Connect with us

Notícias

Geoglifos no Acre revelam manejo florestal de povos antigos, segundo pesquisa

Published

on

Um estudo realizado em geoglifos localizados no estado do Acre trouxe à tona evidências de que povos pré-colombianos praticavam técnicas de manejo florestal na Amazônia há cerca de dois mil anos. O estudo, publicado na revista científica Proceedings of The National Academy of Sciences, apresenta dados que indicam a utilização de técnicas semelhantes às de agroflorestas, combinando queimas controladas e manejo sustentável da vegetação.

Os geoglifos são grandes desenhos geométricos no solo que foram descobertos à medida que o desmatamento avançou na região. Embora os mais famosos exemplos de geoglifos sejam encontrados nas linhas de Nazca, no Peru, as estruturas descobertas no Acre, diferentes das do Peru, não foram projetadas para serem vistas do alto, o que sugere uma função cerimonial para essas construções.

A pesquisa, conduzida por Jennifer Watling, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), indica que os habitantes da região criaram uma floresta antropizada, ou seja, uma floresta modificada pela ação humana para favorecer o cultivo e a sobrevivência de determinadas espécies vegetais. O estudo desafia a ideia de que as áreas de floresta amazônica são totalmente intocadas pela ação humana.

A descoberta alimenta debates sobre o manejo sustentável da Amazônia e a importância de reconhecer o papel dos povos indígenas na preservação e modificação da paisagem. Os geoglifos, segundo os arqueólogos, poderiam ter sido utilizados em rituais e cerimônias, sendo um indicativo da complexidade cultural das civilizações que habitavam a Amazônia pré-colombiana.

A pesquisa reforça a importância de integrar o conhecimento arqueológico e histórico na formulação de políticas de preservação da floresta amazônica. Além disso, destaca o papel dos antigos habitantes da floresta no desenvolvimento de práticas de uso sustentável da terra, o que pode inspirar abordagens contemporâneas para a preservação do bioma.

Fonte: https://jornal.usp.br/ Foto: Diego Gurgel/Secom

Notícias

MPF do Acre cobra explicações do CFM sobre resolução que altera atendimento a pessoas trans

Published

on

O Ministério Público Federal (MPF) no Acre instaurou um procedimento para apurar a legalidade da nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), aprovada no dia 8 de abril, que proíbe o bloqueio hormonal em crianças e adolescentes trans e impõe novas restrições ao processo de transição de gênero.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, enviou ofício ao CFM solicitando, em até 15 dias, os fundamentos técnicos e jurídicos da decisão. A ação foi motivada por denúncia da Associação Mães pela Diversidade e da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que alertaram para impactos da nova norma em jovens com disforia de gênero.

A nova resolução determina que o bloqueio puberal, antes autorizado sob protocolos específicos a partir da puberdade, não será mais permitido. O tratamento hormonal, que podia ser iniciado a partir dos 16 anos, foi restrito a maiores de 18 anos. Cirurgias de redesignação sexual com potencial efeito esterilizante só poderão ser feitas após os 21 anos.

O MPF também menciona que a norma contraria decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que desde 2019 deixou de considerar a transexualidade como transtorno mental. A OMS também desenvolve atualmente novos protocolos internacionais de cuidado com a população trans, embora voltados apenas a adultos.

A resolução do CFM foi aprovada por unanimidade e, segundo o relator Raphael Câmara, baseou-se em estudos que apontam aumento de arrependimento após transições, ainda que não tenha sido apresentado levantamento específico sobre o Brasil. O MPF busca esclarecimentos sobre essa justificativa, diante da ausência de consenso científico e do impacto direto nas políticas de saúde pública.

Continue Reading

Notícias

Rio Branco enfrenta mudanças no transporte urbano com queda na demanda por ônibus

Published

on

Com o crescimento do uso de aplicativos como Uber, moto-táxis e táxis compartilhados, o sistema de transporte coletivo de Rio Branco tem passado por transformações significativas. Essas alternativas, cada vez mais populares entre os usuários das classes B e C, estão afetando diretamente a arrecadação do transporte público tradicional.

A queda no número de passageiros nos pontos de ônibus tem impactado financeiramente as empresas concessionárias do serviço. Atualmente, a tarifa permanece em R$ 3,50, valor congelado há mais de cinco anos. Segundo dados da RBTRANS (Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte), o custo real por passageiro é de R$ 6,03, sendo parcialmente coberto por subsídios da prefeitura. Sem esse apoio, o custo por bilhete poderia ultrapassar R$ 8,00.

O diretor-presidente da RBTRANS, Clendes Vilas Boas, afirma que houve melhorias no serviço nos últimos anos. A frota atual inclui ônibus novos, vans climatizadas e veículos adaptados para pessoas com deficiência. Ele também destaca que o financiamento da gratuidade passou a ser compartilhado por toda a população.

A RBTRANS se prepara para realizar uma nova licitação por meio de pregão eletrônico, buscando uma empresa que ofereça o menor custo com garantia de qualidade, renovação de frota e cumprimento das exigências legais.

O impacto da tecnologia também está sendo considerado na formulação de novas estratégias para o setor. Vilas Boas defende a necessidade de adaptação à presença permanente do transporte por aplicativos, com foco na melhoria da qualidade e na sustentabilidade financeira do sistema.

No campo político, a manutenção da tarifa a R$ 3,50 gerou debate. A atual gestão afirma que manter o valor com o apoio do orçamento público representa uma política de justiça social. A oposição é acusada por aliados do prefeito Tião Bocalom de tentar promover aumentos tarifários para desestabilizar a administração.

Segundo Clendes, manter o valor atual exige planejamento, já que “R$ 3,50 hoje não paga nem meio litro de diesel”.

Continue Reading

Notícias

Rio Acre se aproxima da marca de 11 metros em Rio Branco

Published

on

O nível do Rio Acre chegou a 10,94 metros na manhã deste sábado, 19 de abril, em Rio Branco. O dado foi divulgado pela Defesa Civil do município e representa uma elevação de 53 centímetros em 24 horas.

A medição confirma a tendência de aumento observada desde a terça-feira, 15, quando o rio subiu mais de seis metros em Assis Brasil. As águas começaram a atingir a capital acreana já na quarta-feira, 17.

Mesmo com a elevação, o nível ainda está abaixo da cota de alerta, que é de 13,50 metros, e da cota de transbordamento, que é de 14 metros.

A elevação ocorre mesmo sem registro de chuvas recentes em Rio Branco, indicando que o volume de água é influenciado por precipitações em regiões rio acima. As autoridades seguem monitorando a situação.

Continue Reading

Tendência