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MEIO AMBIENTE

Gestão territorial e ambiental serão discutidas em encontro de lideranças indígenas no Vale do Juruá

Lideranças indígenas irão se reunir em Cruzeiro do Sul, Acre, para discutir a preservação das Terras Indígenas e promover os direitos das comunidades locais.

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Lideranças indígenas estão se preparando para se reunir em Cruzeiro do Sul, Acre, nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro de 2024, para discutir o futuro da preservação das Terras Indígenas e promover os direitos das comunidades locais.

A 9ª Assembleia Geral Ordinária da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) abordará questões relacionadas à gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas. A pauta incluirá o resgate da história da OPIRJ, a proteção dos territórios e a defesa dos direitos das comunidades. Além disso, serão apresentados os projetos em andamento, como Gestão Territorial e Juruá Sustentável.

O evento também destacará a parceria de cooperação entre a APIWTXA e a OPIRJ, além das ações e desafios do DSEI Alto Juruá e da Funai CR Juruá. As discussões sobre a pauta do Crédito de Carbono nas Terras Indígenas estarão entre os pontos de destaque.

Com o apoio do projeto Gestão Territorial OPIRJ, financiado pelo Fundo Amazônia do BNDES, a iniciativa visa promover a gestão territorial e ambiental sustentável das Terras Indígenas. Isso contribuirá para a preservação contínua da Floresta Amazônica e para o bem-estar das comunidades indígenas locais.

Francisco Piyãko, coordenador da OPIRJ, destaca a jornada da organização, enfatizando os desafios enfrentados desde a fundação “A OPIRJ tem enfrentado diversos desafios desde sua fundação. Desde a conquista dos territórios até a proteção e fortalecimento da identidade dos nossos povos, temos trabalhado incansavelmente para garantir nossos direitos e promover o bem-estar de nossas comunidades, sem perder nossos valores tradicionais.” Piyãko também destaca a importância de incorporar novos conhecimentos e tecnologias para fortalecer a luta e gestão dos territórios.

Fundada em 1999, a OPIRJ representa os povos indígenas na região do Juruá, Acre, concentrando-se na defesa dos direitos desses povos e na conservação da Floresta Amazônica. A organização busca promover a união das comunidades, lutando pela demarcação de Terras Indígenas, autonomia dos povos e conservação ambiental.

Confira a programação

MEIO AMBIENTE

Redução de água na Amazônia reflete impactos ambientais e climáticos

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O volume de água na Amazônia apresentou redução de 3,6% em 2024, em comparação à média histórica. Os dados são do projeto MapBiomas, que aponta que o bioma perdeu cobertura hídrica após dois anos seguidos de vazantes severas. A Amazônia concentra mais de 60% da água superficial do Brasil e tem sido impactada por mudanças no uso da terra, desmatamento e eventos climáticos extremos.

Além da Amazônia, o Pantanal foi o bioma mais afetado, com perda de 61% de sua superfície de água em apenas um ano. O país como um todo registrou retração hídrica pelo segundo ano consecutivo. Em 2024, a superfície coberta por água foi de 17,9 milhões de hectares, 2,2% a menos que em 2023. Desde 2022, o Brasil perdeu mais de 900 mil hectares de áreas alagadas, área equivalente a quase duas vezes o tamanho do Distrito Federal.

Outros biomas tiveram variações diferentes. O Pampa também registrou queda, enquanto Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica tiveram aumento de superfície hídrica em 2024. A Caatinga, por exemplo, apresentou os maiores índices dos últimos dez anos.

O coordenador técnico do MapBiomas Água, Juliano Schirmbeck, afirmou que o país enfrenta um período prolongado de déficit hídrico. Segundo ele, a única exceção recente foi o ano de 2022, que ficou acima da média. Schirmbeck observou ainda que os níveis de água não voltaram aos patamares registrados entre 1989 e 1999, período de maior disponibilidade hídrica no Brasil.

O estudo também aponta alterações na natureza da cobertura hídrica. No Cerrado, a maior parte da água registrada atualmente está em corpos artificiais, como represas e reservatórios. Em 1985, 63% da superfície hídrica brasileira era composta por rios, lagos e lagoas naturais. Em 2024, esse índice caiu para 40%.

Segundo o MapBiomas, a redução da água no território brasileiro está relacionada à ocupação desordenada do solo, à expansão do agronegócio e ao desmatamento, somados aos efeitos das mudanças climáticas. O relatório recomenda políticas públicas de gestão da água e ações de adaptação climática, especialmente nas áreas mais vulneráveis.

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MEIO AMBIENTE

Amazônia enfrenta mudanças no sabor e no acesso aos alimentos

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As transformações no clima e os efeitos do mercado estão alterando o modo como a população amazônica se alimenta. Produtos tradicionais estão mais difíceis de encontrar, mais caros ou diferentes do que costumavam ser, e isso afeta diretamente o cotidiano de quem depende desses alimentos para viver.

A castanha, por exemplo, teve o tamanho do ouriço reduzido, possivelmente por causa da seca extrema no Amazonas. O tucumã, fruto essencial para o preparo do x-caboquinho, chegou a custar R$ 200 o quilo, tornando-se inacessível para muitas famílias. O jaraqui, peixe comum nos rios da região, ficou menor e com sabor diferente. São mudanças que, mesmo observadas de forma empírica, refletem a realidade vivida por comunidades inteiras.

Diante desse cenário, algumas pessoas têm buscado alternativas. Há quem substitua o café por chás feitos com ervas locais. No entanto, essas mudanças não são escolhas conscientes de quem deseja diversificar a alimentação, mas sim respostas à falta de acesso a produtos antes comuns. A insegurança alimentar se agrava, especialmente entre aqueles com menor renda, e pratos típicos vão desaparecendo da mesa.

Uma das alternativas levantadas no debate é o fortalecimento da produção local. Antigamente, muitas comunidades produziam o que consumiam, o que ajudava a reduzir a dependência de alimentos de fora. Retomar esse modelo pode ser um caminho, mas exige adaptações. As novas condições climáticas impõem desafios, e qualquer retorno à produção tradicional precisa considerar o uso de práticas agrícolas mais resilientes e sustentáveis.

Garantir alimentação adequada passa por repensar toda a cadeia, do cultivo à distribuição. Valorizar o que é produzido localmente, apoiar técnicas adaptadas às mudanças ambientais e buscar soluções acessíveis para todos são partes fundamentais dessa construção.

Este texto foi elaborado a partir do artigo O sabor da Amazônia está mudando, escrito por Valcléia Lima, superintendente de Desenvolvimento Sustentável da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), e publicado no site ((o))eco em 24 de março de 2025. O artigo original está disponível em: https://oeco.org.br/colunas/o-sabor-da-amazonia-esta-mudando.

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MEIO AMBIENTE

Dia Mundial da Água: estudo revela como as mudanças climáticas estão afetando os rios do Acre

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Neste Dia Mundial da Água, o Epop convida a refletir sobre uma pergunta urgente: o que está acontecendo com os nossos rios?

Para ajudar a responder, trazemos um estudo produzido por pesquisadoras e pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC), que analisou os impactos das mudanças climáticas no estado entre os anos de 2023 e 2024. O levantamento mostra que as transformações no clima estão afetando diretamente a vida da população e o equilíbrio dos nossos rios, que são fonte de água, alimento, transporte e cultura.

De acordo com o estudo, o Acre viveu uma sequência de eventos extremos nos últimos dois anos: inundações, estiagens severas, ondas de calor, vendavais e incêndios. Esses fenômenos não são novos, mas estão se tornando mais intensos e frequentes. E isso tem relação direta com o aquecimento global e o uso desordenado dos recursos naturais.

Os rios são os primeiros a dar sinais dessas mudanças. Quando há excesso de chuvas, como aconteceu em Rio Branco, Tarauacá e Brasiléia, os rios transbordam, invadem casas, destroem plantações e espalham doenças. Quando a chuva falta, como em várias regiões da zona rural, a água desaparece, o gado morre de sede, o peixe some e a produção de alimentos é interrompida.

Entre 2023 e 2024, o governo do estado e as prefeituras emitiram 25 decretos de emergência ou calamidade pública por causa desses eventos climáticos. A maioria está ligada a enchentes e secas. O município de Rio Branco foi o mais afetado. Mas a realidade atingiu todas as regiões do Acre, principalmente as que dependem diretamente dos rios para sobreviver.

Além dos impactos materiais, a saúde das pessoas também foi afetada. Com os rios contaminados ou com volume alterado, aumentaram os casos de doenças como diarreias, hepatites, leptospirose e síndromes respiratórias. As ondas de calor também trouxeram riscos, principalmente para crianças e idosos.

O estudo destaca a importância de reconhecer a relação entre as mudanças no clima e a vida dos rios. A floresta amazônica, que ajuda a manter o ciclo da água e o equilíbrio das chuvas, também está sob pressão. A preservação da floresta e o cuidado com os rios precisam ser parte do nosso cotidiano e das políticas públicas.

Neste Dia Mundial da Água, o Epop reforça a importância de falar sobre o tema com seriedade. Entender os efeitos das mudanças climáticas é um passo importante para proteger a água que corre nos nossos rios e, com ela, a vida que depende deles.

O estudo completo está disponível para leitura no site da UFAC e na plataforma ResearchGate:
🔗 Leia o estudo completo

Foto: Sérgio Vale

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