Durante o painel Cooperação para o desenvolvimento da bioeconomia pan-amazônica: rota de integração regional e internacional, no Seminário Internacional TXAI Amazônia, o diplomata João Carlos Parkinson de Castro defendeu que a construção de corredores logísticos entre o Brasil e países vizinhos precisa ser sustentada por governança sólida e planejamento de longo prazo. “Sem governança, os esforços se diluem”, afirmou o coordenador nacional dos corredores rodoviários e ferroviários bioceânicos do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Parkinson apresentou o modelo de gestão implantado no Corredor Bioceânico que liga o Centro-Oeste brasileiro ao norte do Chile, como referência para o Acre. Ele sugeriu a criação de uma estrutura de governança com múltiplos atores — governos locais, federais, sociedade civil, universidades e setor privado — e ressaltou a importância de um repositório de informações, com dados públicos sobre projetos, prioridades e negociações internacionais. “Um dos erros cometidos no passado foi planejar infraestrutura sem ouvir as comunidades”, destacou.
Ao analisar os gargalos logísticos da Amazônia, Parkinson defendeu soluções multimodais e mais eficientes, como ferrovias e hidrovias, em detrimento da atual dependência rodoviária. Ele citou que o Brasil gasta cerca de 17% do PIB com logística, quase o triplo do padrão da OCDE. “O foco hoje em Brasília não é mais só construir estrada, é reconfigurar a logística. E as regiões de fronteira, como o Acre, têm que estar no centro disso”, afirmou.
Em tom otimista, o diplomata reforçou que a integração com o Pacífico é irreversível e necessária diante do peso crescente da Ásia no comércio exterior brasileiro. Segundo ele, em 1991 o Brasil exportava US$ 1 bilhão por ano para a China. Em 2024, esse mesmo valor é exportado a cada três dias. “Não é só a China. Em 2023, exportamos mais para Vietnã e Indonésia do que para Reino Unido e França”, acrescentou.
A bioeconomia no centro do debate
O painel também aprofundou o debate sobre como essas rotas de integração podem — ou não — impulsionar a bioeconomia. A pesquisadora Marta Cerqueira Melo criticou a ausência da bioeconomia como prioridade nas estratégias de infraestrutura. “Hoje, ela é um efeito colateral das rotas pensadas para commodities. Para mudar isso, é preciso que conste nos objetivos estratégicos da integração”, pontuou.
Já o secretário de Planejamento do Acre, Ricardo Brandão, apresentou iniciativas do governo estadual para reposicionar o estado frente ao Pacífico e às novas dinâmicas geopolíticas. Ele citou a criação de núcleos de integração de fronteira, o plano estratégico Acre 10 anos e articulações com governos subnacionais do Peru e Bolívia. “Estamos diante de uma janela de oportunidade. A pergunta é: queremos ser apenas rota de passagem ou corredor de desenvolvimento?”, provocou.
O mediador Marky Brito, diretor de desenvolvimento regional da SEPLAN/AC, abriu o painel com dados sobre a Pan-Amazônia: 77% da área está coberta por florestas e 85% por vegetação natural. Ele chamou atenção para os riscos socioambientais dos grandes projetos e defendeu planejamento integrado e visão de longo prazo. “Governança é a palavra-chave. Precisamos pensar onde queremos estar em 30 anos.”
As discussões abordaram também os impactos das mudanças climáticas sobre as rotas tradicionais de comércio, como o Canal do Panamá, a presença estratégica da China na região — com obras como o Porto de Chancay e projetos ferroviários — e a necessidade de contenção dos danos sociais e ambientais por meio de pactos regionais e cooperação internacional.
Encerrando sua fala, Parkinson reforçou que “nenhum corredor é só para soja ou minério. A diversidade da Amazônia exige contenção, transformação, valor agregado e conexão com mercados verdes”. E concluiu: “Não é mais possível pensar em integração sem pensar em bioeconomia.”
A Prefeitura de Rio Branco intensificou neste sábado (16) os serviços de recuperação da malha viária em diferentes áreas da capital. Por meio da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), foram mobilizadas 14 frentes de trabalho para execução de recapeamento, terraplanagem, limpeza e asfaltamento em ruas e avenidas de dez regionais da cidade.
Na Estrada Jarbas Passarinho, equipes realizaram terraplanagem e preparação do solo para aplicação do asfalto. Já na Estrada Irineu Serra, os trabalhos se concentraram na limpeza da via, etapa inicial para a pavimentação prevista para a próxima semana. Também houve intervenções no Conjunto Edson Cadaxo, com recuperação completa da infraestrutura viária, além de melhorias nos bairros São Francisco, Baixada da Sobral, Avenida Eugênio e Beco do Bezerra.
O encarregado de obras na Jarbas Passarinho, Francisco Edineudo, explicou que o processo garante maior durabilidade ao pavimento e atende a determinação da gestão municipal. Moradores também reconheceram os avanços. Joaquim Klécio, residente no Edson Cadaxo, relatou que as dificuldades enfrentadas pela comunidade com buracos e tráfego comprometido foram superadas após a execução das obras.
Segundo Manoel Jovino, responsável por outra frente de serviço, as ações seguem em ritmo acelerado, com prioridade para atender demandas apontadas pela população. O prefeito Tião Bocalom destacou que a orientação é assegurar condições seguras e confortáveis de tráfego para motoristas e pedestres. Ele reforçou que a prioridade é garantir acessibilidade e organização urbana em todas as regiões da capital.
As iniciativas integram o conjunto de medidas adotadas pela Prefeitura para fortalecer a mobilidade urbana e contribuir para a qualidade de vida dos cidadãos. O cronograma prevê continuidade das obras nos próximos dias, com ações voltadas a ampliar a trafegabilidade em ruas estratégicas de Rio Branco.
A Colônia de Pescadores e Aquicultores de Feijó (COLPAF) recebeu neste sábado, 16 de agosto de 2025, a cessão de um imóvel da União para implantação de ações ligadas ao projeto “Pesca Mais Feijó”. O ato foi conduzido pela Superintendência do Patrimônio da União no Acre (SPU/AC), em cerimônia realizada no endereço do terreno, localizado na Avenida Epaminondas Martins, no centro do município.
A área cedida possui 1.976,28 metros quadrados e será utilizada como estrutura de apoio às atividades de pesca artesanal e aquicultura. A iniciativa busca ampliar a capacidade de organização da categoria, criar condições para capacitação dos trabalhadores, beneficiamento e comercialização do pescado, além de apoiar projetos voltados à sustentabilidade e ao fortalecimento da economia local.
O superintendente da SPU/AC, Tiago Mourão, explicou que a cessão garante estabilidade legal para o funcionamento da colônia, abrindo espaço para novos investimentos e melhorias. Ele destacou que o uso regularizado do imóvel é um passo para consolidar a pesca como atividade estratégica para o município.
Já o presidente da COLPAF, Charles Guimarães dos Santos, afirmou que o espaço será um ponto de referência para os pescadores e aquicultores. Segundo ele, a estrutura permitirá desde encontros e treinamentos até a criação de mecanismos de comercialização direta do pescado, ampliando a renda das famílias que dependem do setor.
A entrega do imóvel representa um marco para o projeto “Pesca Mais Feijó”, que pretende aliar inovação, sustentabilidade e valorização do trabalho dos pescadores locais, com impactos diretos sobre a produção e a organização da cadeia produtiva no município.
A Prefeitura de Cruzeiro do Sul lançou neste sábado (16) o programa “Olhar com Carinho”, que passa a oferecer cirurgias oftalmológicas no próprio município. A iniciativa é financiada por emenda parlamentar do deputado federal Eduardo Veloso e coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, garantindo atendimento aos pacientes já cadastrados na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
O secretário de Saúde, Marcelo Siqueira, explicou que o programa segue os fluxos do SUS e utiliza o sistema estadual de regulação (CISREG). “O atendimento começa na unidade básica de saúde mais próxima, onde o médico da família avalia a necessidade do procedimento. Se for o caso, o paciente entra na fila do CISREG e é chamado de acordo com a ordem de chegada, recebendo a data e o local da cirurgia. Para os que não tiverem indicação cirúrgica, o município ofertará consulta oftalmológica e, se necessário, óculos”, disse.
O deputado Eduardo Veloso destacou que o projeto busca enfrentar um dos principais gargalos da saúde no Acre: o acesso limitado a cirurgias especializadas. “Esse é um passo importante no combate à cegueira e na redução da fila de espera. O programa representa mais dignidade e qualidade de vida, sobretudo para quem não tem condições de arcar com uma cirurgia ou com óculos”, afirmou.
O prefeito Zequinha Lima ressaltou a importância da parceria. “Hoje iniciamos com 14 pacientes que estavam aguardando pelo Tratamento Fora de Domicílio em Rio Branco. Agora eles podem realizar a cirurgia em Cruzeiro do Sul, perto de suas famílias. É um avanço para o município e para toda a região do Juruá”, declarou.
A cerimônia de lançamento ocorreu na Unidade Básica de Saúde Jesuíno Lins, no bairro Alumínio, e contou com a presença da vice-prefeita Delcimar Leite, vereadores, deputados e secretários municipais.