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MEIO AMBIENTE

Operação na Resex Chico Mendes resulta em apreensão de gado, prisões e enfrentamento a desinformação

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Xapuri (AC) – 17 de junho de 2025 – A Operação Suçuarana, coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com apoio de forças de segurança, resultou na apreensão de aproximadamente 400 cabeças de gado na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre, desde o início das ações no dia 5 de junho. A operação tem como objetivo combater a pecuária ilegal e proteger o território destinado às comunidades extrativistas.

A ação foi deflagrada após esgotamento de prazos legais e descumprimento de determinações judiciais que, desde 2016, proíbem a criação de gado em áreas embargadas da reserva. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a operação cumpre decisão judicial que confirmou, em todas as instâncias, a ilegalidade da atividade pecuária em áreas protegidas da unidade de conservação.

Ataques, prisões e reação

Durante a operação, no domingo (15), três pessoas foram presas em Xapuri pela Polícia Federal após tentarem invadir a base do ICMBio. Elas estavam com gasolina e ferramentas para cortar cercas. De acordo com a Polícia Federal, os suspeitos foram liberados no mesmo dia, mas seguem sendo investigados.

Na mesma data, um grupo de manifestantes invadiu um frigorífico onde estavam animais apreendidos pelo ICMBio e levou o gado. O grupo utilizou um caminhão para arrebentar o portão do local e remover os animais. A Polícia Federal informou que está apurando o caso e que os responsáveis podem responder por furto, danos ao patrimônio e outros crimes.

Além disso, foram registrados bloqueios na BR-317, na altura do km 237, organizados por pessoas contrárias à operação. A rodovia foi liberada no domingo (15) após intervenção das forças de segurança, mas a tensão na região permanece.

Operação atende decisão judicial

O governo federal informou que a operação tem respaldo legal e é resultado de processos movidos desde 2016 contra responsáveis por desmatamento e criação irregular de gado na reserva. As decisões judiciais transitadas em julgado determinaram a retirada dos animais e a recuperação das áreas degradadas.

Segundo o MMA, a Resex Chico Mendes é uma área pública federal, destinada exclusivamente às populações tradicionais que vivem do extrativismo e da conservação da floresta. Atualmente, 91% da área permanece preservada. Um estudo da Universidade Federal do Acre, de 2023, reforça a importância da unidade para a segurança hídrica e para o equilíbrio climático da região.

Desinformação nas redes

O Ministério do Meio Ambiente alertou para a circulação de informações falsas nas redes sociais, que tentam caracterizar a operação como perseguição às populações locais. O órgão esclarece que as ações são voltadas exclusivamente contra grileiros e criadores que desrespeitam as regras da reserva, e não contra os moradores extrativistas legalmente reconhecidos.

Destinação dos animais e combate à fraude

O gado apreendido está sendo encaminhado para abate em frigoríficos, com a carne destinada a programas de alimentação escolar. As ações também fazem parte de uma estratégia para coibir fraudes como a “lavagem de gado”, prática utilizada para simular legalidade na criação de animais em áreas protegidas. Essa etapa já havia sido iniciada em abril com a Operação Boi Fantasma, que identificou registros fraudulentos de rebanhos【7】.

Segurança reforçada

Diante das ameaças, o ICMBio e o Ministério do Meio Ambiente reforçaram a presença da Força Nacional, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército, Ministério Público Federal, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) e do Batalhão de Policiamento Ambiental. A proteção também foi intensificada para servidores públicos, lideranças comunitárias e moradores ameaçados, como Raimundo Mendes de Barros, conhecido como Raimundão, primo de Chico Mendes e morador da reserva que vem denunciando crimes ambientais na região.

Continuidade das ações

A primeira fase da Operação Suçuarana prevê a retirada de cerca de 400 cabeças de gado da unidade. O governo federal afirmou que continuará atuando de forma integrada para garantir a proteção das unidades de conservação, o cumprimento da legislação ambiental e a defesa dos territórios extrativistas no Acre.

MEIO AMBIENTE

Jullie Messias assume protagonismo nacional na agenda climática ao liderar conferência com foco em soluções baseadas na natureza

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Uma nova liderança amazônida se destaca na agenda climática nacional. A acreana Jullie Messias, natural do Vale do Juruá, acaba de protagonizar um marco em sua trajetória ao liderar a realização da 3ª Conferência Brasileira Clima e Carbono, evento que reuniu mais de 600 participantes no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Recém-empossada na direção da Aliança Brasil NBS (Soluções Baseadas na Natureza), Jullie assumiu o cargo em um momento de transição pessoal e institucional, trazendo consigo mais de uma década de atuação na agenda ambiental e climática. “Assumi essa função fortalecida pela luz dos meus filhos”, declarou em suas redes sociais, destacando também a mudança de cidade e de ritmo de vida como parte desse novo ciclo.

Sob sua liderança, a Conferência cresceu em representatividade e impacto. Em dois dias intensos de programação, o evento contou com 20 painéis temáticos, mais de 90 painelistas e 18 moderadores, além de exposições fotográficas, reuniões com governos, comunidades e redes de mulheres. Foi um espaço de diálogo plural, com trocas significativas entre setores públicos, privados e da sociedade civil, algo essencial diante do horizonte da COP30 na Amazônia, marcada para 2025 em Belém do Pará.

“Seguimos com escuta, integridade e ação real”, afirmou Jullie, reafirmando seu compromisso com uma construção coletiva e baseada nos saberes dos territórios.
Sua origem no Juruá, uma das regiões mais biodiversas, mas também mais vulneráveis da Amazônia ecoa em sua atuação. Jullie leva à mesa de decisões a perspectiva de quem viveu de perto os efeitos da crise climática, e que agora luta para reposicionar a floresta como protagonista das soluções. Sua atuação articula inovação, justiça climática e a valorização de práticas tradicionais.

O Evento reunimos, no Memorial da América Latina, em São Paulo, mais de 600 pessoas em um espaço de diálogo qualificado, diverso e representativo. Foto: Reprodução/ Instagram

Com foco nas Soluções Baseadas na Natureza, a conferência também representou um avanço no fortalecimento de práticas sustentáveis que integram conservação, restauração e uso responsável dos ecossistemas, com benefícios para o clima, a biodiversidade e as pessoas.

Ao agradecer os membros da Aliança, os painelistas e os patrocinadores, Jullie reforçou um sentimento coletivo de propósito: fazer da agenda climática um compromisso com a vida, os territórios e as futuras gerações.

A liderança de Jullie Messias inaugura um novo capítulo na atuação climática brasileira um capítulo onde a floresta fala por si, e quem vem do interior da Amazônia assume com autoridade os rumos de um futuro mais justo e sustentável.

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MEIO AMBIENTE

Megaexpedição científica fortalece monitoramento ambiental na Estação Ecológica Rio Acre

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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou uma expedição científica na Estação Ecológica Rio Acre, com foco na ampliação do monitoramento ambiental e da biodiversidade. A iniciativa integra o Programa Monitora, que atua em 125 unidades de conservação em todo o país e busca gerar dados consistentes sobre a fauna, flora e qualidade ambiental dos ecossistemas brasileiros.

Localizada no sudoeste do Acre, a Estação Ecológica Rio Acre recebeu ações voltadas ao monitoramento de mamíferos, aves, borboletas e plantas, espécies que servem como indicadores biológicos. A expedição aplicou tanto metodologias simples, que exigem poucos recursos, quanto protocolos mais complexos, que envolvem tecnologias e especialistas para análise de determinados grupos.

Segundo os responsáveis pela atividade, a operação contemplou todos os grupos monitorados, utilizando protocolos padronizados de alta exigência técnica. A diversidade biológica encontrada na unidade inclui organismos ainda pouco conhecidos pela ciência, destacando a relevância da área para pesquisas e estratégias de conservação.

A Estação Ecológica Rio Acre foi criada com o objetivo de preservar as nascentes do rio que dá nome à unidade. Sua posição estratégica na região garante a manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais, como o transporte fluvial e a segurança hídrica para comunidades ribeirinhas e para a capital, Rio Branco.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima coordena a iniciativa, reforçando a política federal de conservação da biodiversidade por meio de instrumentos científicos e integrados à gestão territorial.

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MEIO AMBIENTE

Comunicadores Indígenas do Acre pedem veto ao PL 2159 e alertam para risco ambiental

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Representantes de comunidades indígenas intensificaram nesta semana a mobilização contra o Projeto de Lei 2159/21, aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente em análise pela Presidência da República. O projeto altera as regras de licenciamento ambiental no Brasil, reduzindo exigências para obras com potencial de impacto, como hidrelétricas, estradas e atividades de mineração.

Lideranças indígenas, por meio da Rede de Comunicadores Indígenas do Acre, divulgaram um vídeo pedindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete integralmente o projeto. A preocupação central é que, com a nova proposta, empreendimentos possam ser executados sem estudos de impacto ambiental nem consulta prévia às comunidades diretamente afetadas.

“Esse projeto coloca nossas florestas, nossos territórios e nossas vidas em risco”, afirma Uhnepa Nukini, comunicador do povo Nukini, no material divulgado. Segundo ele, a proposta fragiliza mecanismos de controle e fiscalização ambiental e compromete direitos garantidos aos povos originários.

O PL 2159 é alvo de críticas de diversos setores da sociedade civil, incluindo especialistas em meio ambiente, movimentos sociais e organizações indígenas. Para esses grupos, a aprovação da medida representa um retrocesso na legislação ambiental brasileira, ao flexibilizar normas que foram construídas ao longo de décadas com base em tratados internacionais e pactos nacionais.

As lideranças alertam que o projeto beneficia apenas grandes empreendimentos e corporações, em detrimento da preservação dos ecossistemas e dos modos de vida tradicionais. “O veto é pela vida. O veto é pelos nossos territórios”, resume o apelo da campanha.

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