Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), evento que celebra o 55º aniversário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Reconhecido como o maior e mais importante evento no cenário cooperativista, o tema desta edição é “Projetando um futuro mais coop”.
Na abertura do evento, nesta terça-feira, 14, aconteceu a palestra magna sobre Liderança Exponencial com o palestrante renomado especialista em inovação e autor best-seller, Salim Ismail.
A Comitiva do Acre é composta por presidentes de cooperativas, diretores de ramos, conselheiros do Sistema OCB/Sescoop e colaboradores, deputados estaduais que compõe a Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo (Frencoop), e representantes de órgãos ligados ao setor cooperativista no estado, que vão discutir os sete temas propostos no 15º CBC, são eles: Comunicação, Cultura Cooperativista, ESG, Inovação, Intercooperação, Negócios e Representação.
O presidente do Sistema OCB Acre, Valdemiro Rocha, enfatizou a importância do evento “estamos aqui no 15º Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC), um dos maiores e mais importantes eventos do cooperativismo brasileiro, com a previsão de três mil dirigentes de cooperativas aqui presentes do Brasil inteiro. Nós estamos aqui com a delegação do Acre, em torno de 40 pessoas para acompanhar os três dias de debate, onde construiremos as diretrizes para o cooperativismo para os próximos anos”, disse.
Congresso acontece de 14 a 16 de maio, em Brasília.
De seu lado, o presidente da Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo na Assembleia Legislativa do Acre (Frencoop), deputado estadual Pedro Longo, destacou a grandiosidade do Congresso e a importância da participação dos parlamentares. “Um evento como esse que se realiza a cada 4 anos é uma oportunidade especial de compartilharmos experiências, conhecer o que está dando certo no cooperativismo em outros estados, mas também de levarmos as experiências acreanas que são muito positivas. Estamos com uma bancada muito representativa, com nosso presidente da OCB, Valdemiro Rocha, diversos representantes de entidades do cooperativismo acreano e colegas parlamentares que fazem parte da Frencoop, como o deputado Eduardo Ribeiro e o deputado Edvaldo Magalhães, então de minha parte é uma alegria estar aqui e poder depois trazer os conhecimentos, o aprendizado desse momento para compartilhar com os demais colegas lá na Assembleia Legislativa do Acre”.
Temas abordados no Congresso
Comunicação No 15º CBC, sob o tema “Comunicação”, serão debatidos desafios essenciais para o cooperativismo, como a difusão de seu real significado, a promoção de seus produtos e serviços, além da relevância do setor para a economia e sociedade. Também estarão em pauta os métodos de comunicação interna e externa, as adaptações às novas tecnologias e mudanças de comportamento, bem como as estratégias para promover o reconhecimento e a visibilidade das cooperativas.
Cultura Cooperativista A cultura cooperativista é a essência que define e impulsiona o movimento cooperativo. Durante o 15º CBC, será explorado como fortalecer e promover essa cultura dentro das cooperativas. Discutiremos a importância de valores como solidariedade, democracia, igualdade e responsabilidade social, que fundamentam o cooperativismo. Além disso, abordaremos estratégias para cultivar uma cultura organizacional que promova a participação ativa dos membros, o engajamento comunitário e o desenvolvimento de líderes cooperativistas. Através dessas discussões, buscamos reforçar a identidade cooperativista e garantir sua continuidade e relevância no futuro.
ESG No contexto do cooperativismo, o tema ESG (Ambiental, Social e de Governança) surge como um imperativo para garantir a sustentabilidade e relevância das cooperativas no cenário atual. Durante o 15º CBC, é crucial abordar como essas organizações podem incorporar efetivamente os princípios ESG em suas operações. A integração bem-sucedida dos princípios ESG no cooperativismo não apenas reforça a confiança dos membros e stakeholders, mas também contribui para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo.
Inovação Inovação é essencial para a sobrevivência de negócios e organizações, representando o “futuro desejável acontecendo agora”. Enfrentamos desafios como a burocracia em estruturas e processos, enquanto surgem modelos de negócios mais ágeis e disruptivos. Como podemos tornar o cooperativismo um ambiente propício para inovações em diversas escalas? Como o setor pode liderar o desenvolvimento de novas tecnologias? Essas questões são cruciais para os participantes do 15º CBC, com o tema central sendo “Inovação”.
Intercooperação Um dos princípios fundamentais do cooperativismo em nível global é a intercooperação, um desafio constante para nosso setor. Este tema aborda as oportunidades comerciais e as trocas de conhecimento entre cooperativas, visando impulsionar o desenvolvimento econômico e institucional. Os debates devem explorar a colaboração intersetorial, destacando exemplos e vantagens da cooperação entre diferentes ramos do cooperativismo, além de modelos e boas práticas que beneficiam cooperativas que anteriormente eram consideradas concorrentes.
Negócios No âmbito do cooperativismo, a discussão sobre negócios adquire uma importância crucial. Durante o 15º CBC, será fundamental explorar estratégias que permitam às cooperativas prosperar em um ambiente econômico em constante mudança. Abordaremos questões como a diversificação de serviços e produtos, a busca por eficiência operacional e a identificação de novas oportunidades de mercado. Além disso, discutiremos como as cooperativas podem promover parcerias estratégicas e modelos de negócios inovadores para impulsionar o crescimento sustentável e a geração de valor para seus membros e comunidades.
Representação O tema em destaque aborda o papel de representação do modelo de negócios cooperativista diante de diversos públicos, incluindo tomadores de decisão, formadores de opinião, cooperativas e conselhos de ramos, em níveis nacional e estadual. Em meio ao contexto de um novo governo e um novo Congresso Nacional, eleitos em 2022, torna-se crucial discutir como podemos aproximar o cooperativismo da agenda nacional e estadual. Durante o 15º CBC, serão debatidas questões relacionadas a mudanças legislativas e regulatórias urgentes, bem como a necessidade de compreender melhor os interesses da base cooperativista e os dados relevantes para a defesa e representação do setor.
Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), Ronald Polanco, Naluh Gouveia e Dulce Benício, divulgaram uma nota pública nesta quarta-feira (19) em defesa da atuação dos órgãos ambientais federais no cumprimento de decisão judicial que resultou na apreensão de gado dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. A manifestação também rechaça os ataques dirigidos à ministra Marina Silva e à atuação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com os conselheiros, a operação foi realizada em estrito cumprimento de ordem judicial da Justiça Federal, respeitando o devido processo legal, com ampla defesa às partes envolvidas. “A apreensão de gado na área protegida não foi fruto de arbitrariedade, mas de determinação judicial, como exige o devido processo legal em um país que se pauta pela ordem jurídica”, afirmam.
A nota alerta para a escalada de tensões promovida por setores políticos e econômicos que, segundo os signatários, vêm estimulando a população contra a aplicação da lei. O episódio mais recente, apontam, foi a tentativa de retirada forçada de gado apreendido, o que classificam como “rompimento do limite da legalidade” e um ato de “banditismo” incompatível com a democracia.
“Ao tentar, à força, retomar bens apreendidos pela Justiça, rompe-se o limite da legalidade e se entra no campo do banditismo – comportamento incompatível com a democracia e que jamais deveria ser aplaudido por agentes públicos”, enfatizam os conselheiros.
Eles destacam ainda que o debate sobre o modelo de desenvolvimento do Acre é legítimo e necessário, mas precisa ocorrer de forma responsável e com base na Constituição Federal. A Reserva Extrativista Chico Mendes, segundo o texto, “não é um entrave ao desenvolvimento, mas sim uma área estratégica para a manutenção do clima, da biodiversidade e da segurança hídrica em todo o Vale do Acre”.
Os conselheiros também abordam o problema agrário do estado, argumentando que não se trata de falta de terra, mas de má distribuição e uso ineficiente das áreas já desmatadas. “Vastas áreas ao longo da BR-364 seguem improdutivas ou voltadas à especulação fundiária”, criticam.
Por fim, o documento faz um apelo à sociedade e às lideranças políticas pelo respeito à legalidade e à preservação ambiental. “O Acre precisa de racionalidade, de políticas públicas baseadas em ciência, de diálogo institucional e de compromisso com o bem comum. O respeito à Justiça e às leis é a base da convivência democrática.”
A nota conclui com um chamado à união em defesa da floresta, da legalidade e dos direitos das futuras gerações:
“Defender a floresta, a Justiça e o Estado de Direito é defender o povo acreano e seu direito a uma vida decente e a um futuro digno e próspero.”
Preocupado com os impactos da Operação Suçuarana, do ICMBio, e os recentes conflitos na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, o senador Sergio Petecão (PSD-AC) se reuniu, nesta quarta-feira (18), com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires. O encontro foi marcado por um entendimento aberto, com o objetivo de esclarecer os fatos e buscar soluções equilibradas para a situação das famílias que vivem na reserva.
“Tivemos uma conversa franca com o presidente Mauro Pires. Tirei muitas dúvidas e ouvi a versão do órgão. Meu papel é esse: buscar o entendimento, procurar outros órgãos, se for preciso, para garantir os direitos das pessoas que moram na reserva. Temos problemas? Temos. Acredito, porém, que com trabalho a gente conseguirá amenizar o sofrimento dessas famílias”, afirmou Petecão.
Destacou ainda que o diálogo precisa prevalecer, com transparência e compromisso com quem mais precisa. “O melhor caminho é o entendimento. Às vezes, a verdade não agrada, mas meu mandato é para ajudar a todos, principalmente os que mais sofrem”, completou.
Durante a reunião, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, explicou que a operação em andamento se concentra em casos específicos e graves, e não em famílias tradicionais da reserva. Segundo ele, a ação foi precedida por diversas notificações ao longo dos últimos anos.
“O que está acontecendo é uma operação de fiscalização em duas áreas específicas da Resex. Uma, foi notificada pela primeira vez em 2011 e a outra, em 2016. Foram várias notificações para a retirada voluntária do gado, mas as ordens não foram cumpridas. Essas áreas estão ocupadas por pessoas que não são extrativistas tradicionais. São grandes criadores, com 200, 300 cabeças de gado, prática incompatível com os objetivos da reserva”, esclareceu Pires.
O presidente reforçou que a atuação do órgão é pautada pela lei e tem como foco a preservação ambiental e a proteção das comunidades extrativistas que vivem na região há gerações.
“A Resex Chico Mendes tem mais de 3 mil famílias que vivem ali de forma sustentável. A reserva permite a agricultura de subsistência, a pequena criação de animais. O que estamos combatendo são grandes ocupações ilegais, muitas vezes com decisão judicial favorável ao ICMBio. Não se trata de expulsar pequenos produtores. É garantir que essa área pública cumpra sua função social e ambiental”, afirmou.
A Reserva Chico Mendes, criada nos anos 1990, possui cerca de 970 mil hectares e exerce papel fundamental na preservação ambiental do Acre, especialmente no equilíbrio do ciclo das águas do Rio Acre.
Por Tácio Júnior da assessoria Fotos: Paulo Murilo
Durante a sessão desta quarta-feira (11) na Câmara Municipal de Rio Branco, o vereador André Kamai (PT) saiu em firme defesa da presidente do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE/AC), conselheira Dulce Benício. O parlamentar reconheceu publicamente a postura ética, diligente e corajosa da conselheira ao tomar providências imediatas após a veiculação, no último domingo (08), da reportagem do Fantástico que revelou a realidade alarmante de uma escola improvisada em um antigo curral, na zona rural do Bujari.
Kamai ressaltou que, diante de um cenário de omissão crônica, a reação do Tribunal de Contas foi um sinal de que os órgãos de controle ainda podem exercer um papel transformador. “Foi muito importante ver o TCE se indignar com aquela situação. Não só porque a reportagem escancarou a precariedade, mas porque tivemos uma autoridade que reagiu, que não ficou de costas para os problemas”, afirmou.
A conselheira Dulce Benício classificou a situação como “gravíssima” e determinou o levantamento de todas as unidades de ensino rural no Acre. Em resposta, o governador Gladson Cameli prometeu entregar um diagnóstico em até 90 dias. Para Kamai, a promessa tardia apenas escancara o descaso da atual gestão com a educação. “Depois de sete anos governando, ele quer agora, em 90 dias, um diagnóstico da educação? Isso é prova cabal de negligência”, disparou o vereador.
Durante seu discurso, Kamai ampliou o debate para além do caso exibido na televisão. Ele apresentou imagens da Escola Luiza de Lima Cadaxo, em Rio Branco, que possui paredes de PVC e salas escaldantes sob o sol acreano. Segundo o vereador, ao denunciar a situação, o diretor da escola foi perseguido pela gestão municipal. “A falha não é apenas a falta de parede, é a perseguição contra quem se indigna”, criticou.
O vereador Kamai ainda aproveitou para apontar o contraste entre os investimentos em infraestrutura escolar e os gastos com o avião oficial do governo. “Gastamos mais com o jatinho do governador do que com a estrutura das escolas”, denunciou.
Ao final, o parlamentar prestou uma homenagem enfática à trajetória da conselheira Dulce Benício, destacando seus 40 anos de serviços públicos prestados ao Acre. “É uma mulher sem mácula, comprometida com a verdade e com a transparência. Generosa, como foi conosco na audiência pública da zona rural. Seu gesto precisa ser reconhecido.”
A fala de Kamai não apenas reforça a necessidade de atuação firme dos órgãos de controle, como também amplia o debate sobre as múltiplas camadas de abandono vividas pela educação pública no estado. Para ele, é hora de indignar-se — e agir.