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Cultura

Acre faz parte do acervo do Museu da Justiça do STF

A péla de borracha é um dos símbolos que retratam uma época histórica do nosso Acre

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O Acre passa a ser parte do acervo historiográfico do Museu da Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) ao exibir itens como um quadro artístico com a sentença condenatória dos assassinos de Chico Mendes e uma péla de borracha, usada por seringueiro como papel, ao escrever uma carta pedindo aposentadoria como soldado da borracha.

O museu, que fica no subsolo do STF, foi inaugurado no dia 2 contando com o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Magistrados do Acre (Asmac) e Centro Cultural do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), além da contribuição de outras associações coirmãs e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em 2003, para pedir a aposentadoria como soldado da borracha, José Julião de Almeida escreveu um “requerimento” em uma péla de borracha. O “documento” inusitado buscava uma forma de demonstrar que havia sido convocado pelo governo brasileiro para compor as fileiras do regimento que enfrentou a selva amazônica, animais desconhecidos e perigosos, além de doenças como a malária, como parte do esforço de guerra dos países aliados contra o nazismo, mantendo o fornecimento do látex usado na indústria dos Estados Unidos. Na época do conflito, os alemães haviam imposto um bloqueio do produto que era extraído na Malásia e exportado para o continente americano, tentando estrangular o fornecimento do material estratégico.

A bola de borracha, que traz grande representação de séculos de conhecimento acumulado de trabalho artesanal e de tecnologia transmitido por indígenas e seringueiros antepassados, contém a seguinte inscrição: “José Julião de Almeida 58 Anos de Seringa. Não fui aposentado pelo soldado da borracha”.

O requerimento apresentado em uma péla foi preponderante para a concessão do benefício previdenciário pela Justiça acreana, incluindo mais um capítulo na história da Justiça no Estado, e se transformando em um símbolo de resistência de uma cultura, uma representação histórica que traz uma força capaz de demonstrar o conhecimento dos povos da floresta e a necessidade de respeito e a urgência da preservação da floresta amazônica e de todos os saberes contidos na região.

A bola de látex acabou preservada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Acre à época, desembargador Arquilau de Castro Melo, que manteve, em acervo próprio, aquilo que pode ser considerado como uma fração da história do Acre e da Justiça acreana, trazendo provas da força, fé e resistência do povo.

“muitas famílias que chegaram aqui cheias de sonhos, colocadas a um trabalho árduo…”

“A péla de borracha é um dos símbolos que retratam uma época histórica do nosso Acre, vivido com o ciclo da borracha. Ela expressa a vida nos seringais, as muitas famílias que chegaram aqui cheias de sonhos, colocadas a um trabalho árduo com regras estabelecidas pelo sistema de aviamento, na ilusão do enriquecimento. Um momento de muitas lutas, perdas, mas também de conquistas que nos levaram ao Acre de hoje, de povo aguerrido, batalhador. O acreano tem orgulho de sua identidade e história, e é isso que queremos passar a cada visitante, convidando todas e todos a conhecerem mais desse capítulo que ajuda a contar a história do nosso país, nesse cantinho tão especial da Amazônia”, disse a presidente do TJAC, desembargadora Waldirene Cordeiro.

Sentença

A sentença condenatória dos assassinos de Chico Mendes já fazia parte do acervo do Palácio da Justiça como forma de contar a história do Poder Judiciário Acreano. Ao ter sua réplica enviada para o Museu do STF, o Brasil passa a conhecer com um pouco mais de detalhes daquele capítulo que fez o mundo reforçar por meio de novos debates a importância da preservação da floresta.

Freud Antunes
Jornalista Agência Catraia

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Cultura

Projeto Arte na Comunidade leva cultura e inclusão para jovens no Acre

Iniciativa leva oficinas de teatro, passeios culturais e inclusão social para jovens de Rio Branco, fortalecendo a expressão artística

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No bairro Calafate, em Rio Branco, no Acre, o projeto Arte na Comunidade tem transformado vidas ao levar arte e cultura para crianças e jovens. Idealizado por Núbia Alves, o projeto está em atividade contínua há um ano e nove meses, mas suas ações começaram em 2018, acumulando um histórico de edições que já beneficiaram mais de 500 participantes com idades entre 5 e 25 anos.

Com atividades que incluem oficinas de teatro, passeios culturais e eventos temáticos, o projeto busca oferecer um ambiente criativo e educativo para que crianças e jovens possam desenvolver suas habilidades artísticas e se conectar com a cultura local. A iniciativa também promove apresentações teatrais e colaborações com outros grupos artísticos, fomentando a troca de experiências e o fortalecimento da expressão cultural.

Conversamos com Núbia Alves, idealizadora e coordenadora do projeto, para conhecer mais sobre essa iniciativa que tem impactado tantas vidas e entender os desafios e sonhos que movem o Arte na Comunidade.

Como surgiu o projeto?
“O projeto começou com um sonho meu. Eu percebi a necessidade de levar arte e cultura para as comunidades que enfrentam barreiras de acesso a essas oportunidades. Com apoio de parceiros locais e a minha experiência em artes cênicas, criamos um espaço seguro e criativo para que eles pudessem explorar seus potenciais.”

Quem pode participar?
“Qualquer criança, adolescente ou jovem entre 5 e 25 anos pode participar. É importante que estejam matriculados e frequentando a escola, porque acreditamos que a educação formal complementa o que ensinamos. Não há processo seletivo, basta que os responsáveis entrem em contato e façam a inscrição.”

Quais atividades o projeto oferece?
“Além das oficinas de teatro, organizamos passeios culturais para teatros, museus e outros pontos da cidade. Também promovemos aulas temáticas e comemorativas, como Carnaval, Páscoa e Natal, para integrar a comunidade. As crianças criam apresentações teatrais, e sempre buscamos fomentar a troca cultural com outros grupos artísticos locais e de fora.”

Quais são as dificuldades enfrentadas?
“Nossos maiores desafios são a falta de recursos financeiros e materiais. Muitas vezes, precisamos improvisar com cenários e figurinos. Também enfrentamos dificuldades com transporte para os passeios e temos uma infraestrutura limitada para atender à demanda crescente.”

Como as pessoas podem ajudar?
“As pessoas podem contribuir de várias formas: com doações financeiras, materiais cênicos, alimentos para nossas aulas temáticas ou até mesmo ajudando a divulgar o projeto. Nosso contato é o número (68) 99603-9098 ou o e-mail alvesnubia.souza@gmail.com.”

O projeto Arte na Comunidade destaca-se como um espaço de aprendizado e inclusão, mostrando que a arte pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social.

Foto: Acesso / cedidas

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Cultura

Rodney Paiva Ramos representa o Acre no Guia Homo Faber 2024

Rodney Paiva Ramos é selecionada para o Guia Homo Faber, levando as biojoias da Amazônia ao público global

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Rodney Paiva Ramos, uma artesã do Acre, foi selecionada para compor o Guia Homo Faber 2024, um catálogo internacional que destaca práticas sustentáveis de artesanato. A seleção, anunciada no dia 21 de novembro, foi promovida pela Fundação Michelangelo para a Criatividade e o Artesanato, com sede na Suíça, que reúne as melhores produções artesanais do mundo. A trajetória de Rodney inclui a criação de biojoias com sementes da Amazônia, como as de jarina e açaí, que se destacam pela sustentabilidade e design exclusivo.

Ao longo de 20 anos de carreira, Rodney tem sido reconhecida em diversos eventos e prêmios, como o Prêmio Top 100 Sebrae de Artesanato em 2016 e o Prêmio de Excelência da UNESCO em 2012. Além de produzir, ela também compartilha seus conhecimentos em cursos sobre reaproveitamento de madeira da Amazônia e técnicas de vendas.

Sua marca, Cores da Mata, é conhecida por valorizar as matérias-primas da floresta, como sementes e madeiras de reaproveitamento. Durante a pandemia, Rodney também se reinventou, criando peças de decoração com as mesmas matérias-primas, ampliando seu portfólio e mercado.

Além do reconhecimento no Guia Homo Faber, Rodney participará pela primeira vez da Expoartesanías em Bogotá, na Colômbia, entre 2 e 8 de dezembro. Seu trabalho é uma combinação de criatividade, sustentabilidade e empoderamento local, representando a rica

Foto: Neto Lucena/Secom

O secretário de Turismo e Empreendedorismo do Acre, Marcelo Messias, ressaltou a importância de valorizar o artesanato local: “O reconhecimento do artesanato do Acre tem crescido regionalmente, nacionalmente e internacionalmente. É gratificante ver os resultados alcançados, especialmente nas feiras. O governo estadual apoia artesãos que produzem peças com identidade, gerando renda para muitas famílias e fortalecendo a economia. É essencial contar com o apoio de parceiros como o Sebrae/AC para valorizar esse patrimônio”, afirmou.tradição artesanal da Amazônia.

Fonte: Agência de Notícias do Acre Foto: Fernando Menezes/Sete

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Cultura

Ela mora logo ali, curta-metragem premiado está disponível na Itaú Cultural Play

“Ela mora logo ali”, vencedor de três Kikitos no Festival de Gramado, integra catálogo da plataforma gratuita de cinema brasileiro

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O curta-metragem Ela mora logo ali, dirigido por Fabiano Barros e Rafael Rogante, já está disponível na Itaú Cultural Play, plataforma gratuita dedicada ao cinema brasileiro. Premiado com três Kikitos no Festival de Gramado 2023 — nas categorias Melhor Roteiro, Melhor Atriz e Troféu do Júri Popular —, o filme aborda a influência da literatura na vida de uma mulher negra, mãe de uma criança atípica.

A produção, lançada em 2022, tem ganhado reconhecimento em festivais nacionais e internacionais, acumulando mais de 50 prêmios. Entre eles, destaca-se o recente prêmio de Melhor Curta-metragem de Ficção no aluCine Latin Film + Media Arts Festival, em Toronto, no Canadá.

No enredo, uma vendedora de bananas fritas encontra na literatura uma nova forma de comunicação com o filho, uma criança atípica, após cruzar o caminho de uma jovem leitora em um ônibus. Segundo os diretores, o filme propõe reflexões sobre desigualdades sociais e a realidade das pessoas com deficiência no Brasil.

A Itaú Cultural Play, criada em 2021, reúne cerca de 400 produções nacionais entre curtas e longas-metragens, séries, animações e documentários, com conteúdos de todas as regiões do país. A plataforma oferece acesso gratuito e está disponível para dispositivos móveis, smart TVs e pelo site www.itauculturalplay.com.br.

Serviço:
Ela mora logo ali (16 min, 2022)
Disponível na Itaú Cultural Play: www.itauculturalplay.com.br

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