O 17º Circuito Junino de Rio Branco começou nesta sexta-feira (20), no Quadrilhódromo, ao lado da Arena da Floresta. A abertura reuniu quadrilhas juninas da capital, famílias, comerciantes e representantes culturais. A programação é organizada pela Prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), em parceria com a Liga de Quadrilhas Juninas do Acre.
Na primeira noite, foram realizadas as disputas das categorias Casal Mirim Junino e Rainha da Diversidade Junina. A quadrilha CL na Roça foi a primeira a se apresentar, com um espetáculo baseado em O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
A presidente do grupo, Francinete Santos, explicou a escolha do tema. “Estamos com um grupo menor, 40 pessoas. A gente quis trazer algo que as pessoas já conhecem, que tem ligação com a cultura popular”, disse.
Na disputa entre os casais mirins, os vencedores foram Luna Alves (7 anos) e Nicolas Arthur Duarte (10 anos), da quadrilha Matutos na Roça. Já no concurso Rainha da Diversidade Junina, quem levou o título foi Lorraine Bittencourt, também da Matutos na Roça.
Para o diretor-presidente da FGB, Klowsbey Campos Pereira, o evento cumpre um papel de fortalecimento cultural e de acesso. “É importante ver esse espaço ocupado pelas famílias. Essa festa é feita por quem participa dela”, afirmou.
Além da programação no palco, o circuito também movimenta a economia local. Vendedores de comidas típicas, artesanato e serviços atuam em barracas instaladas no entorno do evento.
Serão três noites com oito Juninas mostrando o trabalho de um ano inteiro. “São muitos sonhos e amigos envolvidos nisso tudo, muito trabalho, suor e verdade”, afirmou Cléson Lima, da quadrilha Explode Coração.
Neste sábado (21), tem as Juninas Escova Elétrica, Assanhados na Roça, Pega-Pega e Explode Coração.
O 17º Circuito Junino de Rio Branco segue até domingo (23), com todas as quadrilhas da capital disputando o título municipal e a chance de representar a cidade na etapa estadual, junto a grupos de outros municípios do Acre.
No dia 6 de setembro, Rio Branco receberá o evento Samba de Mariá, iniciativa do grupo cultural Alagbe Okan que reunirá música, tradições afro-brasileiras e manifestações de ancestralidade. A atividade acontecerá a partir das 20h, no estacionamento do Casarão, no centro da capital, com expectativa de público em torno de 500 pessoas.
A programação terá como destaque a apresentação do cantor Bruno Damasceno, que levará ao palco um repertório de samba durante três horas. Já na virada para a meia-noite, o grupo anfitrião apresentará pontos de Umbanda, exaltando referências espirituais de matriz africana. O encontro também contará com barracas de comidas típicas, artesanato e um espaço voltado à valorização da cultura afro-brasileira no Acre.
Segundo os organizadores, a proposta é reafirmar o papel das expressões culturais como instrumentos de resistência e de fortalecimento comunitário. “O Samba de Mariá é um espaço de encontro entre fé, música e identidade. Queremos mostrar que nossas tradições seguem vivas e têm muito a contribuir para a construção de respeito à diversidade”, destacou a coordenação do grupo Alagbe Okan.
A homenagem a entidades femininas, como Maria Padilha, reforça a centralidade da espiritualidade no evento. Para o grupo, a iniciativa é uma forma de aproximar a sociedade das manifestações que estruturam a herança africana no Brasil. O público poderá acompanhar detalhes da programação pelo perfil oficial do coletivo no Instagram (@alagbeokan).
A exposição Amazônias, em cartaz no Museu das Confluências, em Lyon, até fevereiro de 2026, reúne objetos, registros audiovisuais e experiências produzidas em parceria com povos da floresta. Entre eles estão os Ashaninka, do Acre, que participaram ativamente da construção da mostra e trouxeram suas narrativas e memórias para o espaço cultural europeu.
A curadora Marie-Paule Imberti, responsável pelas coleções das Américas do museu, iniciou o trabalho em 2018 com expedições de campo que resultaram na aquisição de cerca de 500 peças, das quais 220 estão expostas. Em 2019, a equipe esteve na comunidade Ashaninka, na fronteira do Acre com o Peru, em missão acompanhada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Durante a programação, lideranças indígenas destacaram a importância de romper estereótipos e garantir que a floresta fosse mostrada de forma dinâmica. Shatsi Piyãko, representante Ashaninka, afirmou: “No começo, temi que a exposição se transformasse em um cemitério do nosso povo, mas encontrei um olhar vivo no trabalho do museu”.
A iniciativa integra a Temporada França-Brasil 2025 e promove também debates sobre ecologia, apresentações culturais e atividades educativas. Além dos Ashaninka, a mostra foi construída em parceria com os Mebêngôkre (Kayapó), os Wayana e os Aparai. O objetivo central é apresentar a diversidade cultural da Amazônia sob a perspectiva de seus povos, evidenciando que essas comunidades mantêm vivas suas tradições ao mesmo tempo em que dialogam com desafios contemporâneos, reafirmando sua voz em questões de identidade, território e meio ambiente
O município de Feijó, no Acre, realiza desde a última quinta-feira (14) a 26ª edição do Festival do Açaí, evento que se consolidou como um dos principais marcos culturais e econômicos do estado. A programação segue até domingo (17) e inclui shows nacionais, apresentações regionais, concursos culturais e iniciativas voltadas ao fortalecimento da economia local.
Abertura e grandes atrações
A abertura oficial ocorreu na quinta-feira (14), com o cantor Dilsinho, que retornou ao Acre após oito anos e reuniu grande público no Parque de Exposições. Na sexta-feira (15), o destaque foi o show de Lucas Lucco, atração que movimentou cerca de 20 mil pessoas e teve transmissão ao vivo pela internet.
Neste sábado (16), a programação concentra dois dos momentos mais aguardados: a escolha da Garota Açaí, concurso tradicional que valoriza a juventude local, e o show da Banda Magníficos, referência do forró nacional. Antes da atração principal, artistas acreanos como Edu Kasseb e Sandra Melo se apresentam no palco principal.
O encerramento no domingo (17) terá novas atividades culturais e a continuidade do Festival de Praia, que ocorre paralelamente às atrações musicais.
Concurso Garota Açaí
Cinco jovens concorrem ao título de Garota Açaí 2025: Jeiele Victoria, Sayane Lima, Paula Silva, Eduarda Souza e Ludmila Lima. O desfile está programado para a noite deste sábado, e a vencedora receberá premiação em dinheiro, que em edições anteriores chegou a R$ 15 mil.
Economia e negócios
Além do aspecto cultural, a festa ganhou relevância como espaço de geração de oportunidades. O governo do Acre e a Prefeitura de Feijó estruturaram o “Espaço Indústria e Tecnologia”, voltado para exposições, capacitações e promoção de produtos locais. Segundo o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, a iniciativa busca transformar a tradição do festival em ambiente de negócios que fortaleça a economia regional. O prefeito Railson Ferreira destacou que o modelo amplia a geração de emprego e renda no município.
O Sebrae também participa ativamente, com ações que potencializam o comércio e valorizam a cadeia produtiva do açaí. A instituição estima movimentação financeira de até R$ 12 milhões durante os quatro dias, reforçada pela promoção do açaí de Feijó com selo de Indicação Geográfica, concedido pelo INPI em 2023.
Importância regional
O Festival do Açaí é reconhecido como uma das maiores expressões culturais do Acre, reunindo turismo, música e negócios em um único espaço. A edição de 2025 reafirma esse papel, ao mesmo tempo em que amplia seu alcance econômico e cultural, projetando Feijó como referência na valorização do açaí e no fortalecimento da economia criativa da região.