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MEIO AMBIENTE

Terra Preta de Índio: Vestígios da presença humana na Amazônia

Descobertas Arqueológicas na Amazônia revelam práticas ancestrais de manejo do solo

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Um artigo publicado no periódico Science Advances apresenta pistas sobre a presença humana na Amazônia pré-colombiana, destacando a ocorrência da chamada Terra Preta de Índio (TPI). Elaborada por povos tradicionais da região como substrato fértil para plantações, essa prática ancestral continua influenciando os solos atuais da Amazônia.

O arqueólogo Morgan Schmidt, do Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), primeiro autor do estudo, revela que a população atual na Amazônia ainda utiliza os sítios antigos. Descendentes dos povos pré-colombianos, essas comunidades mantêm práticas que resultam na formação de solos antrópicos, as chamadas Terras Pretas de Índio, criando intencionalmente solos férteis.

O estudo, que envolveu cientistas de diferentes áreas do conhecimento, incluindo ciência do solo, arqueologia e antropologia, examinou sítios arqueológicos, especialmente no Território Indígena do Xingu (TIX). Wenceslau Teixeira, pesquisador da Embrapa Solos (RJ) e coautor do artigo, destaca a importância das análises realizadas nos sítios, principalmente no Alto Xingu, onde foram registradas datações de até cinco mil anos atrás.

O pesquisador relata que as evidências apontam para a existência passada de densas e complexas populações na região amazônica, centrando-se na ocorrência de solos antrópicos. Esses solos, enriquecidos com elevados estoques de carbono, não apenas estimulam o crescimento das raízes das plantas, mas também aumentam a biodiversidade de microrganismos no solo.

Na Região Norte do Brasil, as Terras Pretas de Índio ocupam extensas áreas, como em Santarém (Pará) e Iranduba (Amazonas). Suas possíveis fontes de nutrientes incluem ossos, animais, peixes, cinzas, palhas, cascas e até excrementos humanos. A mistura de cinzas, restos animais e vegetais, e carvão é considerada crucial para a fertilidade desses solos, que revelam estoques superiores de carbono, fósforo, cálcio, manganês e estrôncio quando comparados ao solo adjacente.

Pesquisadores examinam amostras de Terra Preta de Índio em sítio arqueológico na Amazônia, evidenciando a presença milenar de civilizações e suas técnicas de agricultura sustentável.

Teixeira destaca a importância do fenômeno das Terras Pretas de Índio como uma marca da presença humana na Amazônia. Ele observa que, embora não haja vestígios de pirâmides ou templos, a TPI assume um papel de artefato, evidenciando a existência de grandes civilizações na região.

Um aspecto do estudo é a participação ativa do povo indígena Kuikuro, habitante do TIX. Sete indígenas Kuikuro são autores do artigo, proporcionando insights valiosos sobre as Terras Pretas de Índio antigas e contemporâneas. Teixeira enfatiza que o resgate do conhecimento ancestral e das práticas atuais de manejo do solo dessas populações pode oferecer estratégias para o manejo sustentável da Amazônia.

O estudo indica que a tecnologia do uso de carvão vegetal como condicionador de solo, desenvolvida a partir dos estudos das TPI, pode apontar caminhos para o manejo e preservação das riquezas amazônicas.

Fonte: Embrapa

MEIO AMBIENTE

Prefeitura de Cruzeiro do Sul distribui 175 mil litros de água para famílias da zona rural afetadas pela seca

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A prefeitura de Cruzeiro do Sul, sob a gestão do prefeito Zequinha Lima, já distribuiu 175 mil litros de água potável para moradores da zona rural, afetados pela seca prolongada que atinge o Acre. A ação, que teve início em setembro, beneficia famílias de 38 ramais do município, com a entrega de galões de água semanalmente. Cada família recebe entre 40 e 60 litros de água por semana, dependendo do número de pessoas em cada residência.

O agricultor Raimundo Nonato, que vive no Ramal do Darci, relatou que a situação era crítica antes da chegada da água e que a ajuda veio em boa hora. “Estávamos pedindo socorro aos vizinhos para conseguir água. Agora, com a ajuda da prefeitura, estamos mais tranquilos”, afirmou. José Rafael, outro morador da região, também destacou a importância da iniciativa para a saúde de sua família, que antes dependia de poços e água da chuva.

A Secretaria de Agricultura, em parceria com a Defesa Civil e outras secretarias municipais, coordena a distribuição para garantir que todas as famílias rurais afetadas recebam a ajuda necessária. Segundo o prefeito Zequinha Lima, a distribuição continuará enquanto houver necessidade nos ramais atingidos pela falta de água.

Fonte: Assessoria PMCZS

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Assessoria

Comissão Transfronteiriça reforça pedido de paralisação de obra na rodovia UC-105, no Peru

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Em uma reunião de trabalho, a Comissão Transfronteiriça Alto Yuruá/Juruá/Alto Tamaya solicitou que o Governo Regional de Ucayali (GOREU) interrompa imediatamente a construção da rodovia UC-105, próxima a fronteira do Acre com o Peru. A comissão abordou diferentes agendas durante o encontro, destacando a posição contrária ao projeto da rodovia, que, segundo eles, está em andamento de forma ilegal e sem os devidos processos de consulta prévia.

Participaram da reunião líderes de diversas organizações, incluindo ACONADIYSH, ACCY, AACAPPY, ORAU e AIDESEP, do Peru, Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) e Apiwtxa, do povo Ashaninka, ambas do Brasil, além de especialistas da Upper Amazon Conservancy. O objetivo principal foi exigir a paralisação da construção da rodovia, argumentando que a obra viola os direitos dos povos indígenas estabelecidos pela Lei de Consulta Prévia nº 29785 e pelo Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A rodovia UC-105 está prevista para passar pela comunidade de Nueva Italia (Tahuania) até Puerto Breu, no Peru. No entanto, conforme relatado pela comissão, o projeto não possui estudos técnicos ou processos de consulta que avaliem os impactos para as comunidades locais. A construção da rodovia beneficiaria atividades como extração de madeira, mineração ilegal e cultivo de folha de coca, ligadas ao narcotráfico, conforme descrito em um documento da Organização Regional AIDESEP Ucayali (ORAU).

A comissão enfatizou a urgência de uma resposta das autoridades competentes para interromper o avanço da rodovia e evitar maiores impactos socioambientais na região, afetando diretamente os direitos dos povos indígenas e o equilíbrio ambiental.

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MEIO AMBIENTE

Prefeitura de Rio Branco investe para modernizar sistema de água em meio à crise hídrica e reforça importância do uso consciente

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Diante dos desafios impostos pela crise hídrica e os extremos climáticos que têm afetado o abastecimento em diversas regiões do país, a Prefeitura de Rio Branco tem intensificado os investimentos no sistema de distribuição de água, buscando garantir qualidade e eficiência no serviço. Com um investimento de R$ 4 milhões em novos equipamentos e a promessa de mais R$ 4,6 milhões em recursos vindos do Governo Federal, a gestão atual reforça o compromisso em assegurar água 24 horas por dia à população.

O prefeito Tião Bocalom destacou a importância da modernização das infraestruturas, que inclui a troca de tubulações antigas e a instalação de novos hidrômetros, além da perfuração de poços artesianos e a construção de lagoas para armazenar água durante o verão. No entanto, ele lembrou que a eficiência do sistema depende também da colaboração de todos.

Além de enfrentarem desperdícios na rede, muitas áreas da cidade sofrem com a baixa pressão da água, que deverá ser resolvida com os novos conjuntos de motores e bombas adquiridos pela prefeitura. Contudo, o desperdício de água e o uso indevido ainda são fatores que impactam diretamente o serviço. Assim, a prefeitura pede que a população use a água de maneira consciente e que todos regularizem o pagamento do consumo, fundamental para manter o sistema sustentável e permitir novos investimentos.

O diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, reforçou que o atual momento exige responsabilidade compartilhada. “Estamos em um cenário em que a água se torna um bem cada vez mais precioso. Cada um de nós tem o dever de usar com sabedoria, evitando desperdícios e colaborando para que esse recurso vital esteja disponível a todos, de forma justa e eficiente”.

Foto: Evandro Derze/Assecom

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