A ministra da Cultura, Margareth Menezes, defendeu nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, em Brasília, a regulamentação das plataformas de streaming que atuam no Brasil, afirmando que o governo federal trabalha para aperfeiçoar o projeto de lei que estabelece regras para o setor e garantir que parte dos recursos gerados seja reinvestida no audiovisual brasileiro. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo a ministra, o debate sobre a regulação busca corrigir uma lacuna histórica, uma vez que os serviços de vídeo sob demanda cresceram em faturamento e alcance no país sem estarem submetidos a um marco regulatório específico. Margareth Menezes afirmou que o governo acompanha de perto a tramitação do Projeto de Lei nº 2.331/2022, conhecido como PL dos Streamings, que atualmente está em análise no Senado Federal, após permanecer sete anos parado na Câmara dos Deputados.
Durante a entrevista, a ministra ressaltou que o Executivo não abre mão da exigência de reinvestimentos das plataformas no setor audiovisual nacional, por meio do Fundo Setorial do Audiovisual. “São apenas correções das coisas. Não se trata de taxação”, disse, ao rebater críticas de que a proposta criaria novos encargos para as empresas do setor. De acordo com ela, a atuação do Ministério da Cultura consiste em defender aprimoramentos ao texto apresentado pelo relator no Senado, o senador Eduardo Gomes (PL-TO), responsável por formalizar as propostas no âmbito do Legislativo.
O governo federal defende cinco pontos centrais para a construção do marco regulatório. Entre eles estão a criação de uma alíquota unificada de 3% para a Condecine-Streaming, a manutenção da Condecine-Remessa como instrumento de financiamento do audiovisual, a destinação dos recursos arrecadados para a produção independente brasileira, o estabelecimento de uma cota mínima de 10% de conteúdo nacional nos catálogos das plataformas e a definição de uma janela mínima de nove semanas entre o lançamento de filmes nos cinemas e a disponibilização nas plataformas digitais.
Margareth Menezes afirmou que o debate ocorre em um cenário de disputa entre interesses distintos, mas destacou a expectativa do governo de construir uma base regulatória que amplie os investimentos no audiovisual brasileiro. Para a ministra, a regulamentação é parte de um processo mais amplo de reorganização das políticas culturais no país, alinhado a uma nova fase de investimentos públicos no setor.
Além da regulação das plataformas de streaming, a ministra também defendeu o avanço da tramitação do Plano Nacional de Cultura, enviado pelo governo ao Congresso Nacional em novembro de 2025. O plano estabelece diretrizes para as políticas culturais pelos próximos dez anos e, segundo Margareth Menezes, busca organizar as responsabilidades entre União, estados e municípios, considerando a ampliação do alcance do fomento cultural em todo o território nacional.
Ao tratar do tema, a ministra afirmou que o Plano Nacional de Cultura é um instrumento para definir metas e orientar a execução das políticas públicas, em um contexto de retomada dos investimentos e de fortalecimento da produção cultural brasileira. Segundo ela, tanto o plano quanto a regulamentação do streaming fazem parte de uma estratégia para estruturar o setor cultural de forma mais previsível e integrada às transformações do mercado audiovisual.
Fonte e foto: Agência Brasil