Com a greve dos profissionais da rede municipal de ensino de Cruzeiro do Sul, o prefeito Zequinha Lima (PP), enfatizou as grandes benfeitorias que vem realizando na área da educação. Os profissionais entraram em greve no dia 02 de junho, com a principal reivindicação da categoria que é o reajuste de 14,9% referente ao novo piso salarial anunciado pelo Ministério da Educação no início deste ano.
Durante entrevista na manhã desta última segunda-feira (19), o prefeito salientou que para os professores temporários o salário no início da gestão era de R$ 1.220,27 reajustado para R$ 2.100,00, aumento no piso de 72%. Já para os professores efetivos, o salário inicial no início da gestão era de R$ 1.898,20 com reajuste do piso de 25h foi para R$ 2.403,52 e com aumento da carga horária de 25h para 30h, foi para 2.884,22 o que gerou um percentual de aumento desde o início da gestão de 52%.
O funcionário de apoio recebia um salário no início da gestão de Zequinha, de R$ 998,00 e hoje é de R$ 1.320,00, aumento de 32,26% no piso inicial. Outros avanços: pagamento da sexta parte para todos os servidores de apoio e professores com 25 anos de serviços, antes era apenas para professores em sala de aula ou função pedagógica. O que gerou um aumento para os beneficiados em torno de 17% sobre seu salário bruto.
Durante a entrevista, Zequinha enfatizou que vem buscando dialogar com os profissionais da área da educação. “Nós estamos trabalhando intensamente para que a gente possa avançar o máximo que a gente possa avançar na educação, porque eu entendo que nós só vamos transformar a sociedade através da educação”, disse.
Lima disse ainda que nos dois últimos dois anos houve um grande avanço na questão salarial dos servidores da educação. “Nos últimos dois anos nós avançamos muito. Houve um reajuste para o pessoal de apoio de 30% em dois anos. Em gestões passadas, nosso pessoal de apoio, passavam de dois, três anos ganhando, recebendo menos de um salário mínimo. Recebiam complementação salarial para poder completar o seu salário”, salientou.
O gestor municipal disse ainda que foram investidos nos últimos dois anos, mais de 52% nos professores efetivos da rede pública municipal. “Nós investimos nos professores efetivos 52% nos últimos dois anos de reajuste. Só no mês de dezembro foram 20%, ou seja, tem professores que tiveram um reajuste que varia de 400 a 700 reais. Quando eu entrei na prefeitura, um professor provisório ganhava R$ 1.200 reais, era uma vergonha. Em dois anos ajustamos 72% desses professores provisórios”.
O prefeito disse que o acordo entre a gestão e o Sindicato não foi aceito pela categoria. “Nós fizemos uma proposta para o sindicato que era da seguinte maneira, em agosto, nós daríamos metade do piso, em setembro, damos a outra metade, e quando chegar em setembro, a gente senta com a categoria para discutirmos como vamos pagar os retroativos. Mas eles não aceitaram a proposta”.
“Infelizmente nós não temos condição de pagar da forma que eles querem. Eu estou sendo muito realista. No mês de maio nós gastamos com a folha de pagamento da educação 94% do que nós arrecadamos nós pagamos a folha de pagamento. E a gente precisa ter investimento para merenda escolar, para o combustível, para os barqueiros, para a recuperação de escolas, para a construção de escolas”, disse.
Ao finalizar a entrevista, o prefeito falou de escolas e creches, onde sua gestão já reformou 19 escolas e construiu 19 escolas nas zonas rurais. “Nós já reformamos 19 escolas e construímos 19 escolas rurais, inclusive creches aqui dentro da cidade. Estamos levando equipamento novos para as escolas. Já reformamos cerca de 80% das escolas rurais e ribeirinhas, nós estamos levando carteira nova, material novo, porque nós entendemos que é importante kit escolares para as crianças”, finalizou.
A Assembleia Legislativa do Acre participa, entre 3 e 5 de dezembro, em Bento Gonçalves (RS), da 28ª Conferência Nacional da Unale, que reúne parlamentares estaduais de todo o país para discutir o papel dos Legislativos no contexto da inteligência artificial e das emergências climáticas. Além da presença institucional, a ALEAC concorre ao prêmio nacional da entidade nas categorias projetos especiais e reportagem legislativa, resultado de iniciativas desenvolvidas ao longo de 2025.
A conferência deste ano tem como eixo o tema Humanidade Conectada: Os Legislativos Estaduais no Tempo da IA e das Emergências Climáticas, conforme o material oficial apresentado pela organização do evento. Paralelamente à programação central, está prevista uma reunião do Parlamento Amazônico para analisar os resultados da COP realizada no Brasil, além da assembleia do Colegiado de Presidentes das Assembleias, que contará com a participação do presidente da ALEAC, deputado Nicolau Júnior.
A disputa da ALEAC pelo prêmio nacional inclui o projeto Redação Nota Mil, desenvolvido pela Escola do Legislativo Acreano, que atendeu mais de 1.700 jovens ao longo do ano. A iniciativa é destacada pela instituição como uma estratégia de aproximação com estudantes e preparação para avaliações educacionais. Segundo a Unale, os estados concorrem com iniciativas que demonstram impacto social, inovação legislativa ou relevância para a formação cidadã.
O histórico de participação da ALEAC na premiação inclui o segundo lugar na edição de 2024, realizada no Rio de Janeiro, quando o Legislativo acreano apresentou o programa de aulas preparatórias para o Enem desenvolvido em uma aldeia indígena na zona rural de Feijó. A continuidade das inscrições em 2025 reforça o interesse do Legislativo acreano em manter projetos voltados à educação, inclusão e fortalecimento da atuação institucional.
A conferência propõe que os Legislativos discutam tendências digitais, impactos da IA na gestão pública e respostas às crises climáticas que afetam diferentes regiões do país.
A Câmara de Rio Branco tenta ampliar sua fatia no orçamento municipal ao propor que contribuições previdenciárias sejam incluídas na base de cálculo do duodécimo. A medida, protocolada em 11 de novembro de 2025, pode elevar o repasse anual de cerca de R$ 60 milhões para até R$ 80 milhões.
A Câmara Municipal de Rio Branco decidiu testar os limites da responsabilidade fiscal. A proposta de emenda à Lei Orgânica, apresentada em 11 de novembro de 2025, tenta incluir contribuições previdenciárias na base de cálculo do duodécimo. O objetivo é óbvio: inflar o repasse ao Legislativo.
Não se trata de garantir “independência”, como tenta argumentar a justificativa oficial. Trata-se de aumentar o caixa da própria Câmara em um momento de crise, enquanto a Prefeitura corta despesas, revisa contratos e tenta manter serviços essenciais funcionando.
Caso aprovada, a mudança reduzirá o volume de recursos disponíveis para áreas como saúde, educação e assistência social, além de aproximar o Executivo dos limites de despesa com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal.
A reportagem procurou membros do TCE que foram enfáticos ao classificar a tentativa como um desvio de cálculo e alertam para riscos de sanções, responsabilização de gestores e pressão sobre os limites fiscais da Prefeitura. Em outras palavras: a Câmara tenta empurrar o Executivo para o abismo fiscal e, com isso, arrastar toda a cidade junto. “Esse tipo de inclusão distorce a receita disponível do município. É um movimento que contraria a técnica orçamentária, pressiona os limites fiscais e cria risco de sanções para quem autorizar ou executar.”
Recentemente, a Câmara aprovou o aumento das emendas parlamentares de 1,15% para 2% do orçamento. As duas medidas ampliam a participação do Legislativo nas receitas municipais em um momento de cortes e ajustes promovidos pelo Executivo.
A proposta tramita na Câmara em meio a questionamentos técnicos e já nasce sob risco de judicialização. No fim das contas, a manobra não fortalece o Legislativo enfraquece Rio Branco, corrói o orçamento municipal e compromete serviços essenciais.
E, como sempre, nessa política de “pouca farinha, meu pirão primeiro”, quem acaba arcando com o ônus não é o vereador nem o gestor: é o povo, que paga a conta.
A Câmara Municipal de Rio Branco iniciou, na manhã de 1º de dezembro, o processo de análise da Lei Orçamentária Anual de 2026 durante audiência pública conduzida pelo vereador Márcio Mustafá, presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação. O encontro, realizado no plenário da Casa, buscou discutir o Projeto de Lei Complementar nº 33/2025, que estima receitas e fixa despesas do Município para o próximo ano, reunindo parlamentares, gestores da Prefeitura, representantes de instituições e membros da sociedade civil.
A abertura do debate foi marcada pela fala de Mustafá, que destacou a função estratégica da LOA no planejamento municipal. “Aqui não tratamos apenas de números, mas de prioridades. Discutimos qual cidade queremos construir”, afirmou. Ele também reforçou o papel do Legislativo no processo e ressaltou que o orçamento precisa alcançar as comunidades e serviços essenciais.
O secretário municipal de Planejamento, Wilson Leite, apresentou os parâmetros técnicos da proposta e afirmou que o processo foi conduzido com transparência. “A gente traz e compartilha com toda a população os números de Rio Branco e como chegamos a esses valores”, disse. Ele reconheceu ainda o esforço das equipes técnicas envolvidas na elaboração da proposta. Na exposição subsequente, a diretora de Orçamento Municipal, Renata Costa, explicou a evolução das receitas e despesas, incluindo reduções aplicadas em estimativas anteriores. Segundo ela, a operação de crédito prevista para 2025, de R$ 175 milhões, foi reavaliada para R$ 67 milhões em 2026, e a receita patrimonial ficou abaixo do estimado no período anterior, exigindo ajustes.
O debate também recebeu contribuições da sociedade civil. Representando o Movimento Junino, Paulo Leopoldo Lima defendeu a inclusão do segmento no orçamento, lembrando o impacto econômico do setor e os custos envolvidos na manutenção das quadrilhas. “É um trabalho que movimenta costureiras, aderecistas, coreógrafos e empreendimentos comunitários”, afirmou.
Entre os parlamentares, surgiram preocupações relacionadas à participação popular, cultura, esporte e serviços essenciais. O vereador Fábio Araújo questionou o alcance da consulta pública, que não atingiu 1% da população, e apontou valores reduzidos nos fundos municipais. Zé Lopes relatou demandas por água, pavimentação e limpeza pública nas comunidades. Samir Bestene alertou para impactos da redução orçamentária sobre agricultura familiar, assistência social e investimentos. André Kamai destacou a baixa confiança da população no processo participativo e mencionou que o orçamento destinado à cultura se aproxima do valor gasto com decoração natalina no Município. Já Felipe Tchê chamou atenção para a queda nos investimentos, que passam de R$ 529 milhões em 2025 para R$ 375 milhões em 2026.
Em resposta aos questionamentos, o secretário Wilson Leite explicou limites legais e financeiros enfrentados pela gestão municipal. Ele citou a inadimplência na taxa de limpeza pública, que arrecadou R$ 9 milhões dos R$ 20 milhões lançados, e lembrou que 80% do orçamento está comprometido com despesas obrigatórias, como saúde, educação e folha de pagamento.
As discussões seguirão nas comissões permanentes e posteriormente em plenário até a votação final da LOA 2026.