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MEIO AMBIENTE

Nível do Rio Acre atinge menor marca histórica pela segunda vez em menos de dois anos

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O Rio Acre, principal manancial da capital do estado, registrou nesta sexta-feira, 20 de setembro, o nível de 1,25 metro, igualando a menor cota histórica já observada, que havia sido registrada em outubro de 2022. A medição foi divulgada pela Defesa Civil de Rio Branco e reflete o impacto da prolongada seca que afeta a região.

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o nível do rio, que está abaixo de 2 metros há 96 dias, tem mantido uma tendência de queda devido à falta de chuvas significativas. Em comparação, no mesmo período em 2023, o Rio Acre estava com 1,50 metro, o que representa uma redução substancial em apenas um ano. Já em 2022, o nível do manancial era de 1,88 metro.

O cenário atual é parte de um quadro climático extremo que, nos últimos anos, alterna entre períodos de enchentes severas e secas prolongadas. Em fevereiro e março de 2024, o Rio Acre transbordou, atingindo 17 metros, o que levou ao deslocamento de milhares de famílias da região ribeirinha.

Com a persistência da estiagem, o governo do Acre decretou emergência por seca em junho, medida que também foi adotada pelo município de Rio Branco no final do mesmo mês, com reconhecimento pelo governo federal em julho. A situação da seca tem provocado impacto nas atividades agrícolas e no abastecimento de água, especialmente em áreas rurais, que passaram a contar com apoio de caminhões-pipa para suprir a demanda.

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, reforçou que há um plano de contingência em vigor para lidar com as consequências da seca. O plano inclui medidas para assegurar o abastecimento de água na cidade e mitigar os efeitos sobre a produção agrícola. No entanto, há uma preocupação crescente com o possível agravamento da situação, visto que as previsões indicam a continuidade da seca nas próximas semanas.

Enquanto isso, a população urbana e rural de Rio Branco segue convivendo com as consequências do baixo nível do rio, que inclui o risco de colapso no abastecimento de água e prejuízos econômicos para os produtores locais. As autoridades continuam monitorando o nível do manancial diariamente, mas não descartam a possibilidade de que o Rio Acre venha a registrar um novo recorde negativo, abaixo da marca atual de 1,25 metro, nas próximas medições.

Com a seca antecipada deste ano, que começou em maio, os especialistas alertam para a necessidade de planejamento a longo prazo, a fim de evitar maiores danos para a economia local e a saúde pública, que também é afetada pela poluição do ar causada por incêndios florestais e queimadas na região.

Assessoria

Comissão Transfronteiriça reforça pedido de paralisação de obra na rodovia UC-105, no Peru

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Em uma reunião de trabalho, a Comissão Transfronteiriça Alto Yuruá/Juruá/Alto Tamaya solicitou que o Governo Regional de Ucayali (GOREU) interrompa imediatamente a construção da rodovia UC-105, próxima a fronteira do Acre com o Peru. A comissão abordou diferentes agendas durante o encontro, destacando a posição contrária ao projeto da rodovia, que, segundo eles, está em andamento de forma ilegal e sem os devidos processos de consulta prévia.

Participaram da reunião líderes de diversas organizações, incluindo ACONADIYSH, ACCY, AACAPPY, ORAU e AIDESEP, do Peru, Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) e Apiwtxa, do povo Ashaninka, ambas do Brasil, além de especialistas da Upper Amazon Conservancy. O objetivo principal foi exigir a paralisação da construção da rodovia, argumentando que a obra viola os direitos dos povos indígenas estabelecidos pela Lei de Consulta Prévia nº 29785 e pelo Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A rodovia UC-105 está prevista para passar pela comunidade de Nueva Italia (Tahuania) até Puerto Breu, no Peru. No entanto, conforme relatado pela comissão, o projeto não possui estudos técnicos ou processos de consulta que avaliem os impactos para as comunidades locais. A construção da rodovia beneficiaria atividades como extração de madeira, mineração ilegal e cultivo de folha de coca, ligadas ao narcotráfico, conforme descrito em um documento da Organização Regional AIDESEP Ucayali (ORAU).

A comissão enfatizou a urgência de uma resposta das autoridades competentes para interromper o avanço da rodovia e evitar maiores impactos socioambientais na região, afetando diretamente os direitos dos povos indígenas e o equilíbrio ambiental.

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MEIO AMBIENTE

Prefeitura de Rio Branco investe para modernizar sistema de água em meio à crise hídrica e reforça importância do uso consciente

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Diante dos desafios impostos pela crise hídrica e os extremos climáticos que têm afetado o abastecimento em diversas regiões do país, a Prefeitura de Rio Branco tem intensificado os investimentos no sistema de distribuição de água, buscando garantir qualidade e eficiência no serviço. Com um investimento de R$ 4 milhões em novos equipamentos e a promessa de mais R$ 4,6 milhões em recursos vindos do Governo Federal, a gestão atual reforça o compromisso em assegurar água 24 horas por dia à população.

O prefeito Tião Bocalom destacou a importância da modernização das infraestruturas, que inclui a troca de tubulações antigas e a instalação de novos hidrômetros, além da perfuração de poços artesianos e a construção de lagoas para armazenar água durante o verão. No entanto, ele lembrou que a eficiência do sistema depende também da colaboração de todos.

Além de enfrentarem desperdícios na rede, muitas áreas da cidade sofrem com a baixa pressão da água, que deverá ser resolvida com os novos conjuntos de motores e bombas adquiridos pela prefeitura. Contudo, o desperdício de água e o uso indevido ainda são fatores que impactam diretamente o serviço. Assim, a prefeitura pede que a população use a água de maneira consciente e que todos regularizem o pagamento do consumo, fundamental para manter o sistema sustentável e permitir novos investimentos.

O diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, reforçou que o atual momento exige responsabilidade compartilhada. “Estamos em um cenário em que a água se torna um bem cada vez mais precioso. Cada um de nós tem o dever de usar com sabedoria, evitando desperdícios e colaborando para que esse recurso vital esteja disponível a todos, de forma justa e eficiente”.

Foto: Evandro Derze/Assecom

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MEIO AMBIENTE

Impacto das queimadas no Acre compromete produção de açaí, buriti e madeira

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As queimadas que atingem o Acre em 2024 estão gerando preocupações sobre a redução na oferta de recursos como açaí, buriti e madeira, fundamentais para a economia local. A professora doutora Sonaira Silva, especialista em queimadas e florestas, da Universidade Federal do Acre (Ufac), alerta que mais de 100 mil hectares já foram consumidos pelo fogo, incluindo aproximadamente 5 mil hectares de floresta nativa.

De acordo com Sonaira, as áreas atingidas pelo fogo podem demorar décadas para se recuperar, e mesmo após 20 anos, muitas delas não conseguem voltar ao seu estado original em termos de número de árvores, biomassa e diversidade de espécies. Esse processo lento de regeneração compromete a sustentabilidade de atividades econômicas que dependem diretamente da floresta.

A professora destaca que áreas de grande importância ecológica, como Pentecoste, Campinarana e a Serra do Divisor, também foram afetadas. Segundo ela, é crucial impedir a entrada do fogo nessas áreas florestais, pois além de prejudicar o meio ambiente, as queimadas também afetam a produção de açaí, buriti e madeira, recursos que sustentam muitas comunidades no estado.

Além dos danos ambientais, as queimadas agravam a qualidade do ar nas áreas urbanas, já que a fumaça é levada pelo vento para dentro das cidades, aumentando os riscos à saúde da população. Sonaira reforça a necessidade de evitar o uso de fogo em atividades de limpeza de terrenos e roçados, uma vez que, mesmo pequenas queimadas, podem se espalhar rapidamente e sair de controle.

Com a economia do Acre fortemente dependente dos recursos florestais, a perda de vegetação nativa representa um desafio significativo. A recuperação dessas áreas será lenta, exigindo a participação ativa de diversos setores, incluindo as comunidades locais, para garantir a proteção e o uso sustentável das florestas.

Foto: Pedro Devanir

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