A Prefeitura de Cruzeiro do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, participa em Brasília, da 4ª Conferência Nacional de Cultura que reúne os principais representantes culturais do país para discutir políticas públicas. Com o tema “Democracia e Direito à Cultura”, o evento é realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Conselho Nacional de Política Cultural e ocorre até a próxima sexta-feira, 8, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O evento que não era realizado há onze anos, conta com três mil participantes de todo o Brasil,que debatem sobre as políticas públicas e definem orientações prioritárias para assegurar transversalidades nas ações. Se aprovadas as propostas, vão compor o novo Plano Nacional de Cultura, que guiará as políticas culturais na próxima década no Brasil.
O Secretário de cultura de Cruzeiro do Sul, Aldemir Maciel, enfatizou a importância da fazer parte do encontro. É um momento histórico participar desta conferência, primeiro porque após a retomada. O setor cultural sofreu muito e agora estamos no momento muito positivo com políticas públicas sérias, que vão de fato fomentar a cultura como foi o caso da lei Paulo Gustavo, onde Cruzeiro do Sul foi um dos primeiros municípios a executar a lei pagando os seus contemplados. Estou muito feliz em participar”, destacou ele.
A conferência também contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que em seu discurso, reafirmou o compromisso do Governo Federal com a defesa e o fortalecimento do setor gerando desenvolvimento no país.
A Conferência Nacional de Cultura havia sido promovida pela última vez no governo Dilma Rousseff.
O Acre marcou presença na 51ª edição da Expo Abav, realizada em Brasília, com a apresentação de suas potencialidades turísticas focadas no ecoturismo, etnoturismo e turismo de base comunitária. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), é um dos principais do setor, reunindo representantes nacionais e internacionais do trade turístico.
A Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete) do Acre, com o apoio do Programa REM e do Sebrae, organizou um estande para promover o turismo acreano e suas experiências culturais e naturais. Agências e pequenos empreendedores locais participaram do evento, buscando ampliar suas redes de contatos e estabelecer novos negócios.
Victor Pontes, da Ayshawã Travel, que trabalha com etnoturismo e turismo de vivência, destacou a importância do evento para expandir o alcance de seus serviços. “Fizemos contato com agências da Itália, Portugal e Alemanha, tivemos um bom retorno e em breve teremos novidades com o fechamento de contratos”, afirmou.
Além dos negócios, o evento possibilitou a promoção de produtos locais, como o Café Raízes da Floresta, produzido na Reserva Extrativista Chico Mendes, e novas oportunidades para o fortalecimento da cadeia turística do estado.
A Expo Abav, realizada de 26 a 28 de setembro, foi considerada uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento do turismo sustentável no Acre, atraindo operadores e agentes de diversos países.
O documentário “Povos do Juruá” mergulha na resistência dos povos indígenas da região do Rio Juruá, no Acre, que há décadas enfrentam a pressão para exploração de suas terras e na destruição de suas florestas. Francisco Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), é a voz central deste relato, expondo a luta histórica e os desafios contemporâneos vividos por essas comunidades.
A OPIRJ, fundada nos anos 1990, nasceu da urgência de garantir os direitos territoriais dos povos indígenas da região, a partir de movimentos organizados por lideranças indígenas históricas. Piyãko destaca a importância da organização como ferramenta de articulação e resistência: “Graças à nossa coragem, creio que a gente tem um lugar ainda, nem que seja do tamanho da nossa força, mas é um lugar seguro para a gente morar com as nossas crianças.” O documentário revela como a OPIRJ tem sido fundamental para unir as comunidades e fortalecer o diálogo com instituições, em um contexto de décadas de exploração e invisibilidade.
Um dos principais focos do filme é a ameaça crescente dos projetos de infraestrutura que avançam sobre os territórios indígenas sem qualquer consulta prévia, como as estradas de Nueva Itália-Puerto Breu e de Pucallpa, na fronteira com o Peru. “Estamos todos na faixa de fronteira, então é muito difícil ter uma proteção direta do Estado, e se a gente estiver articulado, a gente consegue ajudar o próprio Estado a proteger essas áreas,” afirma Piyãko, referindo-se ao papel crucial da articulação indígena na defesa de suas terras.
Esses projetos, financiados por madeireiras e grupos criminosos, trazem consigo a destruição ambiental, o tráfico de drogas e o desmatamento. Para Piyãko, a construção dessas estradas não serve aos interesses das comunidades locais: “Essa estrada não foi feita para atender nós, o povo da floresta. Isso é para atender interesses externos que até agora não estão claros para nós.”
A produção, dirigida por Arison Jardim e realizada pela Bari Comunicação, com apoio da OPIRJ, da Associação Apiwtxa e a Asociación ProPurús, foi financiada pela Lei Paulo Gustavo, através do Edital No 02 de Apoio às Produções Audiovisuais, da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, Acre. Ela revela os desafios atuais dos povos do Juruá, que além de enfrentar a invasão de seus territórios, continuam a lutar pela preservação de sua cultura e modos de vida.
Para Francisco Piyãko, proteger a floresta não é apenas uma questão de território, mas de sobrevivência: “Proteger a floresta para nós é proteger a nossa própria vida.”
Quem nunca quis ser criança para entrar no País de Maravilha e fingir ser Alice que atire a primeira pedra. E com esta ideia na cabeça, a Fluxo Cia de Artes se prepara para o primeiro espetáculo totalmente infantil: Alice no País das Maravilhas. O espetáculo ocorre nos dias 4, 5 e 6 de outubro, na Usina de Arte João Donato.
De acordo com o diretor da Fluxo, Dheyvison Bruno, após a realização de projetos com críticas sociais sobre uso doentio das redes sociais (Espetáculo Usuários) e a dependência emocional e os amores líquidos (Espetáculo Eros) a companhia quis ampliar seu público.
“E desta vez, fazer todo o público ir ao teatro e se divertir assistindo um clássico repleto de personagens cativantes”, ressalta, acrescentando ainda que o grupo já se prepara há pelo menos sete meses apenas para este espetáculo. “Os ensaios para o [espetáculo] Alice [no País das Maravilhas] começaram com laboratórios de teatro ao elenco principal, com a direção de Nubia Alves, e em seguida, eu e Maria Clenilda, a outra coreógrafa, iniciamos a parte coreográfica com os alunos do projeto “Dançando com a Fluxo” que acontece aos domingos no Centro Cultural Thaumaturgo Filho, no Manoel Julião”, explicou Bruno.
A aluna Karoline Garcia diz ter um imenso carinho pelo tema e afirma que, desde que soube que faria o papel de Alice, teve uma mistura de felicidade e um pouco de medo para conseguir chegar ao nível que o papel principal exige.
“Porém, tem sido uma experiência incrível poder dar vida a essa personagem tão querida em uma nova versão, assim como participar de todo o processo da construção desse espetáculo maravilhoso. Estou muito ansiosa para mostrar o que nós conseguimos fazer com essa proposta de Alice”, finalizou.