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Povo Noke Ko’i garante respeito à cultura e autonomia em acordo sobre Linhão de Energia

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Em um cenário de luta pelos direitos e respeito à cultura, o povo Noke Ko’i da terra indígena Campinas Katukina, em Cruzeiro do Sul, Acre, obteve uma vitória significativa. Após um período de diálogo, o Ministério Público Federal mediou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a comunidade e a Transmissora Acre SPE S.A., estabelecendo termos para compensações e respeito mútuo.

O acordo emergiu de um conflito decorrente da instalação de linhas de transmissão de energia e derrubada de árvores no território Noke Ko’i, incluindo espécies consideradas sagradas, como a Samaúma. O inquérito civil, instaurado pelo MPF em 2022, apontou que a concessionária não considerou adequadamente os aspectos socioculturais da comunidade ao planejar o empreendimento. A falta de diálogo aprofundado e esclarecimento sobre os estudos ambientais relativos ao projeto intensificou as tensões, culminando na paralisação das obras pela comunidade em março deste ano.

A resposta veio com o estabelecimento do TAC em abril deste ano, garantindo que a Transmissora Acre compensará financeiramente a comunidade anualmente até o término da concessão. Os recursos devem ser investidos em proteção territorial, direitos e tradições do povo Noke Ko’i, e promoção de sua soberania alimentar e sustentabilidade. Além disso, ficou acordado que qualquer nova intervenção no território só ocorrerá com o consentimento da comunidade.

Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), Foto: Arison Jardim

Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), destacou o significado desse acordo: “As empresas têm os seus interesses, como os indígenas têm também os seus direitos, e que precisam ser respeitados. Este acordo foi um avanço muito grande. A partir do momento que o povo Noke Ko’i se viu prejudicado, chamou para um ajuste, e o MPF foi o melhor mediador. Nosso entendimento é de que é a partir da lei que tem que se resolver.”

A OPIRJ esteve junto nas negociações, conduzindo diversas reuniões com lideranças Noke Ko’i para assegurar que seus direitos fossem reconhecidos e respeitados, e reforçando que a luta era de toda a região. “Nós completamos, dentro de um mês e pouco, 13 reuniões com as lideranças do povo Noke Ko’i, foram muitas horas de trabalho. Acredito que nosso papel foi importante para dar a eles a segurança de que o nosso movimento, como um todo, tinha isso muito claro como se colocou na defesa do direito do povo”, afirma Francisco. “Nós vamos ter, a partir dessa situação, a média pra gente tratar também todas as questões que envolvem violação de direito ou algumas situações que for preciso parar pra discutir em toda a região aqui do Juruá”, finaliza.

Para Poa Noke Ko’í, liderança geral da TI Campinas/Katukina, o acordo é satisfatório, tendo em vista que esta será uma obra que irá para sempre alterar a vida da comunidade no território. “Como a linha de transmissão de energia do linhão é uma obra permanente, nós queremos também um fundo permanente. O linhão é para toda a vida, nunca vai acabar. O povo Noke Ko’í também”, afirma.

O vice-cacique geral do povo Noke Ko’i, Petrônio Rosa da Silva, detalhou a importância da árvore sagrada Samaúma em seu testemunho. “Eu vou falar um pouco aqui sobre a questão da árvore sagrada Samaúma. Essa árvore é de conhecimento do povo Noke Ko’i, não desde agora, mas desde muito tempo, desde a criação do mundo. Nós temos esse conhecimento e a preservação da Samaúma.”

Dentro do conhecimento do povo Noke Ko’i, a Samaúma é uma árvore muito importante. “A história real que aconteceu no passado é sobre o encontro de uma mulher do povo Noke Ko’i com uma cobra, quando a Samaúma ainda era uma árvore nova. Naquela passagem, a mulher fez o encontro com essa cobra. Existem várias cobras na Samaúma, e uma delas namorou essa mulher Noke Ko’i. Para nós, a Samaúma é uma segurança, uma proteção. É beleza, e também era importante para nossos antepassados e pajés antigos, que faziam chá com preparo de Ayahuasca para ter mais auto-reflexões e conexões no mundo espiritual, incluindo as cobras que vivem na Samaúma. Eles usavam essa medicina sagrada para descobrir grandes doenças e coisas que estavam atacando o povo.”

Petrônio segue narrando a história ancestral: “No encontro da mulher com a cobra, houve fecundação, e a cobra engravidou a mulher. O marido dessa mulher descobriu que ela estava namorando com a cobra e, em um momento, ele cortou a cabeça da cobra. A mulher ficou muito triste e revoltada, mas o marido disse que não tinha escolha. Ela pediu para ele cortar um cipó e bater na barriga dela para que todas as cobras saíssem. Assim surgiram vários tipos de cobras, como a jiboia, surucucu, e outras.”

Essas cobras surgiram através da Samaúma, e hoje, o povo Noke Ko’i respeita essa árvore e as cobras que habitam nela, como símbolo de sua identidade e conexão com a floresta. “Essas árvores são protetoras de outras árvores e seres, protegendo contra doenças. Durante a pandemia, acreditamos que não morremos de coronavírus por causa dos espíritos dessas árvores”, explica.

Foto: Sérgio Vale

A história e o respeito pela Samaúma são pilares da cultura Noke Ko’i. “Quando fazemos o roçado, escolhemos locais onde não havia Samaúma, pois era uma árvore sagrada. Mantemos esse respeito até hoje. Recentemente, descobrimos que estavam derrubando várias Samaúmas. Criticamos e cobramos a empresa responsável para que pagassem os danos ambientais e pela derrubada da Samaúma, que é um patrimônio cultural e um conhecimento ancestral de nossa identidade viva.”

A vitória obtida através do TAC é um marco na luta do povo Noke Ko’i, e de todos os povos da região do Juruá, pela preservação de sua cultura e direitos. “Muitas pessoas de fora não respeitam essa árvore sagrada, mas nós continuamos a honrar essa história e o conhecimento que temos sobre a Samaúma e as cobras espirituais que nela habitam, visíveis quando tomamos Ayahuasca. Essa é a história que temos sobre a Samaúma,” conclui Petrônio

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Em Podcast, Bocalom fala sobre avanços em seu governo e comenta o quanto Rio Branco foi prejudicada em gestões da FPA

Bocalom: “Um governo que cuida bem do dinheiro público gera resultados concretos à população”

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No último episódio da rodada de entrevistas com candidatos a prefeito de Rio Branco no podcast “Papo Informal”, apresentado pelo jornalista Luciano Tavares, nesta sexta-feira, 13, o candidato à reeleição, Tião Bocalom, fez um balanço de sua gestão e criticou administrações anteriores, comandadas pela Frente Popular e tendo à frente o Partido dos Trabalhadores (PT).

Durante a entrevista, o gestor de Rio Branco ressaltou que a atual administração da Capital tem sido marcada por melhorias significativas, citando a expansão de projetos e o aumento do orçamento destinado a áreas como cultura e esportes.

O prefeito destacou que, sob sua liderança, houve um incremento substancial nos investimentos, com recursos próprios da prefeitura alcançando R$ 685 milhões, uma evidência do bom uso do dinheiro público.

O candidato não poupou críticas às administrações anteriores, principalmente do agora emedebista Marcus Alexandre. Segundo ele, o engenheiro deixou uma herança de dificuldades financeiras e administrativas que tiveram que ser enfrentadas na atual gestão.

Bocalom destacou, contudo, a entrega da prefeitura pela então prefeita e atual deputada federal Socorro Neri que, segundo ele, foi feita com recursos próprios em caixa, permitindo a continuação dos trabalhos com planejamento e saúde financeira.

A entrevista também abordou temas como a arborização e o projeto de mobilidade urbana. O candidato afirmou que a atual gestão tem promovido a plantação de mais de 100 mil árvores e avançado em projetos de arborização, embora reconheça as limitações impostas pela infraestrutura urbana.

Sobre os terminais de integração, ele explicou que algumas desativações ocorreram devido a estudos técnicos e à necessidade de realocar recursos para novos projetos, como a construção de terminais que acomodarão ônibus elétricos será implantada no próximo ano, caso seja eleito.

Bocalom reafirmou seu compromisso com a transparência e a gestão responsável dos recursos públicos. Ele destacou que, durante sua administração, houve um rigoroso controle de gastos, como a proibição de uso inadequado dos veículos oficiais e a gestão eficiente das máquinas e equipamentos da prefeitura. “Um governo que cuida bem do dinheiro público gera resultados concretos à população”.

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Marcus Alexandre pretende implantar Coworking Municipal para jovens desenvolverem tecnologias em Rio Branco

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O candidato a prefeito Marcus Alexandre (MDB) revelou neste sábado, 14, ao ac24horas que pretende implantar o projeto do Coworking Municipal, um ambiente corporativo compartilhado por profissionais e empresas, onde diferentes organizações dividem o mesmo espaço para trabalhar e realizar reuniões.

Segundo Alexandre, a proposta é inovadora. “Vamos criar ambientes com internet de alta velocidade, com fibra ótica, para que nossos jovens, com monitoramento e apoio tecnológico, possam desenvolver aplicativos, abrir empresas de tecnologia e oferecer serviços. Também teremos ambientes multifuncionais para que possam desenvolver serviços online. Será um espaço inovador, tanto para o desenvolvimento de aplicativos quanto para serviços prestados via internet. Por isso, é chamado de Coworking Municipal”, explicou.

O candidato adiantou que o espaço deverá ser montado, inicialmente, na região central, no Terminal Urbano. “Vamos envolver as universidades e escolas, pois será necessário ter monitoria e firmar convênios”, destacou.

O primeiro coworking foi criado em 2005, nos Estados Unidos. No Brasil, a tendência chegou dois anos depois, em São Paulo. Com o avanço da tecnologia e o aumento do empreendedorismo, os espaços de coworking cresceram ao longo dos anos. A popularização do trabalho remoto também contribuiu para o sucesso e reconhecimento desse modelo.

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Marcus Alexandre diz que atual gestão abandonou o centro de Rio Branco e assume o compromisso de revitalizar a região

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Durante a exibição de seu programa eleitoral na última quarta-feira (11), o candidato a prefeito de Rio Branco pelo MDB, Marcus Alexandre, abordou a situação de abandono do centro da cidade e apresentou seu plano para revitalizar a área. Segundo o candidato, a região central, que já foi um dos principais polos comerciais da cidade, atualmente enfrenta grandes dificuldades, afetando os comerciantes e a economia local.

O programa trouxe depoimentos de lojistas e camelôs que trabalham no centro e relataram a falta de atenção da atual gestão. Glória Galvão, comerciante do Calçadão da Benjamin Constant, reclamou do descaso da atual gestão: “O prefeito Bocalom nunca veio no calçadão. Hoje os lojistas aqui estão pela misericórdia. Nós estamos pedindo a Deus que o prefeito Marcus Alexandre entre pra gente poder mudar essa visão daqui do calçadão. Por favor!”. A insatisfação de Glória foi reforçada por outros trabalhadores e comerciantes, que relatam esquecimento do centro pelo atual prefeito.

Marcus Alexandre lembrou que, durante sua gestão, o centro era movimentado por eventos culturais e festivos que fomentavam o comércio e atraíam a população. “No centro de Rio Branco, nós temos a história e a cultura da nossa cidade. Mas também enfrentamos desafios enormes. O centro já foi um lugar de grande movimento e de muitos negócios. Mas hoje muitas ruas e prédios estão abandonados”, disse o candidato, acrescentando que seu plano é transformar a área em um lugar mais dinâmico e seguro.

No programa, o comerciante Aldecino Fernandes também criticou a falta de iniciativas da atual administração para a região. “Nós não tivemos mais uma festa de Natal, nós não tivemos mais um ano novo. O camelô foi abandonado pelo prefeito. O prefeito nunca botou um tijolo aqui. Realmente, ele nem veio aqui”, lamentou. Gilson Braga, outro comerciante do local, contou que o centro perdeu sua vitalidade ao longo dos anos: “Todas as festas eram feitas aqui. Era feito, tinha dia das mães, dia dos pais, dia de tudo. Estamos precisando que o Marcus Alexandre volte para reviver o centro, que o centro morreu, acabou”.

O emedebista disse que vai resgatar o centro de Rio Branco, revitalizando a infraestrutura, trazendo de volta a segurança e criando um ambiente que favoreça o comércio. “Vamos revitalizar o centro de Rio Branco. Transformar essa área em um lugar seguro, dinâmico e cheio de vida”, afirmou. O candidato também mencionou planos para incentivar o comércio noturno e de fim de semana na região central de Rio Branco.

Nayara Ribeiro, mais uma comerciante da região, falou sobre a dificuldade que os lojistas enfrentam sem o apoio da prefeitura. “Tornou muito difícil as vendas para cá, para essa banda aqui, que aqui é o centro, mas está sendo desviado”, disse. Marcus Alexandre garantiu que, além de apoiar os comerciantes, sua gestão vai priorizar os camelôs e reassumir a administração do Shopping Popular. “O Calçadão terá novamente um prefeito amigo e parceiro, e receberá toda a nossa atenção”, disse o candidato, destacando a importância de investir em infraestrutura e garantir melhores condições para os trabalhadores da área.

Maria Aldenora, também comerciante do local, relembrou como se sentia amparada durante a gestão de Marcus Alexandre: “Nós nunca ficamos abandonadas aqui por ele. Nós sentíamos totalmente amparadas por ele”.

Marcus finalizou o programa assumindo, mais uma vez, o compromisso de revitalizar o centro e resgatar a tradição de eventos que fomentam o comércio e trazem vida à cidade. “Vamos garantir melhores condições para os comerciantes e camelôs e assumir a administração do shopping popular. Voltaremos com a programação cultural, como o Dia das Mães, o Dia das Crianças, o Natal no Calçadão, que já era uma tradição”, concluiu.

Ao fim do programa, o emedebista garantiu que, caso eleito, vai melhorar a iluminação pública, investir em segurança e criar incentivos para que novos negócios se instalem na região. “Vamos recuperar o que foi deixado de lado, melhorar a infraestrutura, trazer segurança e iluminar as ruas, para que o centro volte a ser um ponto de encontro para toda a população”, afirmou o candidato.

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