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Educadora e empreendedora social: conheça quem transforma a vida de vítimas de violência no Acre

Do segmento alimentício ao incentivo às donas de pequenas negócios, Lidiane Cabral impulsiona a autonomia financeira de mulheres

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Por Redação Agência Sebrae de Notícias

“Agente de transformação de vidas e acreana do pé rachado”. É assim que Lidiane de Lima Cabral se descreve. Há três anos, ela decidiu mudar sua realidade e da sua cidade natal, Rio Branco (AC), por meio do empreendedorismo. Para sair da situação de violência doméstica, ela abriu o próprio negócio e hoje incentiva centenas de mulheres a buscarem sua autonomia financeira e romperem com o machismo estrutural.

Aos 43 anos, a mãe da Luiza, de 18 anos, filha de uma professora sindicalista e de um caminhoneiro, possui dois negócios no segmento de alimentação: Churras Gourmet – que vende churrasquinhos veganos e carnes selecionadas – e Hambúrguer RB – hamburgueria artesanal delivery, empresa criada com o esposo, Márcio Emanuel, que, segundo ela, é impulsionador de seus sonhos. O Churras foi uma ideia rápida e prática para as feirinhas da cidade, enquanto o Hambúrguer RB alia produção vegana ao paladar único da região.

Segundo a acreana, o sucesso dos empreendimentos se deve ao regionalismo dos cardápios. “Tem tucupi, molho tradicional extraído da mandioca, e o jambu, uma erva local. Além da banana da terra frita, que acompanha os hambúrgueres. Tentamos fazer o público se sentir em casa”, explica.

E não para por aí! Lidiane coordena o Elas Fazem Acontecer – Acre, coletivo que luta pela autonomia da mulher, pela educação e pela acessibilidade de mães que sustentam suas famílias. “O empreendedorismo é capaz de transformar vidas ao despertar a autonomia individual e coletiva nas pessoas.” Um dos resultados desse trabalho é a feira Elas Fazem Acontecer, com a participação mensal de 50 a 80 empreendedoras, que fomenta vendas e promove a solidariedade entre o público feminino em diversos segmentos.

O sucesso foi tão grande que Lidiane caminha para criar uma associação de mulheres empreendedoras, tendo ao lado Denila Soares, que é co-fundadora e diretora financeira do coletivo. A proposta é montar a primeira equipe multidisciplinar com assistência social, serviços jurídicos e apoio psicológico para atender mulheres que enxergam no empreendedorismo uma saída para sua condição pessoal. “Sabemos que empreender é superar adversidades. E toda autonomia financeira deve ter um apoio, principalmente para quem quer romper com o ciclo de violência”, defende Lidiane.

A empreendedora conta que o Sebrae foi o principal parceiro de seus negócios no ramo da alimentação e da rede que lidera, apoiando na construção do Elas Fazem Acontecer e capacitando as mulheres que participam dos encontros terapêuticos, que são realizados no espaço do próprio Sebrae. “Desde quando abri meu primeiro negócio, tenho uma relação de cumplicidade com o Sebrae. Recebi todo apoio para me formalizar como MEI, consultoria sobre questões financeiras e para realizar lives com as mulheres do coletivo durante a pandemia”, relembra.

Transformando a violência em acolhimento

O histórico de violência doméstica motivou Lidiane a buscar apoio emocional em uma rede de empreendedoras após perder um familiar. Entre as conversas com as colegas, ela percebeu a necessidade de um grupo terapêutico virtual. “Criei, então, o primeiro grupo de escuta de mulheres em Rio Branco para acolhimento, com psicólogos e profissionais do Sebrae”, conta. Segundo Lidiane, foi essa rede que conseguiu levantá-la e fazer com que permanecesse acreditando no poder coletivo das mulheres.

“Eu amo estar entre mulheres e trabalhar juntas. O empreendedorismo se multiplica na medida em que atuamos em rede, seja para crescer com outros pequenos negócios ou para cobrar políticas públicas de fomento ao setor”, defende Lidiane em sua versão empreendedora social. Para as mulheres que ainda buscam autonomia para romper com o machismo estrutural, ela aconselha: “Não se isole, se conheça, conheça a sua força! Estude, esteja aberta a novas possibilidades e respeite o seu cliente ou futuro cliente”.

Lidiane Cabral coordena o Elas Fazem Acontecer – Acre. Foto: arquivo pessoal.

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Pesquisa do Sebrae mostra que WhatsApp domina a comunicação entre pequenos negócios de serviço

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Mais de 80% dos pequenos negócios de serviço no Brasil utilizam o WhatsApp como principal meio de comunicação com clientes, segundo a pesquisa Serviço 2025 – Qualitativa e Quantitativa, divulgada pelo Sebrae. O levantamento mostra que o aplicativo é usado com mais frequência do que redes sociais, telefone e até o contato presencial, que ainda é citado por 56% dos empreendedores como importante para o fechamento de vendas.

A pesquisa, que ouviu mais de 1.300 empreendedores em todo o país, também revela que o setor ainda enfrenta limitações na adoção de tecnologias de gestão. Apenas 6% dos entrevistados utilizam sistemas de CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente), ferramenta que centraliza dados e interações com consumidores. No Sudeste, o índice cai para 2%, o menor do país.

O Sebrae aponta que essa diferença entre alta conectividade e baixa sistematização indica uma lacuna na inteligência de mercado dos pequenos negócios. O CRM, segundo especialistas, permite um atendimento mais personalizado, automatiza acompanhamentos de clientes e oferece dados que auxiliam decisões estratégicas. “Além da empatia, a estratégia deve ser acrescentada. Cada ponto de contato precisa ser pensado com intencionalidade”, afirma o analista de Competitividade do Sebrae, Eúde do Amor.

A pesquisa qualitativa também mostra que muitos empreendedores mantêm um relacionamento próximo com os clientes, mas de forma espontânea. “É no WhatsApp que o cliente fala comigo. Eu mando vídeo, ele comenta, e a gente fecha negócio ali mesmo. Não tem burocracia”, relatou uma empresária da região Norte participante do estudo.

Eúde do Amor destaca que o desafio é transformar essa comunicação direta em aprendizado e inovação. “O WhatsApp representa uma oportunidade — mas apenas se for usado de forma intencional, como parte de um sistema mais amplo de experiência do cliente”, disse. Ele aponta que o uso do aplicativo, aliado a ferramentas simples de micro-CRM, pode fortalecer a gestão e a fidelização de consumidores.

De acordo com o Sebrae, o WhatsApp traz vantagens como centralização de informações, aumento da produtividade e redução de custos operacionais. Já o CRM amplia a capacidade de análise, integra equipes de vendas e marketing e contribui para a criação de uma base sólida de dados sobre o comportamento dos clientes. A instituição avalia que a combinação das duas ferramentas pode impulsionar o crescimento e a profissionalização dos pequenos empreendedores brasileiros.

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Brasil concentra maior volume de desinformação sobre vacinas na América Latina, aponta estudo da FGV

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Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (17), Dia Nacional da Vacinação, revelou que o Brasil é o país que mais dissemina desinformação sobre vacinas na América Latina, respondendo por 40% das mensagens falsas que circulam no aplicativo Telegram. O estudo, intitulado Desinformação Antivacina na América Latina e no Caribe, analisou 81 milhões de mensagens publicadas entre 2016 e 2025 em 1.785 comunidades conspiratórias de 18 países da região, identificando 175 supostos danos atribuídos às vacinas e 89 falsos antídotos divulgados como alternativas para neutralizar seus efeitos.

A pesquisa, conduzida pelo Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DesinfoPop/FGV), constatou que o Brasil também lidera em número de usuários ativos nessas comunidades, com mais de 580 mil publicações falsas ou com desinformação sobre imunização. Outros países que aparecem no ranking são Colômbia (125,8 mil mensagens), Peru (113 mil) e Chile (100 mil). Para o coordenador do estudo, o pesquisador Ergon Cugler, o Brasil ocupa essa posição devido à ausência de regulação e ao ambiente digital polarizado. “Temos plataformas que lucram com o engajamento por meio do medo. Isso cria um terreno fértil para o discurso conspiratório”, afirmou.

As alegações falsas mais recorrentes nas mensagens incluem que as vacinas causam morte súbita (15,7%), alteram o DNA (8,2%), provocam Aids (4,3%), envenenamento (4,1%) ou câncer (2,9%). O estudo também identificou a venda de falsos “antídotos”, como dióxido de cloro e outras substâncias químicas, além de práticas pseudocientíficas e espirituais. Segundo o Ministério da Saúde, o dióxido de cloro é classificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como saneante, destinado à limpeza e desinfecção, e o seu consumo representa risco grave à saúde.

Durante a pandemia de covid-19, o volume de desinformação atingiu o pico, com crescimento de 689 vezes entre 2019 e 2021 — de 794 publicações para mais de 547 mil. Embora tenha diminuído desde então, o número permanece elevado: até setembro de 2025, ainda circulavam 97 mil mensagens antivacina, o que representa 122 vezes mais do que antes da pandemia. Para Cugler, a desinformação “é um projeto que atrapalha as políticas públicas de saúde e pode colocar a vida das pessoas em risco, abrindo espaço para o retorno de doenças já controladas”.

O Ministério da Saúde reforçou que a disseminação de fake news é um dos fatores que mais prejudicam a adesão às campanhas de imunização. Como resposta, lançou o programa Saúde com Ciência, voltado ao enfrentamento da desinformação e à divulgação de informações verificadas. A iniciativa disponibiliza um site para consulta sobre vacinas e para checagem de conteúdos suspeitos, além de orientar como denunciar postagens enganosas nas plataformas digitais.

“Se o conteúdo não vem de uma instituição científica, de saúde pública ou de jornalismo profissional, é melhor não compartilhar. O mais importante é buscar informação em fontes oficiais e lembrar que vacina é uma conquista coletiva, não um risco individual”, orientou o pesquisador.

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Governo do Acre capacita comunidades indígenas para fornecer alimentos à merenda escolar

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O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), iniciou uma série de ações para preparar comunidades indígenas a participarem das chamadas públicas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A iniciativa, vinculada ao Programa REM, busca garantir que povos indígenas forneçam diretamente alimentos produzidos em seus territórios para a merenda das escolas, com respeito às tradições alimentares e geração de renda nas aldeias.

As oficinas estão sendo realizadas em diferentes municípios. Em Porto Walter, os povos Shawãdawa concluíram a formação sobre execução das chamadas públicas. A atividade também ocorre em Assis Brasil, com os povos Jaminawa e Manchineri; em Sena Madureira, com os Jaminawa do Caeté e famílias da Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema; em Feijó e Tarauacá, com os Huni Kui e Ashaninka; e em Mâncio Lima, com os Puyanawa, Nawa e Nukini. Técnicos da SEE e da Emater orientam as associações indígenas sobre cadastramento, documentação, padrões de qualidade, transporte e planejamento da produção, para que possam fornecer alimentos de forma contínua às escolas.

O secretário de Educação, Aberson Carvalho, afirmou que o objetivo é fazer da compra da merenda uma política de fortalecimento das economias locais. “Não adianta abrir uma chamada se as pessoas não sabem como participar. Estamos levando conhecimento, assistência técnica e autonomia para que as comunidades sejam protagonistas. A merenda escolar é também uma política de desenvolvimento social e econômico”, disse.

Em Feijó, a política já apresenta resultados. Os Huni Kui da Terra Indígena Kaxinawá do Rio Envira estão fornecendo banana, farinha, macaxeira, batata-doce e frutas regionais às escolas, utilizando práticas tradicionais de cultivo que preservam o modo de vida indígena e garantem alimentação saudável aos estudantes. O estado também recebeu R$ 24 milhões do governo federal para incentivar a agricultura familiar e fortalecer a segurança alimentar. Os recursos serão aplicados em assistência técnica, compra de equipamentos e apoio à produção regional.

As chamadas públicas do PNAE determinam que ao menos 30% dos recursos da alimentação escolar sejam destinados à agricultura familiar, com prioridade a povos indígenas e comunidades tradicionais. Com a combinação de capacitação técnica e investimentos, o governo do Acre busca consolidar a política de alimentação escolar como instrumento de inclusão produtiva, educação alimentar e valorização cultural dos povos da floresta.

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