas ao governo.
Mailza Assis: articulação institucional e mobilização partidária
Mailza Assis intensificou sua presença em eventos públicos e partidários. Em abril, participou do encontro “Conect@dos com Mailza”, promovido pelo Progressistas em Rio Branco, que reuniu prefeitos, parlamentares e lideranças municipais em apoio à sua pré-candidatura . A vice-governadora também tem buscado diálogo com outras lideranças políticas, como o senador Alan Rick e o prefeito Tião Bocalom, visando a unidade das forças de direita no estado.
Apesar de aparecer em posição inferior em pesquisas de intenção de voto, Mailza reafirmou sua pré-candidatura, destacando que pesquisas realizadas com antecedência têm a finalidade de influenciar o jogo eleitoral.
Nicolau Júnior: fortalecimento regional e institucional
Nicolau Júnior tem focado em fortalecer sua base política, percorrendo agendas em diversas regionais do estado, incluindo encontros com vários prefeitos. Como presidente da Assembleia Legislativa, tem visitado municípios para aproximar o legislativo das câmaras municipais. Embora não tenha oficializado sua pré-candidatura, Nicolau não descarta a possibilidade e mantém alinhamento com o governador Gladson Cameli.
Analistas políticos observam que, caso Mailza não consiga ampliar sua popularidade, Nicolau pode emergir como uma alternativa viável dentro do Progressistas.
Podemos dizer que as articulações de Mailza Assis e Nicolau Júnior refletem estratégias distintas: enquanto a vice-governadora busca consolidar apoio institucional e partidário, o deputado estadual fortalece sua presença regional e institucional. A definição do candidato do Progressistas ao governo do Acre em 2026 dependerá do desempenho de ambos nas articulações políticas e na aceitação popular nos próximos meses.