O Superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Acre, Marcio Alecio, realizou uma série de encontros na última semana em Brasília, nos quais apresentou propostas e demandas essenciais para fortalecer a agricultura familiar, impulsionar a reforma agrária e aprimorar a governança fundiária no estado. Alecio compartilhou suas iniciativas com parlamentares do Acre e a Direção Nacional do Incra.
Uma das propostas centrais do superintendente concentra-se no fortalecimento do meio rural, com ênfase na regularização fundiária e titulação, criação de novos assentamentos, facilitação do acesso ao crédito rural e abertura e melhoria de ramais. Nos encontros, ele ressaltou a urgência em atender aos cerca de 5 mil quilômetros de ramais nos projetos de assentamento, destacando a importância vital dessas melhorias para facilitar o escoamento da produção.
Para agilizar a regularização fundiária e titulação, Alecio enfatizou a necessidade de alocar mais recursos para a contratação de serviços de georreferenciamento, um requisito essencial para esses processos.
“Informarmos aos parlamentares sobre a alocação de recursos pelo Governo Federal para contratar georreferenciamento em 46 projetos de assentamento e 16 glebas públicas federais. O edital de licitação já está publicado, e os serviços começarão em breve”, disse.
Apesar dos recursos disponibilizados atualmente pelo Governo Federal serem consideráveis, o superintendente ressaltou que a demanda é substancialmente maior. Instou os parlamentares do Acre a destinarem emendas para ampliar o orçamento do Incra, permitindo a contratação de georreferenciamento em novas áreas, incluindo aquelas envolvidas em conflitos fundiários, podendo atender cerca de 15 mil famílias, proporcionando segurança jurídica, acesso ao crédito e a implementação de políticas, valorizando as terras e contribuindo para o desenvolvimento do Estado do Acre.
Apoio de parlamentares
Vários deputados manifestaram que destinarão recursos por meio de emendas (individuais e/ou de bancada) para esse fim e o coordenador da bancada federal se comprometeu em marcar uma reunião com todos os parlamentares federais do Acre para o Superintendente Regional apresentar a proposta e discutir a proposta.
O Superintendente também destacou sobre a retomada da aplicação do crédito instalação do Incra, anunciando a garantia de cerca de R$ 10 milhões ainda este ano, para construção de casas e fomento à produção, gerando renda e contribuindo para melhoria da qualidade de vida do nosso povo.
Mutirões para dar celeridade a processos
Alecio destacou que mutirões serão mais frequentes no Incra, como estratégia para agilizar procedimentos e dar maior celeridade aos processos e atender a demanda das famílias rurais. Para outubro, já estão definidos mutirões em Tarauacá (06 e 07) e Feijó (07 e 08), com planejamento para eventos em Sena Madureira, Manoel Urbano, Acrelândia, Porto Acre e Capixaba.
Todas esses encaminhamentos, conforme planejado com servidores e colaboradores, foram compartilhados durante a reunião mensal que o Superintendente Regional realiza com a equipe na sede da Superintendência Regional do Incra no Acre.
“Nossa perspectiva é de criar, ainda este ano, quatro novos projetos de assentamentos, arrecadar cerca de 100 mil hectares de terras devolutas, adquirir duas fazendas para famílias de agricultores familiares, aplicar mais de R$ 10 milhões em créditos do Incra, realizar diversos mutirões de regularização fundiária e outros serviços nos municípios, além de desenvolver projetos inovadores para o desenvolvimento do estado, como a captação de recursos por venda de créditos de carbono e a oferta de cursos de nível superior nos projetos de assentamentos”, finalizou.
TJAC supera desafios logísticos e garante estrutura completa para a eleição de juízas e juízes de paz em todo o Acre
Nenhum município ficará sem atendimento: Comarca de Cruzeiro do Sul se destaca com operação estratégica e envia urnas para cidades de todo o Vale do Juruá
A realização da primeira eleição direta para juízas e juízes de paz da história do Acre exige planejamento minucioso, presença institucional em todos os detalhes e, sobretudo, capacidade de superar desafios logísticos. E é exatamente isso que o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) tem demonstrado ao mobilizar equipes, estruturar rotas e garantir que todos os 22 municípios acreanos, incluindo os de difícil acesso, tenham condições plenas de realizar o pleito neste domingo, 30, das 8h às 17h.
No Vale do Juruá, essa operação ganha proporções ainda maiores neste sábado, 29. A Comarca de Cruzeiro do Sul, segundo maior colégio eleitoral do estado, assumiu um papel estratégico na organização de todo o processo, desde a preparação das seções eleitorais até o envio de urnas para municípios que não possuem acesso terrestre.
Logística reforçada e equipes distribuídas
A supervisora da Comarca, Helena Maria Guimarães, explica que a preparação começou cedo, com a divisão das equipes e a organização das 13 escolas onde funcionarão as seções eleitorais.
“Fomos divididos por equipes. A equipe 1 ficou responsável por sete escolas, e a equipe 2 por seis escolas. As salas já estão arrumadas, todo o material foi conferido, e no domingo nossa equipe de apoio estará na Cidade da Justiça às 6h30. A partir daí, iniciaremos as rotas fiscalizando todas as escolas, registrando a presença de mesários, servidores e equipes de apoio. Esse controle é fundamental para o bom andamento da eleição”, destacou.
Urnas chegam a municípios isolados
O trabalho da Comarca não se restringiu aos limites de Cruzeiro do Sul. A cidade teve a responsabilidade de encaminhar as urnas para os municípios vizinhos de Mâncio Lima e Rodrigues Alves por via terrestre, além do envio via avião para as cidades de difícil acesso de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
O transporte e a entrega foram coordenados pela Assessoria Regional de Cruzeiro do Sul, garantindo que mesmo localidades onde o acesso depende de rio ou aeronaves recebessem todos os equipamentos no prazo.
“Nós organizamos a distribuição das urnas para os outros municípios, e essa logística contou com o apoio essencial da Secretaria Regional do Juruá. Foi um esforço conjunto para que ninguém fique sem estrutura no dia da eleição”, reforçou a coordenadora da Assessoria, Daniela Rodrigues.
Essa ação reafirma o compromisso do TJAC: nenhum município do Acre ficará sem condições de participação no processo democrático.
E todas as informações oficiais sobre a eleição histórica de juízas e juízes de paz estão reunidas no portal do TJAC: 👉 https://www.tjac.jus.br/adm/juiz-de-paz/
O Tribunal de Justiça do Acre reforça o convite para que todas e todos participem deste marco democrático. Pela primeira vez no Brasil, cidadãs e cidadãos irão às urnas escolher diretamente quem exercerá a função de juiz ou juíza de paz, cargo essencial para a celebração de casamentos, mediação de conflitos e fortalecimento da convivência comunitária.
Com planejamento, unidade e superação de desafios, o TJAC garante que a democracia chegue a todos os cantos do estado — do centro urbano às comunidades mais distantes do Juruá.
Estão abertas as inscrições para a oficina “Distribuição Independente: como fazer curtas-metragens circularem por festivais de cinema”, com o realizador audiovisual Juraci Júnior. A oficina será realizada de modo virtual, nos dias 20 e 21 de novembro, das 19h30 às 21h30, gratuitamente.
A iniciativa faz parte de uma série de ações de democratização da cultura promovidas pela agente territorial Rafaela Correia, que integra o Programa Comitê de Cultura do Ministério da Cultura (MINC).
Nesta edição, o Circuito Cultural terá como foco o setor audiovisual. A programação está dividida em três atividades: o Cine Debate, que apresentou curtas-metragens produzidos na cidade por meio da Lei Paulo Gustavo no dia 14 de novembro, além de duas oficinas on-line, sendo uma de Distribuição Independente e outra de Elaboração de Projetos Culturais.
A oficina de distribuição é voltada para produtores audiovisuais contemplados nos últimos editais de fomento, como a Lei Paulo Gustavo e a Lei Aldir Blanc, tanto em âmbito municipal quanto estadual. O objetivo é auxiliar um grupo de cineastas locais na busca por estratégias eficazes para a distribuição de seus trabalhos.
Sobre o facilitador
Juraci Júnior atua como diretor audiovisual em obras de ficção, documentários e videoclipes. Participa ativamente de festivais de cinema pelo Brasil e partes do mundo, além de mesas, colóquios e debates sobre a produção audiovisual contemporânea brasileira. Distribui seus filmes de maneira independente há 8 anos, tendo conquistado espaço em importantes festivais de cinema no Brasil e exterior, além de licenciar obras para plataformas de conteúdo brasileiro. É um dos selecionados do 6º Vitrine Lab, curso livre sobre distribuição cinematográfica oferecido pela Vitrine Filmes, uma das mais importantes distribuidoras independentes do país.
O curta-metragem Catador de Sons e o clipe musical Barranco foram exibidos pela primeira vez na noite da última quinta-feira (13), no espaço Tapiri Cinema da Floresta em Porto Velho. Com plateia lotada, as obras emocionaram o público e Bira Lourenço, artista e pesquisador de sons, tema central do documentário.
“É ver além. Com o clipe Barranco eu percebi coisas que não estavam tão evidentes para mim, na minha música. Já no filme Catador o que mais me impressiona é a sensibilidade de como o material captado. Eu me vi de corpo e alma entregue à minha arte. Eu sou esse catador”, comenta Bira durante bate-papo com a plateia.
Para Jussara Assmann, coordenadora geral da produção das duas obras, o audiovisual foi um grande desafio. “Coordenar dois projetos audiovisuais foi um desafio e aprendizado, onde as linguagens de arte se entrelaçam e se completam com o talento, profissionalismo e sensibilidade das pessoas envolvidas”, afirma.
O filme se propõe a discutir o cotidiano amazônico, por meio da observação constante, em pesquisas dos artistas Bira e Jussara Assmann, que destacam a capacidade polifônica de Porto Velho e seu entorno. Já o clipe musical Barranco propõe ao público uma viagem sensorial pelas beiras de rios amazônicos. A música executada por Bira Lourenço e Catatau Batera faz parte do álbum Sons de Beira. Kaline Leigue, artista rondoniense, interpreta a música em uma performance por entre o barro, o rio Madeira e o amanhecer em Porto Velho.
Catador de Sons com direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Val Barbosa, direção de fotografia de Avener Prado, som direto de Hugo Borges e coordenação geral de Jussara Assmann. O clipe musical Barranco tem direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Jussara Assmann, direção de fotografia de Jordan Cruz e música de Bira Lourenço e Catatau Batera.
O documentário Catador de Sons e o clipe Barranco foram realizados graças a aprovação no Edital 01/2024 – SEJUCEL – Audiovisual – bolsas para Artes em Vídeo, com recursos da Lei Paulo Gustavo.