Nesta semana, o governador do Acre Gladson Cameli discursou na 13ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta (GCF), que é realizada na cidade de Mérida, no México, que se encerra nesta sexta-feira, 10. Sua fala foi um forte golpe naqueles que acreditam que o Acre deve seguir o caminho da destruição para se desenvolver.
“Estamos aqui para reforçar o nosso compromisso com o desmatamento zero e, ao mesmo tempo, apresentar políticas públicas sustentáveis voltadas ao meio ambiente para a geração de emprego e renda”, afirmou Gladson. O discurso, que podemos dizer histórico, ocorreu no painel “Perspectivas de liderança sobre clima, florestas, comunidades e governança”, mediado pela diretora de Projetos do GCF, Collen Scanlan, e que contou com a participação de 11 representantes de governos membros da força-tarefa.
Gladson Cameli deixou bem claro que seu pensamento é aliar a proteção do meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico. O governante lembrou que o estado tem vocação para a agricultura sustentável e turismo ambiental. “Mais de 85% do nosso território é composto por floresta. Sabemos que não é preciso derrubar mais nenhuma árvore porque a área aberta já é suficiente para o agronegócio sustentável. Temos tecnologia suficiente para aumentar a produtividade. Além disso, o Acre tem um grande potencial para o turismo, e o governo está empenhado no fortalecimento deste setor”, explicou.
Outro ponto de sua fala, relembrou o protagonismo acreano na área ambiental, um dos Estados membros que ajudou a construir o GCF e que foi o primeiro a ter uma plataforma consistente para o desenvolvimento do REDD+, com o Programa REM, que fornece pagamentos baseados em resultados para redução de emissões por desmatamento verificadas.
“O tema deste evento é justamente a saúde do planeta. Precisamos agir com urgência para que os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos tenham as condições necessárias para viver com qualidade. E é exatamente isso que estamos buscando nesta reunião anual do GCF”, frisou.
Também participaram do painel o vice-governador do Mato Grosso, Otaviano Pivetta; e os governadores de Rondônia, Marcos Rocha; de Pando (Bolívia), Regis Richter; de Tarija (Bolívia), Oscar Barzón; de Caquetá (Colômbia), Arnulfo Gasca; de Morana Santiago (Equador), Rafael Antuni; de Papua Ocidental (Indonésia), Paulus Waterpauw; de Huánuco (Peru), Antonio Pulgar; e de San Martin (Peru), Walter Jimenez.
Em 2025, o Acre volta a sediar esse encontro, com a 15ª Reunião Anual da Força-tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas. O Acre foi escolhido por votação unânime. “Sediar a reunião em 2025 é um desafio; estamos vendo toda a preparação que Yucatán fez. É um evento que reúne no mínimo 500 pessoas. Para o Acre, será muito importante presidir o GCF e sediar a reunião anual em 2025, porque o Brasil também se candidatou para sediar a Conferência do Clima, a COP30, no Pará”, afirmou Julie Messias, secretária de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre.
Em 2014, Rio Branco foi palco da 8ª Reunião do GCF, da qual surgiu a Declaração de Rio Branco, que formaliza o compromisso do grupo “em continuar a reduzir o desmatamento, a desenvolver parcerias com iniciativas do setor privado que alavanquem as oportunidades disponíveis através dos programas jurisdicionais e que possam canalizar, de forma rápida e efetiva, fundos baseados em desempenho para a promoção do desenvolvimento econômico de base florestal e que respeite as florestas para os produtores, silvicultores, agricultores, pecuaristas, povos indígenas, comunidades locais e outros stakeholders florestais” .